Especialista
do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia alerta para a importância do exame
no desenvolvimento das crianças Shutterstock
Rápido, indolor e
muito necessário. O exame de emissões otoacústicas ou "teste da
orelhinha", como é popularmente conhecido, é uma triagem neonatal auditiva
capaz de detectar problemas de audição em recém-nascidos e proteger este, que é
um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento e comunicação.
A
otorrinolaringologista Dra. Renata Christofe Garrafa, do Hospital Paulista,
celebra a importância da Lei Federal 12.303, de 2 de agosto de 2010, que
completa 11 anos de existência em 2021 e torna obrigatória a realização do
teste ainda na maternidade.
"Mesmo crianças
sem risco conhecido podem apresentar algum grau de perda de audição. Por isso,
o teste da orelhinha deve ser realizado em todos os recém-nascidos ainda no
primeiro mês de vida, para, no caso de alguma deficiência, ela seja tratada o
mais precocemente possível", explica.
De acordo com a
médica, um teste alterado pode significar perdas auditivas de diferentes causas
e intensidades, capazes de trazer prejuízos para o desenvolvimento da criança.
"E a lei garante que todos tenham acesso ao exame. Isso é de extrema
importância, visto a diversidade e a desigualdade existentes em nosso
país", complementa a especialista.
Formada em torno do
quinto mês de gestação, a audição é um dos sentidos mais importantes para o
desenvolvimento das crianças, já que, por meio deste sentido, elas ouvem a voz
da mãe e os sons emitidos por ela.
Crianças que não
passam pelo teste da orelhinha, e são portadoras de perda auditiva, podem ter
seu desenvolvimento comprometido. Entre os danos que os problemas podem trazer,
caso o tratamento não seja realizado precocemente, a médica destaca
dificuldades de aprendizagem e compreensão, além de prejuízo na fala e na
interação social.
Como é feito o teste
da orelhinha?
Simples e prático, o
teste da orelhinha pode ser realizado enquanto o bebê dorme, sem dor ou
qualquer desconforto ao recém-nascido. O exame é realizado por meio da inserção
de um minúsculo sensor dentro do canal auditivo, capaz de captar a resposta das
células ciliadas externas da cóclea. Essas células participam da captação e da
amplificação do som.
A realização do
teste deve acontecer ainda nos primeiros 30 dias de vida e sua obrigatoriedade
se deve ao fato de que, quanto antes for iniciado um tratamento, melhor será o
desenvolvimento global da criança.
Caso o exame detecte
a existência de algum problema ou perda auditiva, o bebê é encaminhado para um
serviço de diagnóstico, onde são realizados avaliação otorrinolaringológica e
exames complementares.
Teste falho
De acordo com a Dra.
Renata, logo após o nascimento, a criança pode apresentar vérnix - líquido
residual do parto - no conduto auditivo externo, o canal da orelha,
prejudicando a leitura do exame. Nestas situações, o bebê deve realizar novo
teste após 30 dias de vida.
A médica explica que
crianças com risco conhecido de surdez ou que apresentem uma nova falha nas de
emissões otoacústicas são encaminhadas para a realização de outro teste, o
BERA, também conhecido como PEATE (Potencial Evocado Auditivo do Tronco
Encefálico), que avalia de forma mais completa todo o sistema auditivo. Assim
como o teste da orelhinha, ele também é completamente indolor.
Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
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