O novo coronavírus vem colocando pressão nas famílias com crianças e adolescentes com diabetes. As alterações na rotina e o possível risco de agravamento do quadro em caso de contaminação é uma das preocupações dos entes de saúde responsáveis pela campanha Caneta da Saúde.
O número de crianças e
adolescentes com diabetes mellitus Tipo 1 e Tipo 2 em todo mundo está em
ascensão.1 Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em
inglês), o diabetes constitui uma contundente ameaça à saúde global, não
respeitando status socioeconômico, nem limites fronteiriços. "Pessoas que
vivem com diabetes correm o risco de desenvolver uma série de graves e
potencialmente fatais complicações, levando a uma maior necessidade de cuidados
médicos, uma qualidade de vida reduzida e estresse nas famílias. Diabetes e
suas complicações, se não forem bem administrados, podem levar a
hospitalizações frequentes, internações e morte prematura. Globalmente, o
diabetes está entre as 10 principais causas de morte", diz o último Atlas
do Diabetes, documento que compila dados mundiais sobre o diabetes.1
No ano passado, um estudo
realizado em conjunto entre a Veja/Abril e a empresa global de saúde Novo
Nordisk, intitulado "Os Altos e os Baixos do Diabetes na Família
Brasileira", revelou que 80% das famílias com um paciente com diabetes tem
sua rotina alterada pela doença crônica.2 Esse cotidiano exige uma rotina de
intenso cuidado e atenção com a alimentação, a prática de exercício físico,
medição da glicose e disciplina com o tratamento.
"Toda essa rotina
que já requer rigor, e que muitas vezes nem sempre é seguida estritamente, se
tornou ainda mais essencial neste momento da pandemia", explica a
endocrinologista da Novo Nordisk, Priscilla Andrade Olim Mattar. Episódios de
risco de internação acontecem quando o açúcar no sangue dos pacientes está
muito alto ou muito baixo, instâncias conhecidas como hiper e hipoglicemia. A
gravidade desses episódios varia, mas alterações muito bruscas ou duradoras
podem causar graves problemas de saúde. "É preciso evitar a todo custo
qualquer tipo de emergência já que o sistema está saturado com pacientes do
novo coronavírus", ressalta a endocrinologista.
É por isso, entre
outras razões, que instituições de saúde se unem nesse momento na campanha
"Caneta da Saúde". Trata-se de uma inciativa da Associação de
Diabetes Juvenil (ADJ), a Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD) e a
Novo Nordisk, com o apoio da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) e do Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), que lançaram
recentemente a campanha. O objetivo é informar e educar os pacientes sobre as
vantagens das canetas preenchidas de insulina, estimulando o uso do recurso que
está disponível SUS, em todo o Brasil, para pessoas com diabetes tipo 1 e tipo
2, preferencialmente acima de 50 anos e menores de 19 anos.3 A caneta contribui
para a melhor qualidade de vida de pessoas com diabetes e melhor controle
glicêmico, levando à redução das emergências hospitalares. São mais fáceis de
aplicar e oferecem maior autonomia ao paciente em momentos de isolamento
social, além de menos dolorosas na aplicação e mais precisas e fáceis de
transportar.3
Um novo cenário
As mudanças trazidas
pelo novo coronavírus também puderam ser sentidas nas 13 milhões de famílias1
com pelo menos uma pessoa com diabetes. "Eu acredito que a rotina de todas
as crianças do mundo, de maneira geral, foi afetada. E o cuidado recaiu ainda
mais sobre suas famílias. A atividade física externa diminuiu e muitas
familiares se viram temerosos de se aproximar a hospitais e centros de saúde
com medo da contaminação pelo novo coronavírus", lamenta Olim Mattar. No
entanto, a participação da família no cuidado dos pacientes de diabetes é
essencial como mostrou o estudo da Veja/Novo Nordisk.2
Durante a pesquisa,
80% dos familiares de pessoas com diabetes disseram participar diretamente no
cotidiano do ente familiar.2 Mais da metade deles, afirmaram ainda participar
ativamente na aquisição de medicamentos, participação e/ou controle da dieta,
medição dos índices glicêmicos, acompanhamento às consultas médicas, supervisão
do uso de tratamento, aplicação da insulina e prática de exercícios.2
"Durante a
pandemia, a comunidade médica e científica se voltou para o tratamento das
pessoas que contraíram o novo coronavírus, buscando tratá-las, e no esforço
mundial por uma vacina e contenção do vírus. Mas, mesmo que os estudos
comportamentais ainda estejam surgindo, já podemos imaginar o impacto, por
exemplo, numa família com uma criança ou adolescente com diabetes",
explica a endocrinologista da Novo Nordisk. "Muitas crianças e adolescentes
ficaram sem aulas, tiveram suas dietas alteradas, rotina de exercícios e
contato com os médicos muitas vezes limitado. Mas, como costumo dizer, que o
diabetes é uma doença crônica que não tem como esperar a pandemia passar",
diz Olim.
O diabetes
O diabetes é uma
doença crônica que, se tratada, e com alguma disciplina, permite que a pessoa
leve uma vida praticamente normal. Ela é marcada pelos altos níveis de
glicemia. Ou seja, quando há muito açúcar no sangue. Isso acontece porque o
pâncreas não produz insulina ou, se produz, o faz em quantidade insuficiente. A
glicose tem origem na dieta alimentar. Ela é armazenada e liberada quando
necessário, por exemplo, nos momentos de jejum.4 Quando a pessoa se alimenta, o
pâncreas libera insulina para garantir que a glicose seja usada pelo organismo
para manter o funcionamento normal do corpo. A insulina é um hormônio que age
transportando a glicose do sangue (absorvida da alimentação) para dentro da
célula. Essa glicose serve como fonte de energia.4 Controlado, o diabetes se
transforma em um estilo de vida mais regrado, mas sem impedimentos à uma vida
normal. Sem o tratamento, a doença pode causar transtornos que podem levar à
hospitalização e efeitos colaterais graves.4
A campanha
A campanha "Caneta
da Saúde" tem abrangência nacional e conta com diversas iniciativas no
ambiente digital e presenciais. No site https://www.canetadasaude.com.br,
dedicado à campanha, a população encontrará informações e orientações sobre o
diabetes, o uso de insulina, as vantagens e benefícios da utilização da caneta
preenchida de insulina, além de um conteúdo que desmistificam "fake
news".
Para mais informações,
acesse:
No Facebook: https://www.facebook.com/acanetadasaude
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