Levantamento da Inclue foi realizado com 116 pessoas
com deficiência ou necessidades específicas
"Sofri
preconceito no momento do atendimento por ser negra e pessoa com deficiência.
Não fiz a compra que desejava e fui inferiorizada. Sai da loja com sentimento
de vergonha causado pelo comportamento inadequado da vendedora". "O
vendedor foi até atencioso, mas me questionou por que iria comprar uma TV
grande se não enxergo".
Estes depoimentos são
de pessoas com deficiência que relatam o que vivem cotidianamente quando vão a
qualquer loja do varejo.
Pesquisa realizada
pela Inclue - startup que oferece treinamento para lojas e agendamento de
atendimento para pessoas com deficiência e mais de 60 anos - aponta que 67,2%
dos entrevistados indicam falta de capacitação e acessibilidade no varejo. Do
total, 26,7% estão satisfeitos com os atendimentos recebidos e 6% não opinaram.
"As marcas não estão preparadas para atender as pessoas com deficiência e
idosos e ainda não oferecem a elas uma boa experiência de compra. Isso faz com
que tenham muitos obstáculos para consumir e pouco acesso ao varejo",
afirma Sonny Pólito, um dos fundadores da Inclue, que também é deficiente
visual.
O levantamento foi
realizado com 116 pessoas com algum tipo de deficiência ou acompanhantes que
sinalizaram a experiência de consumo em estabelecimentos comerciais como lojas
de material de construção, vestuário, calçados, supermercados, joalherias,
lojas de shopping, de eletrodomésticos, restaurantes, perfumarias, óticas,
pizzaria, dentre outros.
As experiências foram
relatadas por moradores dos estado de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná,
Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Ceará, Amapá, Rio de
Janeiro e Maranhão.
Os participantes da
pesquisa, a maioria deficiente visual, tiveram espaço para indicar pontos
positivos e negativos nos atendimentos oferecidos pelo varejo. "O vendedor
não falou comigo, só falou com o meu acompanhante". "O garçom deixou
a refeição longe do meu alcance. Estava nitidamente sem jeito de lidar comigo.
Parecia que eu era de outro planeta". "Precisei de apoio da Polícia
Militar para falar com o gerente porque não tinha funcionário para me
atender". "Atendimento excelente para deficientes visuais;
profissionais preparados".
Dentre os
apontamentos, a maioria refere-se ao comportamento do atendente na hora de
receber o cliente com deficiência ou dificuldade de locomoção. Do total de
entrevistados, 10% sinalizaram para a falta de acessibilidade, apenas rampas de
acesso na maior parte dos estabelecimentos.
Diante dessa realidade,
surge a Inclue. Composta por três pilares - Treinamento, Sistema de Atendimento
e Sistema de avaliação do atendimento chega ao mercado para facilitar e
proporcionar mais acessibilidade a quem tem necessidades específicas e a maior
conscientização e mobilização sobre inclusão social.
Conheça a Inclue
A Inclue auxilia as
empresas varejistas na implementação de estratégia de customer experience, com
treinamentos em sistema de Educação à Distância (EaD) e aos clientes de lojas
cadastradas, oferece aplicativo para agendamento do dia, horário e a
necessidade que possui na hora de ir até um estabelecimento comercial.
Com as informações em
mãos, o lojista e sua equipe, já treinada, disponibilizam atenção e oferecem um
atendimento direcionado para a pessoa com deficiência ou o idoso, o que
proporciona mais independência e uma experiência prazerosa aos clientes.
Levantamento do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que são
aproximadamente 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência.
Incluídos nesta estatística, os sócios fundadores da Inclue - Sonny Pólito e
Rodrigo Piris - sabem bem as dificuldades encontradas por este público e, por
experiência pessoal, buscaram alternativas para reduzir ou excluir atendimentos
improvisados no varejo.
Unidos por um sonho em
comum, Pólito, que possui deficiência visual, e Piris, diagnosticado com
Transtorno do Espectro Autista (TEA), mostram que as marcas podem fazer muito
mais para melhorar o relacionamento e fidelizar clientes com necessidade
específica (PCD ou 60+). "O atendimento ajuda as pessoas com deficiência,
por exemplo, a pegar os produtos que precisam, passar no caixa, acompanhar até
o carro", exemplifica Piris.
Nenhum comentário:
Postar um comentário