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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Resiliência e esperança: mãe supera infecção e cirurgia mamária e consegue amamentar na segunda gestação


Mês do Aleitamento Materno reforça importância do ato.


A maternidade real visa desconstruir alguns mitos e ideais imaginários que envolvem o dia a dia de mães e filhos. E a amamentação está entre os temas mais importantes a serem debatidos e é lembrado pela campanha Agosto Dourado, mês que marca o incentivo ao aleitamento materno. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 6 milhões de vidas são salvas por causa da amamentação, mas alguns problemas podem ocorrer durante o processo, e o surgimento de um abscesso mamário é um deles.

Foi isso que Renata Gongo, de 30 anos, precisou enfrentar logo depois do nascimento do seu primeiro filho, Antoni Thiago. A mãe de primeira viagem se viu diante de uma situação complicada: com um bebê de apenas 29 dias de vida, ela recebeu o diagnóstico da doença e precisou ser internada para tratamento adequado no Complexo Hospitalar de Niterói (CHN).

De acordo com Daniela Gomes Machado Selano, ginecologista, obstetra e coordenadora do CHN Mulher, um abscesso mamário é um problema comum em mulheres de 15 a 45 anos, principalmente naquelas que estão amamentando. “Trata-se do acúmulo de pus na mama, decorrente da complicação de uma infecção, normalmente causada por uma bactéria, que não foi tratada ou recebeu tratamento inadequado”, afirma a médica.

Renata passou 11 dias internada, foi submetida a uma cirurgia de drenagem e precisou retirar tecido mamário, permanecendo em tratamento por quatro meses até que o abscesso fechasse por completo, o que a impediu de amamentar Antoni nesse período.

Ela conta que, por falta de informação e por estar na primeira gestação, achava que os sintomas fossem normais. “A princípio, não achei que fosse algo tão grave, mas quando me disseram que eu deveria ficar internada, conforme foram passando os dias, foi complicado aceitar. O Antoni estava com 29 dias de nascido, eu internei um dia antes de o meu filho completar um mês de vida”, relatou, emocionada, a paciente.

A dra. Daniela faz um alerta sobre os sinais da doença: “É preciso ficar atenta a sintomas como dor, inchaço, vermelhidão e a temperatura da mama, pois eles podem indicar agravamento da infecção.”

Depois de todo o tratamento, que foi considerado um sucesso, Renata tentou continuar amamentando o Antoni ainda por quase dois anos, contudo, não conseguiu. Todavia, a vida daria a ela uma nova oportunidade de viver a experiência do aleitamento materno: ela engravidou novamente e viveu fortes emoções durante a chegada de Antonela, sua segunda filha. 

A história vibrante começa a caminho da maternidade do CHN, quando Renata – já com 38 semanas de gestação – entrou em trabalho de parto, mas não conseguiu esperar: a Antonela nasceu dentro do carro, antes de chegar ao hospital. Graças à resiliência e à esperança materna, Renata insistiu em amamentar a filha – que nascera saudável mesmo em circunstâncias atribuladas –, e, depois das primeiras horas, conseguiu concretizar a vontade de mamar.

Segundo Renata, a experiência com a amamentação na segunda gestação foi totalmente diferente. “Tive muito apoio de médicos e enfermeiros; recebi orientação sobre a forma correta de dar de mamar e superei as dificuldades que a sequela do abscesso mamário tinha me imposto. A ajuda dos profissionais foi essencial. Deixo um recado para as outras mães: não desistam, não é fácil, é doloroso, mas vai passar e vai dar certo. Essa é a maternidade real”, finaliza.


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