Nutricionista da
Superbom discute sobre distúrbios relacionados à comida e dá dicas para autocuidado
e saúdeFreepik
Com a chegada da pandemia do covid-19, a pessoas tiveram que, quase que de forma obrigatória, mudar seus hábitos e se adaptar à nova realidade. Distanciamento social, uso de álcool em gel, isolamento e quarentena foram algumas das medidas adotadas para impedir a disseminação do vírus e assegurar mais segurança contra a doença. Com isso, uma série de impactos foi desencadeada na população, como o psicológico, afetando sua saúde física e mental
Segundo uma pesquisa
realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 80% dos
brasileiros adultos se tornaram mais ansiosos e 9% da população desenvolveu
distúrbios de alimentação durante a pandemia. Esses dados refletem o abalo
psicológico causado pelo isolamento social, podendo provocar transtornos
alimentares, como a compulsão por comida.
Para a OMS, os
transtornos alimentares são caracterizados por um conjunto de doenças de origem
psicológica, genética, ambiental e hereditária, que causam perturbações
nutricionais em um indivíduo. Em relação a compulsão, ela se dá pela ingestão
excessiva de alimentos e o aumento anormal do apetite, chamada de hiperfagia.
Pessoas com histórico de transtornos, como depressão e ansiedade são as mais
suscetíveis a esse problema.
De acordo com Cyntia
Maureen, nutricionista da Superbom, empresa pioneira
na produção de alimentos saudáveis, o fato da população passar mais tempo
em casa devido a quarentena é um agravante. Para a profissional, o fácil acesso
de alimentos em casa, principalmente os ricos em gordura e açúcar, ajudam na
sensação de prazer e bem-estar momentâneos em um período incomum como o da
pandemia e, consequentemente, podem desencadear processos de compulsão. "A
alimentação pode ser uma forma de escape utilizada pela população para lidar
com o atual contexto social. Contudo é necessário estar atento as mudanças
alimentares durante o período", explica.
A nutricionista conta
que o autocuidado deve ser redobrado durante essa fase, e dá algumas dicas
importantes para manter o equilíbrio. "É fundamental buscar formas
alternativas de alimentação, que tenha propriedades mais saudáveis e que
estimulem uma rotina equilibrada". Cyntia destaca que é necessário evitar
comer de forma "emocional", para não ligar as tensões do dia-a-dia
com a alimentação. "Uma excelente opção para não descontar o emocional na
comida é encontrar atividades mais eficientes, como a prática de exercícios
físicos e uma rotina regular de sono. Esses cuidados podem auxiliar na redução
de sintomas como a ansiedade e angústia, infelizmente mais comuns durante a
pandemia", afirma.
A especialista alerta
que para o tratamento de transtornos alimentares como a compulsão é necessário
o acompanhamento multidisciplinar de psiquiatras, psicólogos e nutricionistas.
"Dessa forma cada paciente tem um tratamento específico que esteja de
acordo com suas necessidades físicas, emocionais e nutricionais",
finaliza.
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