De acordo com pesquisas, a perspectiva é que o
crescimento do número de pessoas vacinadas irá oxigenar a comemoração da data
especial. Especialista do Sebrae recomenda o investimento em canais de vendas
tanto presenciais como online
Com o avanço da campanha de vacinação contra o
coronavírus, com a primeira dose aplicada em quase 50% da população, cresce a
expectativa dos pequenos negócios pela retomada do nível de faturamento
anterior ao início da pandemia. O Dia dos Pais, celebrado no próximo domingo
(8), promete aquecer o varejo. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de
Shopping Centers (Abrasce), a estimativa é que ocorra um aumento médio de 32%,
em relação às vendas do ano passado, no mesmo período. Esse crescimento
corresponde a um faturamento de R$ 870 milhões a mais no caixa das empresas.
A mesma pesquisa mostra que a intenção de
presentear a figura paterna também cresceu, assim como o valor dos presentes
comprados. O tiket médio aumentou 11,6%, em relação ao ano passado, com
expectativa que fique em R$ 192. Tradicionalmente, os setores que mais
movimentam produtos e serviços nessa temporada são os de artigos esportivos,
eletrônicos, calçados e alimentos.
A analista de competitividade do Sebrae, Verônica
Couto, chama a atenção para a importância de investir nas formas presenciais e
online de venda. “Sem dúvidas, o comportamento de compra online se intensificou
enormemente com a pandemia. Para compra de produtos eletrônicos, já havia uma
boa familiaridade e aceitação por parte do consumidor. Agora, essa prática já
está consolidada em praticamente todos os segmentos. As pessoas compram desde
itens para o vestuário até o jantar para o Dia dos Pais. Por isso, é importante
que o dono de micro e pequenos negócios se prepare para o atendimento
presencial e online. Todo o relacionamento que foi construído durante a
pandemia, pode ser usado agora com aquelas pessoas que já se sentem mais
encorajadas a sair de casa”, indica.
“Uma outra tendência que tem se mostrado positiva é
a compra online, com a busca pelos produtos presencialmente. Os micro e
pequenos negócios também devem investir nisso, pois é mais uma prática que
favorece as vendas”, destaca Verônica. A analista reforça a necessidade
constante do investimento nos meios digitais para favorecer o processo de atração
e prospecção de vendas. “É preciso estar atento às novas possibilidades de
venda e relacionamento abertas pelas redes sociais. As empresas precisam
aprender a utilizar o marketing digital como ferramenta de conexão com seus
consumidores. Quanto mais personalizada a comunicação com seu cliente, maiores
as chances de engajamento e de compra. As datas comemorativas são ótimas
oportunidades para ganho de novos clientes e fidelização dos que já fazem parte
da sua rede, uma vez que há recorrência anual”, diz.
Kits personalizados e adequados à crise
A microempreendedora Patcha Pietrobelli, criadora
do @PãodaPatcha, com
operação em São Paulo, vem investindo no relacionamento online com os clientes
durante a pandemia. Segundo ela, o Dia dos Pais tem movimentado os pedidos, e,
por isso, ela também já aumentou a produção. “Já cheguei no meu limite de
produção para sábado e abri uma agenda extra no domingo para pegar ainda mais
pedidos. Estou recebendo encomendas tanto de quem irá passar o Dia dos Pais em
família, como de quem vai viajar e mandar uma lembrança. Sinto que tanto as
comemorações estão aumentando, como também as viagens. Tenho uma relação
afetiva com meus clientes então acabo sabendo sua programação completa. Mesmo
muitos tendo tomado só uma dose já se sentem confortáveis para sair mais de
casa e encontrar amigos e família, com todos os cuidados necessários, é claro”,
afirma.
Aproveitando
a proximidade com os consumidores, criada através de listas de transmissão
personalizadas no Whatsapp e nas redes sociais, a microempreendedora lançou
kits personalizados, com menores quantidades e, consequentemente, com valores
mais atrativos. “Tomei uma decisão bem acertada de reduzir o tamanho e valor
das cestas, além de montar uma alternativa mais em conta que são os kits. As
vendas estão aumentando sim, mas a crise continua. Os clientes estão negociando
e escolhendo opções mais baratas. Eu preciso vender e eles desejam comprar”,
completa Patcha.
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