Otorrinolaringologista do Hospital Paulista explica diferenças entre as doenças e destaca importância da imunização contra a gripe e o vírus
Se, no geral, o inverno é uma estação que pede mais cuidados com a saúde, especialmente neste ano as baixas temperaturas exigem uma atenção redobrada, já que 2021 aliou a pandemia de Covid-19 e o tempo frio recorde.
Recentemente, a capital paulista registrou sua
menor temperatura nos últimos cinco anos, atingindo 4,3ºC, segundo o Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet). Além disso, em cidades do Sul do Brasil, as
baixas chegaram a -8,6°C., números bastante convidativos às doenças de vias
aéreas.
O otorrinolaringologista Arnaldo Braga Tamiso,
do Hospital Paulista, explica como distinguir uma gripe ou resfriado dos
sintomas da Covid, incluindo a variante Delta, que, segundo ele, tem
indicativos ainda mais preocupantes e semelhantes à uma gripe forte.
Gripe, resfriado ou
Covid-19?
Dr. Tamiso afirma que
o resfriado é um tipo de infecção que acomete as vias aéreas superiores, com
foco principal no nariz e na garganta. Seu quadro costuma ser mais leve e
limitado, variando entre coriza, espirros e mal-estar.
"Na gripe, os
sintomas são mais pronunciados, envolvendo febre, dores no corpo, tosses, e,
frequentemente, envolvem uso de medicamentos. Ela pode, inclusive, levar
crianças, idosos e pacientes com alergias respiratórias e doenças crônicas a
internações", explica.
Informações
complementares do Ministério da Saúde indicam que a gripe é causada por um
grupo de vírus da família Influenza e seus sintomas geralmente aparecem de
forma repentina, com febre, vermelhidão no rosto e cansaço, sinais que tendem a
diminuir entre o segundo e o quarto dias, dando lugar a sintomas respiratórios,
como a tosse seca.
Com relação à
Covid-19, o especialista do Hospital Paulista destaca que a identificação pode
ser um pouco mais complexa, tendo em vista que o vírus já sofreu diversas
mutações desde o seu surgimento, em decorrência da quantidade de variantes que
surgiram nos últimos meses.
Se no início as tosses
secas e as perdas de olfato e paladar eram suficientes para ajudar na
identificação do Coronavírus, agora é necessário prestar mais atenção, pois os
sintomas estão cada vez mais parecidos com os da gripe, sinaliza o médico.
"Com a nova
variante Delta, temos um grupo de sintomas diferente da Covid original. Os
sinais são muito próximos aos de uma gripe forte e também incluem dores de
cabeça. Nestes casos, a testagem é a única forma eficaz de diferenciar o quadro
viral", ressalta.
Tratamentos e vacinas
Dr. Tamiso afirma que
os resfriados leves podem ser tratados em casa, com a ajuda de analgésicos e
antitérmicos, mas alerta para a importância de manter o isolamento social. Caso
os sintomas se estendam ou piorem, é necessário buscar um especialista para a
realização do teste de Covid. Em caso positivo, o paciente deve permanecer em
quarentena.
"É importante
que o paciente esteja bastante atento à duração e à severidade dos sintomas. O
quadro precisa ser observado e, se eles persistirem ou piorarem em média após
dois dias, buscar ajuda médica é imprescindível."
O médico reitera ainda
a importância das imunizações contra a Covid-19 e a gripe. Neste último caso,
segundo o especialista, a dose funciona entre 3 e 4 tipos específicos de gripe
que pertencem ao grupo do vírus H1N1.
"Nos outros
diversos tipos de vírus causadores de gripes ou resfriados, como o Adenovírus,
por exemplo, a vacina possui pouca ou nenhuma ação. Mas, ainda assim, por mais
que o indivíduo vacinado, eventualmente, fique gripado ou tenha sintomas da
doença, os riscos de internação por H1N1 são muito baixos", detalha.
Sobre a eficácia das
vacinas disponíveis contra a nova variante Delta, Dr. Tamiso ressalta que todos
os imunizantes são capazes de abrandar a força do vírus.
"Todas as doses
que temos disponíveis no Brasil são capazes de diminuir o aumento do número de
casos graves. Por isso, é importante que toda a população seja imunizada o
quanto antes", salienta o otorrinolaringologista.
Para que haja a eficácia de ambos os
imunizantes, recomenda-se um intervalo de 15 dias entre as aplicações das
vacinas. "Verifique a disponibilidade da vacina da gripe na sua região e
imunize-se, pois ela é importante. E se a vacinação contra a Covid já tiver
chegado à sua faixa etária, não deixe de se imunizar", finaliza o médico.
É essencial destacar também a extrema
importância da segunda dose da vacina contra a Covid-19, para uma completa
imunização.
Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
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