A hora e a vez dos "chefes" que se saíram bem na pandemia conduzindo de forma mais humanizada suas respectivas equipes chegou. Ou a empresa atual irá valorizá-los ou a chance de receberem alguma boa oferta de mercado surgirá em meio a retomada econômica.
Se o início de 2020 ficou marcado
como um período letárgico, onde boa parte das empresas não sabiam como
agir por conta do início da pandemia agora, mais do que nunca, viveremos a
“tempestade perfeita” para os profissionais que se destacam em suas
respectivas organizações.
Com o volume de trabalho remoto acima
do que se esperava as habilidades que ganharam ênfase no mercado de
trabalho de quase 1 ano e meio pra cá não são detectadas no CV. Sim, fomos
testados dia e noite mentalmente e fisicamente pra dar conta de tudo.
Casa, família, trabalho, equipe, etc... passaram a fazer parte do
cotidiano.
Ano passado, as mudanças que
ocorreram, em sua maioria, foram substituições pontuais ou trocas já
planejadas antes até do COVID-19. Notamos, desde o final de 2020 (mesmo
ainda com a segunda onda do vírus) que as contratações passaram a ser pra
ganho de performance efetivamente, ou mesmo uma nova posição que não existia
anteriormente.
O esgotamento mental dos
colaboradores, somado a essas novas demandas por profissionais e ocorrendo
em paralelo com a volta ao escritório dará o tom da “dança das cadeiras”
no restante do ano. Historicamente, o mercado de trabalho no Brasil se
antecipa as tendências do cenário econômico. Sejam elas positivas ou
negativas. E agora, fica a percepção de que se o pior já passou o momento
de buscar “gente boa” é latente.
Os fatores todos nós sabemos:
Projeção do PIB acima do esperado, alta das commodities no mercado global,
vacinação em massa junto ao público mais economicamente ativo. E esperem
um 2022, ao menos no primeiro semestre, tão ou mais aquecido ainda. Em ano
eleitoral as empresas planejam 80% das contratações na primeira metade do
ano.
Em suma: Nos próximos 12 meses
imaginem um jacaré (não o da vacina, mas você mesmo como profissional) com
a boca aberta. Esperando a melhor oportunidade de sua carreira pra
“abocanhar”. Vai acontecer, só mantenha seu CV atualizado e seu telefone ligado.
A dica nesse momento: Surfem a
onda! Empresas ou profissionais. Entendam a real motivação das
pessoas a médio e longo prazo e não somente pro agora. Empresa com cultura
forte e clima positivo contrata gente que quer deixar uma marca ou um legado
na carreira. Não avaliem somente o CV ou as experiências do passado.
Tente projetar o futuro com seus
novos colaboradores. O mundo mudou e vai mudar ainda mais. Essa nova
geração de líderes que estão sendo formada não coloca o “holerite” como
principal fator decisório numa movimentação. Não é incomum que pessoas
troquem de emprego sem um aumento efetivo no salário. Não se procura
somente emprego hoje em dia.
Melhorem e humanizem quem conduz a
empresa. No pós pandemia as pessoas valorizam detalhes de gestão e skills
humanos do líder que não era tão perceptível antes. Com o Home Office, que
fatalmente se manterá nesse novo modelo híbrido idealizado pro futuro, a
cultura organizacional que entra em nossa casa e não o inverso.
Recentemente fizemos um levantamento
na OPTME entre Outubro/2020 e Abril/2021 e constatamos um aumento de 230%
nas contratações pra alta liderança comparado ao mesmo período antes da
pandemia. Na absoluta maioria que participou dessa pesquisa conosco as
habilidades buscadas pelas empresas, clientes e parceiros não eram
técnicas. Temas como diversidade, ESG e Sustentabilidade também já fazem
parte do vocabulário do (a) líder moderno (a).
Marcelo Arone - headhunter e especialista em empresas que passam por processo de transformação e profissionalização. Há 12 anos atua com recrutamento e seleção pra alta liderança, C-Level e Conselhos. Em 2015 tornou-se Sócio Fundador da OPTME RH. Durante sua carreira já entrevistou mais de 9000 profissionais e contratou aproximadamente 350 pessoas pra mais de 100 clientes em diferentes segmentos.
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