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sexta-feira, 30 de julho de 2021

Os melhores setores para inovar no pós-pandemia

O avanço da vacinação está trazendo perspectivas muito positivas para a retomada do comércio internacional. Após enormes impactos econômicos sentidos por todos os países durante a pandemia, alguns setores já começam a recuperar o fôlego. A volta à normalidade pode ainda estar distante, mas devemos estar atentos às oportunidades de inovar em diversos segmentos.

Muitos economistas já abordam a relação de causa e consequência entre a vacinação e a melhora do desempenho econômico. Inclusive, com tradução implícita na Bolsa de Valores, que obteve uma valorização de 8% entre maio e junho. Após mais de 1,3 milhão de brasileiros terem desistido de procurar emprego durante a crise, segundo o IBGE, o empreendedorismo se tornou a salvação e o novo foco de muitos.

Dentre os setores mais prósperos nesse momento, o agro é definitivamente um dos que mais se destaca. Responsável por mais de um quarto do PIB nacional, o setor cresceu 24,3% em 2020, uma expansão recorde segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Mesmo diante de tantas dificuldades, o agronegócio continuou produzindo, colhendo e principalmente inovando. A transformação digital chegou com força e o uso de mais sofisticadas tecnologias, como os drones para mapeamento de lavouras, estão se tornando cada vez mais comuns. Todas as áreas ligadas ao agro e à alimentação saudável – também intensificada durante o isolamento social – são excelentes pedidas para inovar agora e nos próximos anos.

Os setores automotivo e aeroespacial também devem ficar no radar, principalmente devido ao forte investimento no grafeno. O material promete revolucionar o setor de aço, com propriedade ultraleve e mais resistente. Fique de olho nesses avanços, pois podem abrir boas oportunidades, além do turismo espacial, que parece já ter caído no gosto dos bilionários.

Ainda seguindo o rumo da inovação, as energias sustentáveis também vêm ganhando espaço e destaque dentre os investimentos mundiais – graças ao aumento da preocupação em práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). Nos últimos dez anos, um relatório divulgado pelo Centro de Finanças Climáticas da Imperial College Business School, mostrou que a energia renovável gerou retornos totais significativamente maiores. Foram 422,7% contra 59% para os combustíveis fósseis.

Somente no Brasil, cerca de 83% da nossa eletricidade é gerada por essa fonte. Contudo, em menos de 20 anos, a energia eólica aumentou sua participação na matriz energética de algo praticamente insignificante (0,05%), para 10%, com picos de até 15%, dependendo da estação do ano. Portanto, mantenha seu radar alerta para este setor, pois a tendência é que cresça ainda mais em diversos países. Afinal, o mundo parece ter percebido que a sobrevivência da espécie humana depende da preservação do meio ambiente.

Os investimentos em educação também podem ser positivos, mas é preciso tomar cuidado. Desde o início da pandemia, muitos modelos foram desenvolvidos e criados para se adaptar ao novo cenário, mas sem muito sucesso. Sistemas de ensino híbridos e cursos intensivos foram alguns dos mais utilizados, mas sem o retorno desejado. Sabemos que o setor irá se transformar, mas a incógnita ainda prevalece.

Estamos vivendo um momento difícil para a economia mundial, mas o grande diferencial dos inovadores é justamente ver oportunidades onde todos só enxergam dificuldades. Aqueles que souberem transformar riscos em lucros, certamente serão os beneficiados no médio e longo prazo.  

 


Alexandre Pierro - engenheiro mecânico, físico nuclear e fundador da PALAS, consultoria pioneira na implementação da ISO 56002, de gestão da inovação.

www.gestaopalas.com.br 


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