Depois de cair
quatro posições em 2019, país se mantém na mesma colocação em 2020
No Dia Internacional da Felicidade, comemorado no
dia 20 de março, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, em parceria
com a Gallup, a 8ª edição do World Happiness Report, a pesquisa mundial sobre a
felicidade feita em 153 países. Após anos sucedidos de quedas na posição do
ranking, em 2020 o Brasil permanece em 32º lugar entre os países mais felizes
do mundo.
Embora demonstre um quadro de certa estabilidade,
em 2019 esta posição refletiu uma queda de quatro posições em relação ao
relatório de 2018, quando o Brasil ocupava a 28ª posição. O Estudo revela que
na primeira posição, pelo terceiro ano consecutivo, está a Finlândia. Em último
lugar, em 2020 aparece pela primeira vez o Afeganistão.
Na primeira edição do ranking lançada em 2012, o
Brasil ocupava a 25º posição. Nos anos seguintes o país subiu várias posições
até ocupar o 17º lugar, em 2016, sendo essa a melhor colocação conquistada pelo
Brasil no ranking da felicidade. De lá para cá, a felicidade do brasileiro vem
caindo, até chegar a 32ª posição em 2019, permanecendo este ano.
As justificativas para que o Brasil tenha caído
tantas posições ao longo do tempo são variadas e estão ligadas à corrupção, em
um cenário cujas instituições políticas são constantemente enfraquecidas por
escândalos; à desigualdade social e à violência, que formaram uma tríade que,
segundo os respondentes da pesquisa, impactou negativamente na sensação de
bem-estar e de satisfação com a vida. Assim, é possível dizer que os itens que
mais contribuíram para a queda do Brasil no ranking nos últimos anos foram os
dois últimos fatores de avaliação, a generosidade e a percepção da corrupção.
“Em todo o mundo, esse é um dia de reflexões sobre
como propiciar um desenvolvimento humano sustentável, com foco no bem-estar não
só de indivíduos, mas de comunidades e países. E nada mais atual do que a necessidade
de reflexão pela sociedade dada a pandemia do Coronavírus”, afirma Flora
Victoria, mestre em Psicologia Positiva Aplicada pela Universidade da
Pensilvânia.
Critérios da pesquisa
A pesquisa foi feita com base em seis critérios:
- PIB per capita, em termos de paridade de poder de compra.
- Expectativa de vida saudável.
- Apoio social, medido com base na pergunta: “Se você estiver em dificuldades, você tem parentes ou amigos com os quais pode contar, quer você precise deles ou não?”
- Liberdade para fazer escolhas de vida.
- Generosidade, medida com base na pergunta: “Você doou dinheiro a alguma instituição de caridade no mês passado?”
- Percepção da corrupção.
E o tema do World Happiness Report deste ano foi
“Ambientes para a Felicidade”, concentrando-se especialmente em tratar do meio
ambiente - social, urbano e natural para propiciar condições de vida com mais
felicidade.
A vida urbana é foco de um capítulo, que examina o
ranking de felicidade das cidades e compara com o de áreas rurais em todo o
mundo. Um anexo considera os recentes esforços internacionais para desenvolver
definições comuns de comunidades urbanas e rurais. O ambiente natural é foco de
outro capítulo do Relatório que examina como o ambiente local afeta a
felicidade.
“Com certeza, é uma análise muito pertinente na
atual situação de pandemia do coronavírus, uma vez que esta condição certamente
irá influenciar nos resultados sobre os índices de felicidade nos países. E
tendo em vista essa temática da ONU sobre a reflexão para a felicidade, fica
para nós brasileiros a reflexão de que ainda precisamos desenvolver nossas
condições e ambientes para elevarmos nosso nível de felicidade,” afirma Flora.
Primeiras posições no ranking
Assim como no Relatório do ano passado, os países
nórdicos ocupam a maioria das 10 primeiras posições do Ranking, fato que
permitiu a elaboração de um capítulo exclusivo sobre o assunto nesta edição.
Ele analisa a felicidade nesses países e apresenta conclusões que evidenciam
que uma maior confiança pessoal e institucional é um fator-chave para explicar
por que as avaliações da vida são tão altas nesses países.
Em anexo está o ranking dos 40 países mais felizes
segundo o Relatório de 2020.
Sobre o World Happiness Report
O World Happiness Report é uma pesquisa anual
realizada pela Rede de Desenvolvimento de Soluções Sustentáveis da ONU. A
iniciativa surgiu para atender um chamado da própria ONU. Em 2011, A Assembleia
Geral das Nações Unidas adotou a resolução 65/309, cujo título era “Felicidade:
Rumo a Uma Definição Holística de Desenvolvimento”. Na resolução, a ONU
convidava os países membros a medir a felicidade de suas populações e usar os
resultados como base para orientar políticas públicas.
O tema do World Happiness Report deste ano foi
Ambientes para a Felicidade. No ano passado, o tema foi Felicidade e
Comunidade. Desde sua criação, a pesquisa já abordou temas como refugiados e
imigrantes, desenvolvimento sustentável, ética e fundamentos sociais da
felicidade – tendo sempre como foco o modo como essas questões impactam a
felicidade das nações.
Sobre Flora Victoria
Flora Victoria é mestre em Psicologia Positiva
Aplicada pela University of Pennsylvania e considerada Embaixadora da
Felicidade no Brasil pelo evento mundial World Happiness Summit. É autora de
importantes obras como Semeando Felicidade (2017) e Florescimento na Prática
(2019). Possui graduações acadêmicas e especializações nas áreas de Governança
Corporativa, pela Harvard Business School; MBA, pela FGV; Marketing, pela ESPM
e Tecnologia, pela Universidade de São Caetano do Sul (USCS).
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