Fundação Pró-Renal
reforça os cuidados com estes pacientes; Paraná tem mais de 1.300 pessoas na
fila de espera por um transplante de rim
Ficar em casa não é opção para quem está em
tratamento de hemodiálise. Para manter o corpo funcionando, é necessário se
deslocar, pelo menos, três vezes por semana, até uma clínica para realizar
o tratamento, que dura em torno de três a quatro horas. Considerados
de alto risco em tempos da COVID-19, o Coronavírus, os cuidados básicos com a
higiene são fundamentais para que estes pacientes não sejam infectados.
A Fundação Pró-Renal, que assiste mais de 800
pacientes renais crônicos das clínicas conveniadas, alerta que o
risco de contaminação e piora no tratamento é extremamente preocupante para
este grupo, que pode apresentar o quadro mais grave do contágio do vírus. São
pacientes que perderam a função renal devido a outras doenças associadas à
doença renal: diabetes, hipertensão, obesidade ou, ainda, histórico familiar de
doença renal ou cardiovascular. Segundo dados da Associação Brasileira de
Transplante de Órgãos (ABTO), mais de 37 mil pessoas estão na lista de
transplante no Brasil, sendo 25 mil por um rim. No Paraná, mais de 1.300
pessoas ainda estão na fila de espera aguardando um rim para o
transplante.
Outros grupos de riscos que também podem ser
afetados gravemente incluem hipertensos, transplantados, doentes crônicos,
obesos, fumantes, diabéticos e idosos.“Estamos recomendando que medidas de
isolamento social sejam obedecidas pela população. Nossos pacientes em
hemodiálise precisam vir até as clinicas três vezes para a manutenção da vida”,
afirma Marcelo Mazza, médico nefrologista da Fundação Pró-Renal e presidente da
Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
De acordo com o médico, quem faz hemodiálise não
tem a opção de ficar em casa para realizar o tratamento, apenas àqueles que já
realizam a diálise peritoneal, que é uma terapia realizada diariamente na casa
do paciente com insuficiência renal. “Quem está em diálise peritoneal tem a
vantagem de estar em casa. Hoje, com a liberação da telemedicina pelo Conselho
Federal de Medicina, muito das dúvidas que podem acontecer em relação ao
tratamento, que não necessitem de deslocamento, estes pacientes tem mais
vantagens”, afirma.
Mas o medo ronda quem está nos grupos de riscos e
precisa sair de casa para realizar o tratamento. Com Doença Renal Crônica
(DRC), Edna Aparecida Nunes, paciente da Pró-Renal, diz que está redobrando os
cuidados diários e pede que a população colabore e fique em casa para evitar a
proliferação da doença, que pode ser mortal para quem está em tratamento ou na
fila de espera por um transplante de rim. “Saio da clínica, chego em casa e
troco de roupa. Tomo banho e passo álcool em gel. Não deixo pessoas estranhas
entrarem em minha casa e meus filhos, quando chegam da rua, vão direto para o
chuveiro”, comenta.
Cuidados com a higiene x
Coronavírus
A COVID-19 é transmitido por gotículas de saliva,
espirro, tosse ou catarro que podem ser repassados por toque ou aperto de mão,
objetos ou superfícies contaminadas pelo infectado.
O Ministério da Saúde recomenda lavar as mãos
frequentemente com água e sabão, por pelo menos 20 segundos, ou usar
desinfetante para as mãos à base de álcool 70%, quando a primeira opção não for
possível. Outras formas de se proteger é evitar tocas nos olhos, nariz e boca
com as mãos não lavadas, evitar contato com pessoas doentes, usar lenço de papel
para cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar e descarta-lo no lixo. Não
compartilhe copos, talheres e objetos de uso pessoal.
O que fazer em caso de
contaminação?
"No caso do indivíduo adquirir a infecção e
ter sinais como febre, tosse e falta de ar, ele deve procurar imediatamente
assistência médica e lá busquem as orientações necessárias", afirma Mazza,
médico da Pró-Renal, que complementa que pacientes idosos, obesos e diabéticos
tem uma evolução pior da doença, "apesar dos jovens não estarem imunes à
contaminação", alerta. Pacientes em tratamento de diálise deve informar
imediatamente à sua equipe de saúde para orientações.
Pró-Renal
Redes Sociais: @fundacaoprorenal
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