Pesquisar no Blog

sexta-feira, 27 de março de 2020

Liberar bicicletas nos vagões e reabrir bicicletários públicos contribuem no combate a COVID19


Bicicleta não é só lazer e diversão, mas uma opção segura para o deslocamento de quem precisa trabalhar para manter a cidade funcionando. Ações para aumentar o uso da bicicleta também são estratégicas para desafogar sistemas de transporte e saúde.


Na última segunda-feira (23/04/2020), ficamos sabendo, através das redes sociais do Metrô, que os bicicletários da operação “deixariam de funcionar” e que “o transporte de bicicletas está suspenso”. Também recebemos com surpresa um comunicado informando o fechamento do bicicletário do Largo da Batata cumprindo determinação da Prefeitura Municipal, pela operadora Tembici.

A Ciclocidade, e todas as organizações da sociedade civil que assinam este posicionamento, pedem a imediata revogação das medidas, uma vez que essas escolhas não têm justificativa técnica e vão na contramão do que vem sendo adotado em diversas cidades ao redor do mundo, como Bogotá, Londres, Lisboa e Nova York - só pra citar alguns exemplos. Nessas cidades, a bicicleta está sendo incentivada como modo de transporte para barrar a propagação do vírus. É preciso respeitar a bicicleta como parte integrante do sistema de transporte das cidades e, mais do que isso, entender que é uma aliada importante no combate ao coronavírus, por se tratar de um transporte individual e de um veículo muito utilizado na logística, especialmente para o gênero alimentício.

A orientação é ficar em casa, mas todos sabemos que há serviços essenciais que precisam continuar funcionando para garantir a vida nas cidades. Toda a massa de trabalhadores que segue tendo de sair de casa precisa que o Estado garanta seu direito de ir e vir, fazendo uso do sistema de transporte coletivo da cidade que precisa ser mantido nesse momento. Os bicicletários da cidade promovem a intermodalidade das linhas e estações que fazem parte desse sistema e, portanto, devem ser mantidos funcionando integralmente para garantir os direitos dos trabalhadores .

Aqui destacamos a massa de trabalhadores que precisam pedalar para trabalhar, como é o caso dos milhares de ciclistas-entregadores que cruzam a cidade transportando comida, remédio e outros produtos em suas costas. A medida imposta pelas Secretarias de Transporte tanto do Estado quanto do município - STM e SMT - só dificulta ainda mais a logística de muitos deles, que dependem dos bicicletários para ter segurança, bem como tantos outros trabalhadores que escolheram a bicicleta como veículo. Outra categoria que pode ser beneficiada são as pessoas que trabalham na área da saúde, também fundamentais no momento .

Para além da revogação imediata das medidas de fechamento dos bicicletários, gostaríamos de pedir que o Governo do Estado, Secretaria de Transportes Metropolitanos, Metrô e CPTM aproveitem a oportunidade e repensem seus horários de transporte de bicicletas nos trens, uma vez que essa ampliação pode ajudar a desafogar o uso do sistema de transporte coletivo da cidade, que apresenta maior risco para a proliferação do vírus causador da doença COVID-19. São medidas nesse sentido - de estímulo ao transporte em bicicleta - que têm ajudado cidades ao redor do mundo a combater a epidemia do coronavírus .
 


Nossas propostas de ações emergenciais para o momento são:
·          
·         Reabertura de todos os bicicletários públicos, sob
·         responsabilidade municipal e estadual, com as devidas ações de precaução, tanto para equipes que trabalham nesses equipamentos, bem como para com usuários. 
·          
·         Liberação total das bicicletas nos trens da CPTM e
·         Metrô, além dos Ônibus Intermunicipais, balsas e travessias, contribuindo para que os ciclistas evitem outros meios de transporte, como carros por aplicativos, ônibus e vans lotados;
·          
·         Proibição que cidades paralisem o sistema de transporte
·         público, além de manter ou aumentar a oferta de vagões (CPTM e Metrô) e ônibus (SPTrans e EMTU), diminuindo a concentração de passageiros e aumentado a distância entre os mesmos.
·          
·         Aumento com agilidade da infraestrutura cicloviária, com
·         sinalização de ciclofaixas temporárias - ainda que de forma provisória - fortalecendo principalmente as conexões da periferia, pontes e rodovias com trechos urbanos; 
·          
·         Reabertura da Ciclovia do Rio Pinheiros. A estrutura é um eixo
·         importante de transporte para os trabalhadores que precisam cruzar a cidade da Zona Sul à Zona Oeste com segurança.
·          
·         Promoção de campanhas de comunicação em todo
·         os Estado para garantir mais segurança para ciclistas e pedestres nas ruas e rodovias das cidades, intensificando fiscalização de trânsito, principalmente com relação a limites de velocidade, considerando o aumento das velocidades pela redução dos congestionamentos. 
 
Numa crise como essa é preciso ter inteligência e ousadia e não preconceitos ou achismos, para propor ações que quebrem o ciclo de propagação da doença; aliviar a demanda nos ônibus, melhorar a ciclologística e tornar a mobilidade mais eficiente e integrada são algumas delas.
 
Assinam esta manifestação pública:
 
·          
·         Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo - Ciclocidade 
·          
·         Instituto Aromeiazero 
·          
·         Associação Brasileira do Setor de Bicicletas - Aliança Bike
·          
·         Instituto CicloBR
·          
·         Bike Zona Sul
·          
·         Cidadeapé - Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo
·          
·         União dos Ciclistas do Brasil - UCB
·          
·         Bike é Legal
·          
·         Bike Zona Leste
·          
·         Idec - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor 
·          
·         Ciclocomitê Paulista
·          
·         Vá de Bike
·          
·         Ascobike - Associação dos Condutores de Bicicletas de Mauá
·          
·         Rede Bike Anjo



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados