Apesar de a vacina não imunizar contra
o novo coronavírus, a campanha é fundamental para reduzir o número de pessoas
com sintomas respiratórios no sistema de saúde
Na segunda-feira,
23 de março, o Ministério da Saúde deu início à Campanha da Vacinação contra a
Gripe, um mês antes da data acordada no calendário oficial, como estratégia para proteger de forma
antecipada os públicos prioritários contra os vírus mais comuns da gripe. A
vacina, que protege contra H1N1, H3N2 e Influenza B, não imuniza contra o novo
coronavírus, no entanto, é fundamental para reduzir o número de pessoas
com sintomas respiratórios no sistema de saúde.
Segundo o dr.
Horacio Cardoso Salles, gerente da Medicina Ambulatorial do Seconci-SP, a estratégia de antecipar
a campanha é essencial no período de pandemia. Como os sintomas da Covid-19 são
semelhantes aos da gripe, como tosse, febre e coriza, a vacina auxiliará os
profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para coronavírus.
“Na prática, quem for
vacinado e apresentar os sintomas, já entra no grupo de suspeitos de
coronavírus, por isso a importância de obtermos uma alta taxa da cobertura
vacinal em todo o país”, explica o médico. “Além disso, a vacina ainda minimiza
o risco de coinfecção, quando a gripe e o coronavírus acometem juntos uma mesma
pessoa, o que aumenta o risco de complicações e letalidade”, complementa.
A meta é que a cobertura da
vacina alcance ao menos 67 milhões de brasileiros. Neste ano, a ação ocorrerá
em três etapas definidas pelo Ministério da Saúde. A primeira, que começou na
última segunda-feira, 23 de março, é voltada a idosos e trabalhadores da saúde.
A partir do dia 16 de abril serão vacinados os doentes crônicos, professores da
rede pública e privada, além dos profissionais das forças de segurança e
salvamento.
Já a terceira etapa, que
começará no dia 9 de maio, priorizará crianças de 6 meses até 6 anos, pessoas
com 55 a 59 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas com
deficiência, indígenas, funcionários do sistema prisional, adolescentes e
jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, e população privada de
liberdade.
Segundo o dr. Salles, pessoas
com hipersensibilidade aos componentes da vacina (como as proteínas do ovo) e
que tenham apresentado reações alérgicas após uma das doses ou doenças febris
agudas tornam a mesma contraindicada. A vacina também pode levar a efeitos
colaterais. Além da dor no local, de pequena intensidade e com duração de até
dois dias, a pessoa pode ter febre, mal-estar e dores musculares. No entanto,
essas reações são mais frequentes em pessoas que não tiveram exposição anterior
aos antígenos da vacina, como as crianças.
Durante quarentena,
Ministério da Saúde alerta sobre a segurança nas filas para a imunização
A orientação aos
profissionais que trabalharão na campanha da vacinação da gripe é para que haja
organização da fila e do ambiente. Além disso, deverá ser feita uma triagem com
identificação de sintomático respiratório – presença de febre, tosse, coriza e
falta de ar. Cada profissional deverá usar caneta própria, e álcool deverá
ficar disponível para uso.
"Independentemente do
grupo de risco ou idade, é ideal que haja uma distância de dois metros entre as
pessoas na fila. Também é recomendada a aplicação da dose em horários
alternativos. Alguns postos estão aplicando a vacina em pessoas dentro do
carro, para evitar aglomerações", orienta o médico.
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