O que é endometriose? Doença pode causar
infertilidade. Entenda!
Problema atinge uma em cada 10 brasileiras. O mês
de março é mundialmente dedicado à conscientização da doença.
A
endometriose é uma das principais causas de infertilidade no sexo feminino no
mundo, afetando cerca de 200 milhões de pessoas, segundo as organizações
mundiais de endometriose. De acordo com o Ministério
da Saúde, uma em cada 10 brasileiras tem a doença. Por isso, o mês de março
é dedicado à conscientização mundial da endometriose.
“Cerca
de 50% a 60% das pacientes com endometriose podem desenvolver a infertilidade”,
alerta a especialista em reprodução assistida, Cláudia Navarro. Isso significa
que apenas uma parcela dessas mulheres não será infértil. “Algumas têm o
problema, mas não apresentam dificuldade para engravidar”, diz a especialista.
O
que é?
A endometriose é uma doença que se caracteriza pela presença do endométrio - camada que
reveste o interior do útero – fora dele, podendo acometer vários órgãos, entre
eles a bexiga, os ovários e o intestino. Além disso, é
comum em mulheres em idade
fértil, diagnosticada principalmente na faixa etária dos 20 aos 30 anos.
Sintomas
O sintoma
mais comum é a cólica forte e prolongada, muitas vezes interpretada como um
sinal comum da menstruação. “Por isso, pouca gente decide investigá-la. Em
alguns casos, ela pode vir acompanhada de dor durante a relação sexual ou na
hora de evacuar. Porém, nem sempre há sintomas e muitas mulheres só descobrem a
endometriose quando começam a investigar a infertilidade”, pontua a especialista.
Cláudia
esclarece, porém, que o grau da dor nem sempre está relacionado à gravidade da
doença. “Podemos ter pacientes totalmente assintomáticas com lesões severas e
pacientes com sintomas muito fortes e uma endometriose leve”, explica. As dores, segundo a médica, e a dificuldade para
engravidar são os principais sintomas que levam as mulheres a investigarem o
problema.
Diagnóstico
e tratamento
Exames de
ultrassonografia ou ressonância magnética podem sugerir fortemente a presença
de endometriose. Isso ajuda o médico a programar uma conduta individualizada.
Segundo a especialista, os tratamentos para a endometriose podem ser divididos
em cirúrgicos ou medicamentosos:
- Entre os tratamentos medicamentosos, o mais utilizado é o uso da pílula anticoncepcional, principalmente de forma contínua;
- As injeções de hormônio também podem ser utilizadas, mas, o mais importante, atualmente, é a individualização do tratamento;
- Anti-inflamatórios e analgésicos podem ser administrados, porém, eles apenas aliviam os sintomas, e não tratam a doença em si;
- Já o tratamento cirúrgico irá depender, principalmente, da forma de apresentação da doença e dos sintomas da paciente.
Desejo
de ser mãe
Segundo
Cláudia Navarro, o tratamento da endometriose precisa levar em consideração o
desejo da mulher em ser mãe. “Se a gravidez estiver no planejamento do casal,
precisamos saber se é um desejo imediato”, pondera. “É importante considerar se
não há interferência de fatores externos como, por exemplo, um resultado
alterado no espermograma
do parceiro”, diz.
“Caso
a paciente esteja enfrentando dificuldade para engravidar, a melhor proposta é
utilizar um dos tratamentos disponíveis para infertilidade”, orienta Cláudia.
As mulheres que planejam uma maternidade futura devem ser acompanhadas por
especialista para evitar a progressão ou piora da doença.
“O
importante é sempre procurar ajuda especializada, e não esquecer que cada
paciente deve ser avaliada individualmente. O melhor tratamento para uma
paciente pode não ser eficaz para outra”, explica.
Cláudia Navarro - especialista em reprodução
assistida e diretora clínica da Life Search. Graduada em Medicina pela UFMG em
1988, Cláudia titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e
ginecologia) pela instituição federal. Atualmente, atua na área de reprodução
humana, trabalhando principalmente os seguintes temas: infertilidade,
reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de
gametas.
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