Especialista do
Hospital São Camilo ressalta importância do acompanhamento pós-operatório
multidisciplinar para evitar o problema
A gastroplastia, também chamada de cirurgia
bariátrica ou redução do estomago, é uma das opções mais indicada para quem
está lutando contra os problemas relacionados à obesidade. A cirurgiã do
aparelho digestivo que atua na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo Dra.
Carina Fernandes Barbosa revela que o procedimento pode ajudar a reduzir
diabetes, hipertensão, enxaqueca, depressão, apneia do sono, colesterol
alto, asma, esteatose hepática, doença do refluxo, ovários policísticos,
incontinência urinaria, osteoartrite, varizes e gota.
No entanto, segundo a especialista, para obter e manter
os bons resultados com o procedimento, é fundamental promover uma mudança de
hábitos.
“O reganho de peso pós-cirurgia bariátrica,
normalmente, está vinculado à ausência de mudança no estilo de vida dos
pacientes. A falta de atividade física, más escolhas alimentares e o não
acompanhamento psicológico estão entre os agravantes”, alerta a especialista.
De acordo com dados de 2017 da Sociedade Brasileira
de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), cerca de 15% das pessoas que fazem
o procedimento não conseguem manter bons resultados.
Para combater esses números, a médica conta que a
Rede São Camilo de São Paulo criou um programa que é conduzido por uma equipe
multidisciplinar, cujo foco é dar suporte especializado aos pacientes que
realizam a cirurgia.
“A equipe é composta por nutricionistas,
psicólogos, fisioterapeutas e/ou preparadores físicos. Esse time, juntamente
com o cirurgião bariátrico, acompanha o paciente desde a pré-cirurgia até o
pós-operatório, dando todo o apoio necessário na jornada da cirurgia
bariátrica.”
O acompanhamento é feito individualmente através de
consultas, e o direcionamento pode variar para cada paciente. “Em alguns casos,
como da obesidade mórbida, por exemplo, o tratamento é crônico e multifatorial,
e depende de diversos profissionais atuando em sua área específica para que
seja possível identificar as causas e definir a melhor abordagem”, explica.
Além disso, também são realizados encontros
periódicos, onde os pacientes têm a oportunidade de conhecer pessoas que
vivenciaram situações parecidas e podem compartilhar suas experiências. “Essa
troca é muito rica, os pacientes encontram apoio uns nos outros e encaram as
mudanças físicas e emocionais com mais disposição”, comenta Dra. Carina.
Protocolo ERAS reduz tempo de
recuperação
Indicada para pacientes com IMC acima de 35 ou 40,
com comorbidades, e para aqueles com IMC acima de 30, portadores de Diabetes
Mellitus tipo 2, insulinos dependentes com difícil controle da doença, a
bariátrica pode ser realizada por diferentes métodos.
A cirurgiã cita o Bypass Gástrico em Y de Roux e a
Gastrectomia Vertical, podendo ser feita por cirurgia robótica, como as opções
que permitem recuperação mais rápida, sobretudo quando aliadas ao Protocolo
ERAS (Enhanced Recovery After Surgery, Otimização da Recuperação
Pós-Operatória).
Trata-se de um conjunto de práticas aplicadas ao
pós-operatório, que integra as equipes médicas às multidisciplinares com o
objetivo de alinhar processos para reduzir complicações no pós-operatório e,
consequentemente, diminuir também o tempo de internação hospitalar.
O Hospital São Camilo foi o primeiro hospital
privado do país a aplicar o ERAS na bariátrica e os ganhos são significativos.
“As práticas promovem uma cirurgia sem grandes cortes, drenos ou sondas,
portanto questões como dor pós-operatória e náuseas são mínimas”, comemora.
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