A mamografia pode
diminuir a mortalidade por câncer de mama em até 30%
08/03 – Dia
Internacional da Mulher
Receber a notícia de que se está com câncer pode
ser devastador, mas quando a doença é na mama e é preciso passar pela
mastectomia (retirada da mama) parece ainda mais traumático, afetando,
principalmente, a autoestima da mulher.
Para minimizar os efeitos da doença, é possível
reconstruir a mama, mas tanto a técnica como a
possibilidade de realizar a cirurgia dependerá do tratamento oncológico
proposto, inclusive se não houver contraindicações clínicas. “A reconstrução da mama com prótese de silicone nem sempre
pode ser realizada de imediato, principalmente nos em casos em que se retira
muita pele ou mesmo precedem um tratamento complementar com radioterapia”,
conta Dr. Fernando Amato, cirurgião plástico e membro
titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Se durante a mastectomia for retirada muita pele, Dr. Amato
explica que pode ser necessário o uso do expansor mamário,
espécie de uma bexiga de silicone que é colocada
durante a cirurgia de mastectomia debaixo do músculo peitoral e que depois de cicatrizada a cirurgia, é realizado o
enchimento com soro fisiológico, durante os retornos ambulatoriais, até se atingir
o volume desejado. Esse processo permite o "esticamento" da pele,
para depois ser possível realizar uma cirurgia para trocar o expansor por uma
prótese de silicone que vai enchendo lentamente, dia após dia, até
esticá-la para, só então, entrar com a prótese.
Expectativa – A colocação de prótese (silicone), após a mastectomia, tem um
resultado diferente quando comparado a uma cirurgia por razões estéticas. Os
mamilos, por exemplo, muitas vezes, precisam ser refeitos. A mama reconstruída
não terá a mesma aparência da mama saudável, já que pode ficar com cicatrizes e
mais endurecida.
O Dr. Fernando Amato conta que, geralmente, as
pacientes ficam felizes com o resultado, afinal, estão enfrentando uma doença
mutilante, mas alerta que é preciso trabalhar as expectativas.
“Acredito que a paciente precisa ter uma abordagem
psicológica para compreender o momento. Oriento que ela venha às minhas consultas
sempre com um acompanhante para entender qual a técnica de reconstrução é mais
indicada para o seu caso. A notícia e o tratamento da doença, muitas vezes,
deixam a pessoa com certos bloqueios de compreensão das técnicas que podem ser
utilizadas na cirurgia”, disse o membro titular da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
É um direito da mulher ter sua mama reconstruída pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) e pelos planos de saúde no Brasil, assim como a
cirurgia plástica da mama oposta para simetrização e harmonização, porém, o Dr.
Amato enfatiza que a reconstrução, imediata ou tardia, deve ser
individualizada, respeitando tanto o desejo da paciente, como as condições
clínicas e tratamento que será submetida.
“Converse muito com o seu médico, ouça as alternativas possíveis e
confie nele. Não deixe de realizar a mamografia, ela
pode diminuir a mortalidade em até 30%, quando realizada periodicamente.
Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação,
Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina
(UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica,
membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da
Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
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