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segunda-feira, 2 de março de 2020

Autoestima feminina: reconstrução mamária é aliada no tratamento de câncer



A mamografia pode diminuir a mortalidade por câncer de mama em até 30%

08/03 – Dia Internacional da Mulher


Receber a notícia de que se está com câncer pode ser  devastador, mas quando a doença é na mama e é preciso passar pela mastectomia (retirada da mama) parece ainda mais traumático, afetando, principalmente, a autoestima da mulher. 

Para minimizar os efeitos da doença, é possível reconstruir a mama, mas tanto a técnica como a possibilidade de realizar a cirurgia dependerá do tratamento oncológico proposto, inclusive se não houver contraindicações clínicas. A reconstrução da mama com prótese de silicone nem sempre pode ser realizada de imediato, principalmente nos em casos em que se retira muita pele ou mesmo precedem um tratamento complementar com radioterapia”, conta Dr. Fernando Amato, cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. 

Se durante a mastectomia for retirada muita pele, Dr. Amato explica que pode ser necessário o uso do expansor mamário, espécie de uma bexiga de silicone que é colocada durante a cirurgia de mastectomia debaixo do músculo peitoral e que depois de cicatrizada a cirurgia, é realizado o enchimento com soro fisiológico, durante os retornos ambulatoriais, até se atingir o volume desejado. Esse processo permite o "esticamento" da pele, para depois ser possível realizar uma cirurgia para trocar o expansor por uma prótese de silicone que vai enchendo lentamente, dia após dia, até esticá-la para, só então, entrar com a prótese.


Expectativa – A colocação de prótese (silicone), após a mastectomia, tem um resultado diferente quando comparado a uma cirurgia por razões estéticas. Os mamilos, por exemplo, muitas vezes, precisam ser refeitos. A mama reconstruída não terá a mesma aparência da mama saudável, já que pode ficar com cicatrizes e mais endurecida.

O Dr. Fernando Amato conta que, geralmente, as pacientes ficam felizes com o resultado, afinal, estão enfrentando uma doença mutilante, mas alerta que é preciso trabalhar as expectativas. 

“Acredito que a paciente precisa ter uma abordagem psicológica para compreender o momento. Oriento que ela venha às minhas consultas sempre com um acompanhante para entender qual a técnica de reconstrução é mais indicada para o seu caso. A notícia e o tratamento da doença, muitas vezes, deixam a pessoa com certos bloqueios de compreensão das técnicas que podem ser utilizadas na cirurgia”, disse o membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. 

É um direito da mulher ter sua mama reconstruída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelos planos de saúde no Brasil, assim como a cirurgia plástica da mama oposta para simetrização e harmonização, porém, o Dr. Amato enfatiza que a reconstrução, imediata ou tardia, deve ser individualizada, respeitando tanto o desejo da paciente, como as condições clínicas e tratamento que será submetida.

“Converse muito com o seu médico, ouça as alternativas possíveis e confie nele. Não deixe de realizar a mamografia, ela pode diminuir a mortalidade em até 30%, quando realizada periodicamente.


Dr. Fernando C. M. Amato Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).


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