Entretanto, muitos desafios
acompanham a retomada. O retrocesso causado por uma estagnação política e
econômica no País dos últimos anos gerou elevada capacidade ociosa, que por sua
vez demandará também algum tempo para que se retome aos patamares de alguns
anos atrás. A indústria automotiva brasileira retratou em 2016 os mesmos níveis
de produção de 2007, segundo dados do Renavam, o que nos remete ao termo década
perdida.
De qualquer forma, a fórmula que
fez com que a indústria automotiva brasileira saísse de 1,8 milhão de unidades
fabricadas em 2007 para 3,6 milhões em 2012 certamente não será a mesma
utilizada nesta nova retomada de crescimento. Os mercados são muito variáveis e
as inovações tecnológicas são dinâmicas e constantes. Novas formas de
manufatura com sistemas cyber físicos começam a ser exploradas ao redor do
mundo. Estar alinhado a esta nova revolução industrial é o grande propósito das
empresas que anseiam por um futuro melhor neste cenário global de tanta
competitividade.
No cenário mundial, ainda, a
produtividade brasileira nunca esteve tão distante da produtividade
norte-americana, considerada a melhor do mundo. Segundo levantamento da
Conference Board, que compara o PIB dos países com o número de trabalhadores
empregados, enquanto um trabalhador americano é capaz de produzir US$ 118.826
por ano, um trabalhador brasileiro é capaz de produzir apenas US$ 29.583. Uma
relação de quatro para um, ou seja, são necessários quatro brasileiros para
produzir o que um americano produz. Um quadro desfavorável e estagnado desde a
década de 1980.
A China com seus US$ 25.198 não
atingiu os patamares brasileiros, entretanto apresenta sucessivas evoluções ao
longo dos anos. O que dizer, então, da Coreia, que na década de 1980 possuía
valores inferiores ao Brasil, mas que atualmente ostenta a produtividade de US$
71.287, com crescimento intenso e constante? Não podemos dizer que esta
realidade seja apenas reflexo de um ou dois fatores, mas de uma conjuntura que
torna o Brasil um País pouco competitivo no cenário mundial.
Neste olhar de retomada, o fator
Custo Brasil deve ser explorado ao extremo. Precisa-se de mais direcionamento
estratégico aliado à infraestrutura produtiva e de transportes, além de
qualificação do trabalhador. Cabe uma grande reflexão a nível nacional para que
possamos alinhar o nosso horizonte, considerando os níveis tecnológicos que
pretendemos atingir e, sobretudo, quem será este profissional que estará no
mercado às vésperas de uma retomada do crescimento econômico e diante de uma
nova revolução industrial que se aproxima.
É com este olhar no futuro, na
retomada do crescimento sob a ótica da quarta revolução industrial, que
realizaremos o 8º Simpósio SAE BRASIL de Sistemas de Manufatura, dia 30 de
novembro, na FAE Business School, em Curitiba, PR. No encontro, empresas de
renome do mercado irão apresentar cases de sucesso e debater sobre um novo
profissional, que terá de intervir de forma efetiva num mundo cada vez mais
ocupado por robôs e sistemas cyber físicos.
Alexandre
Maneira - gerente do 8º SAE BRASIL Simpósio de Sistemas de Manufatura
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