A cada 2 de novembro, os cemitérios são
decorados com flores, cruzes recém pintadas, quadros e cartões para celebrar o
Dia dos Mortos, em Quito. Desde cedo, milhares de equatorianos recordam seus
familiares e amigos falecidos com orações, vigílias e canções.
A Quito Turismo destaca essa festa
popular, que une centenas de anos de tradições e costumes em uma mistura de
rituais católicos e indígenas, onde a fé e a religião ganham vida em um ato de
profundo significado.
Os povos do Equador já celebravam o culto
aos mortos antes da chegada dos espanhóis, mas com o cristianismo, a tradição
se adaptou ao calendário católico. Hoje, as ruas próximas aos cemitérios ficam
cheias de vendedoras de flores, gravuras e barracas de comidas típicas, como a
colada morada e as “guaguas de pan”, que refletem o sincretismo religioso e a
miscigenação culinária.
No cemitério de Calderón, a 30 minutos de
Quito, as comunidades indígenas visitam os túmulos de seus entes queridos e
compartilham as comidas preferidas dos mortos, como uma maneira de
homenageá-los e comunicar-se com eles, com a crença de que a morte é apenas um
passo para outra vida, semelhante a esta.
A preparação caseira destas comidas é um
motivo para que a família se reúna. Um dos clássicos do Dia dos Mortos é a
“colada morada”, uma bebida de origem aborígine que também é um dos manjares
mais tradicionais da cozinha de Quito.
É preparada a base de milho preto,
mortiño, amora, abacaxi, casca de abacaxi, laranja e outras frutas e ervas. É
sempre acompanhada da também tradicional “guagua de pan”, que é feita com
farinha de trigo e, em alguns lugares, com farinha de milho processada com
grãos obtidos na primeira colheita realizada nos Andes equatorianos.
As “guaguas de pan” são figuras de massa,
que lembram os mortos, em especial as crianças (por isso o nome “guagua” que significa
criança em quechua). Sua origem remonta do século XIX. Hoje, são recheadas com
doce de goiaba, figo, chocolate ou com passas com creme e tomate de árvore.
O Dia dos Mortos em Quito é uma
experiência única que transporta os visitantes ao passado do continente
americano. Passar um 2 de novembro na capital equatoriana é um encontro
imperdível com os sabores, aromas e costumes mais autênticos do país.
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