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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

A Farsa da Mulher Maravilha no Transtorno Bipolar: Nova técnica ajuda nas alterações de humor provocadas pelo distúrbio




O Transtorno Bipolar é marcado por alterações súbitas e repentinas de humor, com períodos de euforia e depressão, que influenciam diretamente nas atitudes do índivíduo. A estimulação magnética transcraniana (EMT) auxilia no controle desses sintomas.


Apesar de não terem força sobre humana, resistência ao fogo, capacidade de voar e imortalidade, algumas mulheres que sofrem de transtorno bipolar se sentem verdadeiras super-heroínas durante certos ciclos da doença. Eufóricas, expansivas, com a sexualidade aflorada e repletas de energia, elas tendem a assumir comportamentos extravagantes, a ter gastos excessivos e podem se envolver em experiências perigosas durante estes períodos.

Porém, de uma hora para outra, esta superpoderosa dá lugar a uma mulher depressiva, desmotivada e sem ânimo para fazer suas atividades. Seu humor varia drasticamente e essas flutuações têm reflexos negativos no comportamento da mulher, que, muitas vezes, acaba reagindo de modo incompatível ou exagerado às situações, tomando atitudes que poderão trazer danos a si mesma e as pessoas mais próximas.

“Mudanças de humor são normais em todas nós. A diferença no Transtorno Bipolar (TB) é que a intensidade e a velocidade com que essas mudanças ocorrem são maiores.” Explica Dr. Vanessa Muller, neurologista e diretora-médica da VTM Neurodiagnóstico.

O Transtorno Bipolar foi considerado a sexta maior causa de incapacitação no mundo e o suicídio é a causa mais frequente de morte, principalmente entre os jovens. Seu tratamento consiste na associação de antidepressivos (de diferentes classes) e de antipsicóticos. E, embora existam tratamentos eficientes com medicamentos e psicoterapia cognitivo comportamental (TCC), aproximadamente 50% dos pacientes com transtorno bipolar não respondem a eles. Desta forma, uma nova intervenção surge como um complemento eficaz no alívio dos sintomas da doença: a estimulação magnética transcraniana (EMT).

A estimulação magnética transcraniana atua no cérebro em áreas como o córtex pré-frontal, por exemplo, que normalmente é afetada no Transtorno Bipolar, e tem a capacidade de equilibrar a atividade cerebral.

Além de trazer menos efeitos colaterais, estudos recentes mostram que a técnica tem resultados positivos, com boa melhora nas mudanças de humor e nos sintomas da depressão. Ela pode ser realizada no próprio consultório médico, sem necessidade de anestesia ou internação e ainda é considerado um procedimento seguro, o que é fundamental na busca por novas alternativas médicas.
No Brasil, a estimulação magnética é liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2006 e recomendada pelo Conselho Federal de Medicina para o tratamento de depressão e esquizofrenia desde 2012. Além disso, sua utilidade terapêutica para outros distúrbios neurológicos, como o transtorno bipolar, já vem sendo apontada em diversos artigos e pesquisas.


Indicações e contraindicações da EMT

— É reservada para casos em que a medicação não surte efeito e para casos em que o uso das drogas causa grandes efeitos colaterais;

— Estudos mostram que a técnica tem uma eficácia comparável aos remédios, e até superior a eles, em alguns casos. Os estudos mais recentes também apontam que pelo menos 70% dos pacientes têm um bom resultado com sessões de EMT;

— Quase ausência de efeitos colaterais. Extremamente segura, não traz danos colaterais a órgãos, como fármacos podem causar;

— Pessoas com dispositivos eletrônicos ou metálicos na cabeça, principalmente implante coclear, não devem fazer as sessões. O campo magnético pode de alguma forma interferir no funcionamento do aparelho.


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