Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade
orienta sobre a doença viral, típica do inverno que tem sintomas que podem ser
confundidos com gripe e dengue
Com a epidemia de caxumba no estado
de São Paulo, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade
(SBMFC) esclarece as principais dúvidas sobre a doença viral, que geralmente é
transmitida em locais com aglomeração de pessoas e assim como a gripe, é
transmitida por gotículas de saliva ou secreção respiratória. “Existem diversos
mitos e verdades que envolvem a caxumba, principalmente quando se fala em
esterilidade, que é muito rara nos pacientes. Outro fato é a vacinação, já que
mesmo as pessoas vacinadas na infância podem contrair novamente o vírus, pois
nenhuma vacina tem 100% de eficácia, porém continua sendo a melhor forma de
prevenção”, explica Rodrigo Lima e diretor da SBMFC que reforça o papel do
médico de família e comunidade quando se trata de caxumba que é recomendar a
vacinação, orientar as medidas preventivas, acompanhar as pessoas doentes para
manejo adequado dos sintomas e identificação precoce de complicações que
recomendem medidas mais intensivas em ambiente hospitalar.
Confira os
principais mitos e verdades sobre a caxumba:
1. A caxumba pode ter sintomas
parecidos com os da gripe ou dengue. VERDADE. Como a maioria das doenças
virais, a caxumba pode cursar com sintomas gerais e inespecíficos como febre,
dor de cabeça, dor muscular, dor no corpo, e pode ser confundida com a gripe ou
a dengue, por exemplo.
2.
Os períodos de maior propagação são inverno e primavera. VERDADE. Por
ser um vírus, a caxumba tem a propagação facilitada por aglomerados de pessoas.
Os períodos de maior incidência, como o inverno, favorecem o surgimento de
surtos.
3. O paciente não precisa ficar isolado, a partir da confirmação de diagnóstico. MITO. É necessário isolamento do paciente alguns dias para evitar a propagação da doença.
4. Objetos utilizados pela pessoa contaminada precisam ser desinfetados. VERDADE. Para evitar a transmissão da doença à pessoas que convivem com o paciente, utensílios, como talheres, pratos e copos, devem ser lavados com água e sabão. Não são necessárias medidas adicionais aos cuidados de higiene que são recomendados habitualmente.
5.
Todas as pessoas que foram vacinadas estão prevenidas da contaminação. MITO.
Nem toda vacina é 100% eficaz e mesmo pessoas vacinadas podem adoecer. Porém, a
vacinação é a melhor estratégia para evitar a contaminação pelo vírus.
6. Crianças estão mais vulneráveis a contrair o vírus. VERDADE. Pessoas de todas as idades podem ser contaminadas, mas crianças são pacientes mais frequentes.
6. Crianças estão mais vulneráveis a contrair o vírus. VERDADE. Pessoas de todas as idades podem ser contaminadas, mas crianças são pacientes mais frequentes.
7.
Lugares com aglomerados de pessoas são propícios de contaminação. VERDADE.
Aglomerados humanos, como escolas, creches, abrigos, transporte público, etc,
assim como a gripe e outras doenças virais transmitidas por gotículas de saliva
ou secreção respiratória.
8. Existe um grupo de risco. MITO. Não existem grupos de risco, e sim a exposição a fatores de risco. A gravidade da doença se estabelece com as complicações possíveis, como a orquite (inflamação dos testículos), oforite (inflamação dos ovários) ou inflamações do sistema nervoso central como a encefalite. Felizmente todas são raras.
8. Existe um grupo de risco. MITO. Não existem grupos de risco, e sim a exposição a fatores de risco. A gravidade da doença se estabelece com as complicações possíveis, como a orquite (inflamação dos testículos), oforite (inflamação dos ovários) ou inflamações do sistema nervoso central como a encefalite. Felizmente todas são raras.
9. Existe tratamento específico. MITO. Não existe tratamento específico para a infecção viral e como a doença regride espontaneamente, medidas de controle dos sintomas são suficientes.
10. E possível evitar consequências graves da caxumba como surdez, meningite e até esterilidade MITO. Uma vez estabelecida a doença não existem medidas que evitem complicações. A esterilidade é muito rara, mesmo entre os casos que apresentam orquite, que já são bem pouco frequentes.
Quem é o
médico de família e comunidade (MFC)?
A
medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a
cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das
pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à
saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente
do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção,
prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes
antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os
poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias.
É um clínico e comunicador habilidoso, pois utiliza abordagem
centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos 90% dos problemas de
saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações preventivas. É um
coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede, advoga em prol
da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente há no
Brasil mais de 3.200 médicos com título de especialista em medicina de
família e comunidade.
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