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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Especialistas alertam para aumento da contaminação pelo HIV entre jovens



 
Despreocupação e desconhecimento da profundidade do problema são alguns dos principais motivos que levam jovens a terem relações sexuais sem proteção; Dia Mundial de Luta Contra a Aids é lembrado em 1º de dezembro

Embora o acesso à informação tenha aumentado, ainda é comum para uma parcela da população manter relações sexuais sem o uso de preservativo, mais conhecido como “camisinha”. Como consequência, observa-se o aumento da infecção pelo vírus do HIV entre os jovens, inclusive entre os brasileiros. De acordo com o relatório anual da Unaids, programa das Nações Unidas voltado para a síndrome, uma a cada três pessoas contaminadas no mundo têm entre 15 e 24 anos. No Brasil, registrou-se o aumento de 11% de pessoas acometidas pelo HIV entre 2005 e 2013. A epidemia entre os jovens é ainda mais preocupante, considerando que o número de casos entre os garotos de 15 a 19 cresceu mais de 50% na última década.

O Dia Mundial de Luta Contra a Aids é lembrado em 1º de dezembro e levanta a reflexão necessária acerca da doença, além de contribuir para o fim dos estigmas que envolvem a infecção pelo vírus HIV. No Brasil, a campanha deste ano, desenvolvida pelo Ministério da Saúde, será focada nos jovens homossexuais de 15 a 24 anos das classes C, D e E, população mais vulnerável sob o ponto de vista do preconceito e discriminação.

Fernando Romero, infectologista do Hapvida, esclarece a diferença entre HIV e Aids. “Muitos ainda confundem achando que HIV e Aids tratam-se da mesma coisa. No entanto, o HIV é o vírus que atinge as células do sistema imunológico, enquanto a Aids é a manifestação da doença após a evolução deste vírus. Portanto, nem todos infectados pelo HIV desenvolvem Aids”, esclarece o especialista.

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, significado da sigla Aids, afeta as células de defesa do organismo ocasionando no enfraquecimento da imunidade podendo levar ao óbito, caso não seja tratado. Seus sintomas podem levar até dez anos para se manifestar. Daí a importância de procurar assistência médica assim que houver suspeita de contaminação. Febre alta constante, tosse seca prolongada, suor noturno, inchaço dos gânglios linfáticos, cansaço, emagrecimento e diarreia são algumas queixas apresentadas pelos pacientes. “Tanto o HIV quanto a Aids são silenciosos ou podem ser confundidos pelas pessoas com outras enfermidades. Por isso, é de extrema importância fazer exames que detectam o vírus. Isso deve ser feito mesmo que não haja suspeita de contaminação”, diz Romero.

A transmissão do HIV ocorre por meio do contato com o sangue, sêmen, secreção vaginal ou leite materno contaminado com o vírus. Ainda não existe uma cura, contudo, o tratamento avançou muito nos últimos anos, proporcionando uma maior qualidade de vida aos soropositivos. “O tratamento é feito com um coquetel de medicamentos antirretrovirais, que atacam o vírus e provocam o aumento da quantidade e da qualidade das células de defesa do paciente”, explica o infectologista. 

Segundo André Assunção, psicólogo do Hapvida, a despreocupação, o desconhecimento da profundidade do problema e o preconceito são alguns dos principais motivos que levam os jovens a terem relações sexuais sem proteção. “A falta de preocupação ou o desconhecimento das consequências da contaminação pelo HIV levam os jovens a não se prevenirem nas relações. O preconceito é outro fator, mas é preciso compreender que a doença não escolhe orientação sexual, gênero, etnia ou classe social. Portanto, é preciso deixar os pré-conceitos de lado para não negligenciar a saúde e a qualidade de vida”, enfatiza Assunção. “Além do preconceito existe outro agravante que é o fato de acreditarem que esse problema não acontecerá com eles. Por isso, é necessário o conhecimento dos limites para não cair na armadilha do ‘as coisas sempre acontecem com os outros e não comigo”, finaliza.





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