Despreocupação e desconhecimento da profundidade do problema são
alguns dos principais motivos que levam jovens a terem relações sexuais sem
proteção; Dia Mundial de Luta Contra a Aids é lembrado em 1º de dezembro
Embora o
acesso à informação tenha aumentado, ainda é comum para uma parcela da
população manter relações sexuais sem o uso de preservativo, mais conhecido
como “camisinha”. Como consequência, observa-se o aumento da infecção pelo
vírus do HIV entre os jovens, inclusive entre os brasileiros. De acordo com o
relatório anual da Unaids, programa das Nações Unidas voltado para a síndrome,
uma a cada três pessoas contaminadas no mundo têm entre 15 e 24 anos. No
Brasil, registrou-se o aumento de 11% de pessoas acometidas pelo HIV entre 2005
e 2013. A epidemia entre os jovens é ainda mais preocupante, considerando que o
número de casos entre os garotos de 15 a 19 cresceu mais de 50% na última
década.
O Dia
Mundial de Luta Contra a Aids é lembrado em 1º de dezembro e levanta a reflexão
necessária acerca da doença, além de contribuir para o fim dos estigmas que
envolvem a infecção pelo vírus HIV. No Brasil, a campanha deste ano,
desenvolvida pelo Ministério da Saúde, será focada nos jovens homossexuais de
15 a 24 anos das classes C, D e E, população mais vulnerável sob o ponto de
vista do preconceito e discriminação.
Fernando Romero,
infectologista do Hapvida, esclarece a diferença entre HIV e Aids. “Muitos
ainda confundem achando que HIV e Aids tratam-se da mesma coisa. No entanto, o
HIV é o vírus que atinge as células do sistema imunológico, enquanto a Aids é a
manifestação da doença após a evolução deste vírus. Portanto, nem todos
infectados pelo HIV desenvolvem Aids”, esclarece o especialista.
A
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, significado da sigla Aids, afeta as
células de defesa do organismo ocasionando no enfraquecimento da imunidade
podendo levar ao óbito, caso não seja tratado. Seus sintomas podem levar até
dez anos para se manifestar. Daí a importância de procurar assistência médica
assim que houver suspeita de contaminação. Febre alta constante, tosse seca
prolongada, suor noturno, inchaço dos gânglios linfáticos, cansaço,
emagrecimento e diarreia são algumas queixas apresentadas pelos pacientes. “Tanto
o HIV quanto a Aids são silenciosos ou podem ser confundidos pelas pessoas com
outras enfermidades. Por isso, é de extrema importância fazer exames que
detectam o vírus. Isso deve ser feito mesmo que não haja suspeita de
contaminação”, diz Romero.
A transmissão
do HIV ocorre por meio do contato com o sangue, sêmen, secreção vaginal ou
leite materno contaminado com o vírus. Ainda não existe uma cura, contudo, o
tratamento avançou muito nos últimos anos, proporcionando uma maior qualidade
de vida aos soropositivos. “O tratamento é feito com um coquetel de
medicamentos antirretrovirais, que atacam o vírus e provocam o aumento da
quantidade e da qualidade das células de defesa do paciente”, explica o
infectologista.
Segundo
André Assunção, psicólogo do Hapvida, a despreocupação, o desconhecimento da
profundidade do problema e o preconceito são alguns dos principais motivos que
levam os jovens a terem relações sexuais sem proteção. “A falta de preocupação
ou o desconhecimento das consequências da contaminação pelo HIV levam os jovens
a não se prevenirem nas relações. O preconceito é outro fator, mas é preciso
compreender que a doença não escolhe orientação sexual, gênero, etnia ou classe
social. Portanto, é preciso deixar os pré-conceitos de lado para não negligenciar
a saúde e a qualidade de vida”, enfatiza Assunção. “Além do preconceito existe
outro agravante que é o fato de acreditarem que esse problema não acontecerá
com eles. Por isso, é necessário o conhecimento dos limites para não cair na
armadilha do ‘as coisas sempre acontecem com os outros e não comigo”, finaliza.
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