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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Dia Mundial de Combate à Aids: diagnóstico correto de pacientes coinfectados com os vírus HIV e HCV proporciona elevadas chances de cura da hepatite C





Novos medicamentos orais com indicação para o tratamento desta população estão disponíveis no SUS, oferecem menor tempo de tratamento e altas taxas de cura

Os pacientes coinfectados com os vírus HIV e HCV, causadores da Aids e da Hepatite C, respectivamente, no Brasil, comemorarão uma conquista inédita neste Dia Mundial de Combate e Luta Contra a Aids: a disponibilização dos novos tratamentos para hepatite C e para todos os tipos da doença hepática, incluindo os pacientes coinfectados com HIV, pelo Ministério da Saúde, neste ano. Lembrado em 1º de dezembro, o Dia Mundial de Combate à Aids tem o objetivo de reforçar questões como solidariedade, tolerância e prevenção, além de alertar a população sobre saúde e a necessidade de cuidados contínuos entre as pessoas HIV positivas.

Segundo o infectologista João Silva de Mendonça, Dr. em Ciências Médicas pela Unicamp e Diretor do Serviço de Infectologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, a falta do diagnóstico e tratamento do HCV em soropositivos pode ocasionar a ineficácia dos antirretrovirais e progressão dos sintomas da AIDS. Além das doenças do fígado causadas pelo HCV, o paciente que também é infectado pelo HIV poderá enfrentar o agravamento de outras enfermidades, como o risco de eventos cardiovasculares de grau 4, distúrbios do metabolismo da glicose, o que aumenta os riscos de câncer de fígado e diabetes clínica, além do aumento de esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado). “Se o indivíduo com HIV realiza a terapia com antirretrovirais e a terapia supressiva da forma correta, a doença passa a ser reconhecida com uma infecção crônica controlável. Caso não haja o diagnóstico correto para o HCV, a evolução da doença hepática poderá causar até a morte de uma pessoa que até então apresentava um quadro de saúde controlado”, explica o especialista.

O diagnóstico do HCV é a melhor forma de identificar e tratar a coinfecção. O principal grupo de pacientes que deve ser submetido a testagem está na faixa etária entre os 40 e 50 anos e é muito importante a repetição da testagem após seis meses que o primeiro exame foi realizado para confirmação da sorologia. “Hoje, temos remédios que são capazes de curar a hepatite C e consequentemente reduzir o número de mortes causadas pela doença. É amplamente vantajoso que as pessoas busquem a confirmação, principalmente entre as que realizaram transfusões de sangue no passado e compartilharam seringas e agulhas, seja para o uso de estimulantes para a prática de esporte ou uso de drogas. Esses indivíduos podem e devem buscar o tratamento que está disponível no Sistema Único de Saúde”, conclui o infectologista.

De acordo com os dados do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, 11% das pessoas com HIV no Brasil também são portadoras de HCV e, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde, 30% dos 170 milhões de pessoas infectadas com o vírus HCV possuem coinfecção com o HIV.

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