As festas de fim de ano, em especial o Natal, caracterizam uma época de fraternidade, bondade, reflexão, de conviver em família, comer pratos que a gente espera o ano todo e também... consumir. Mas não o consumo desmedido, irresponsável e sem ensinamentos às crianças.
Sim, o consumo está
presente em todos os momentos de nossas vidas e ao final de cada ano ele assume
um papel importante. Seja porque preparamos refeições mais sofisticadas, porque
procuramos vestir uma roupa mais elegante ou pela troca de presentes, todo
mundo se preocupa em oferecer algo de especial ao próximo, independentemente da
classe social ou grau de instrução.
Consumir com cuidado e
responsabilidade pode até parecer um contrassenso, mas não é. Afinal, se o
espírito de Natal nos faz celebrar sentimentos, atitudes de bondade, humanidade
e o desejo de compartilhar, devemos usá-lo também como uma forma de educar as
crianças na questão dos presentes de Natal.
É notório que ao longo
dos anos a sociedade criou a expectativa nas crianças de que o presente de
Natal é o presente do ano. Os pequenos, por sua vez, esperam ansiosamente pela
surpresa do dia 25. Já para os pais é uma excelente oportunidade para alinhar a
expectativa dos filhos, ao esperar o ano inteiro pelo presente do ano, à realidade
e as possibilidades de cada família. Não precisa e nem pode ser encarado como
um problema.
Pode ser a ocasião
perfeita para presentear, mas, ao mesmo tempo, educar e construir uma
mentalidade que valorize a recompensa e o consumo consciente. Afinal, juntos,
pais e filhos podem rir mais, se divertir mais, aprender mais e mais fácil.
Juntos passarão pelas dificuldades da melhor forma possível, pelos aprendizados
mais ácidos e mais complexos. Juntos serão mais felizes! E presentear uns aos
outros no Natal, com um presente, gesto ou atitude que for, pode se transformar
num reforço positivo de afeto, de reconhecimento, de amor.
Nada na vida tem apenas
um lado bom ou um lado ruim. Tudo depende do tom, da intenção e da verdade que
motiva cada ação. Desde pequena eu sempre amei esperar pelo Natal. A
expectativa por aquele ‘pacotão’ embaixo da árvore, pela reunião da família e
por todo o amor presente naquele dia me fascinava, me ‘consumia’. Enfim, o
espírito de Natal deve aflorar o amor de família e dentro dele está também a
construção de um ser humano melhor.
Marici Ferreira -
presidente da ABRAL – Associação Brasileira de Licenciamento e diretora de
redação das revistas Zero à Três e Espaço Brinquedo, especializadas no segmento
infantil. abral.org.br
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