O Brasil está parado. Esse é o cenário
do país desde a última quarta-feira, 18 de fevereiro, dia em que estourou uma
das maiores greves de caminhoneiros de que se tem notícia. A paralisação se
concentra, principalmente, nos estados do Sul e Centro-Oeste, com bloqueio de
rodovias federais. Já são 11 os estados afetados.
Os motivos principais seriam a redução
do valor do frete, além do aumento do preço do óleo diesel, fatores cruciais e
que determinam a funcionalidade da categoria. Também são reivindicadas a
redução dos valores de pedágio e a prorrogação nas parcelas para financiamento
de caminhões. A categoria ainda pede alteração na “Lei dos Caminhoneiros” e a
mudança das oito horas mais duas horas extras estipuladas para 12 horas mais
duas horas extras.
O segmento mais afetado com essa grande
paralisação é o agronegócio como um todo, principalmente por ser um momento
intenso para o setor, época de escoamento da safra. Dentre os problemas, as
criações estão carentes de ração, há falta generalizada de óleo diesel,
bloqueio de cargas perecíveis e postos de combustível sem gasolina nas bombas,
entre outros.
O bloqueio dos grãos com destino aos
portos para a exportação gera, inclusive, mudanças nos preços nas negociações à
vista com as tradings responsáveis pelo processamento.
O desabastecimento já é sentido em
várias cidades, principalmente no interior do Paraná e de Santa Catarina, tais
como Guarapuava, Foz do Iguaçu, Pato Branco, Concórdia e Chapecó. Conforme a greve
se estenda, é grande a possibilidade de o desabastecimento atingir outras
cidades.
A paralisação gera um efeito dominó
sobre a produção agropecuária, pois sem insumos a produção e a colheita param.
Sem produção e colheita, não há escoamento. Com o escoamento parado o mercado
interno fica desabastecido, além de os portos ficarem sem o processamento de
exportação da produção.
Medidas fiscais e de subsídios devem ser
discutidas nos próximos dias em diferentes esferas do governo, numa tentativa
de atenuar o impacto financeiro sentido pela categoria dos caminhoneiros. E
quanto mais as autoridades tardarem em tomar uma atitude, a situação só tende a
piorar.
Christian
Menin - advogado do setor de Agronegócios do escritório Augusto Grellert
Advogados Associados
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