Uma em cada seis pessoas terá um AVC
Aprenda
a reconhecer os sintomas para preservar a vida e reduzir as sequelas
Golpe.
É dessa forma que o acidente vascular cerebral (AVC) é denominado, em inglês.
Isso porque, assim como um golpe, acontece de repente e faz grandes estragos,
causando mudanças imediatas e devastadoras na rotina de uma em cada seis
pessoas em todo mundo. De acordo com a World Stroke Organization
(Organização Mundial do AVC), mais de 17 milhões de pessoas devem ser afetadas
pelo problema, apenas neste ano.
"O
acidente vascular cerebral pode ser causado pela obstrução ou rompimento de uma
artéria no cérebro. Em ambos os casos, acontece uma lesão cerebral porque o
sangue não consegue circular adequadamente, o que prejudica as funções
neurológicas dependentes do local afetado", explica o neurologista da Rede
de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.
Ainda
segundo o especialista, a origem da maioria dos acidentes vasculares cerebrais
é a obstrução da artéria. "A prevalência acontece porque a obstrução é
causada, geralmente, pelo 'envelhecimento' natural da artéria, conhecido como
arterosclerose. O processo aterosclerótico encontra-se aumentado nos casos de
hipertensão arterial, níveis altos de colesterol e triglicérides, diabetes
mellitus, tabagismo e sedentarismo", revela.
Quando
o AVC acontece, o mais importante é saber reconhecer os sintomas. "Embora
eles variem de acordo com a artéria atingida e extensão da lesão cerebral, os
sinais clássicos do problema são a súbita perda de força em braços ou pernas,
geralmente unilateral, desvio da rima labial (boca torta), alterações de
sensibilidade, visão e equilíbrio e alteração súbita da fala. É preciso ficar
atento aos sintomas para prestar o socorro à vítima, o mais rápido
possível", alerta o neurologista.
O
tempo é fundamental para preservar a vida e reduzir as sequelas. "Estudos
apontam que, quanto mais rápido a pessoa recebe o tratamento adequado, maiores
são as chances dela se recuperar. O ideal é que a busca por um atendimento
médico de emergência não ultrapasse 4h30, desde o início dos sintomas. Como
alguns sinais são mais sutis, como uma dor de cabeça persistente, em caso de
dúvida, é melhor procurar ajuda especializada", recomenda.
Para
acelerar o socorro emergencial, favorecer um diagnóstico assertivo e contribuir
com a redução de sequelas, as Unidades Pompeia, Santana e Ipiranga da Rede de
Hospitais São Camilo de São Paulo seguem um protocolo de atendimento
diferenciado do Grupo de Doenças Cerebrovasculares da Academia Brasileira de
Neurologia. "Assim que o paciente chega ao pronto-socorro, um neurologista
faz a avaliação clínica e realiza um exame de tomografia para verificar se há
sinais de obstrução da artéria ou hemorragia cerebral. Com base nos resultados,
o especialista vai indicar o melhor tratamento, que pode ser desde o suporte
clínico, passando pela desobstrução da artéria, num procedimento chamado
trombólise, até a indicação cirúrgica. A gravidade do caso vai depender da
extensão da lesão cerebral", conta Edson Issamu Yokoo.
Após
receber alta hospitalar, o tratamento continua em casa. "Para melhor
recuperação do paciente, são indicados fonoaudioterapia, fisioterapia,
medicações para evitar nova obstrução da artéria (no caso de AVC por esta
causa) e terapia com psicólogo. A família precisa receber uma orientação
adequada para entender a nova realidade do paciente. Algumas sequelas, como
perda de memória, paralisia de membro e alterações na fala, podem ser
definitivas", esclarece.
Fique atento aos sintomas!
- Paralisia súbita de braços e/ou pernas, geralmente unilateral;
- Súbita alteração de sensibilidade e/ou perda de força;
- Desvio da rima labial (boca torta);
- Alteração da fala;
- Dor de cabeça persistente;
- Alterações de equilíbrio;
- Alterações visuais;
- Alterações de consciência.
Edson Issamu Yokoo - neurologista da
Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário