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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Incidência de anomalia nas vagens tem aumento de abrangência na safra de soja 21/22

Estimativa de especialistas, com relação às duas últimas safras, foi levantada a partir de relatos de produtores rurais sobre maiores perdas de produtividade e impactos de até 40% na quantidade de grãos avariados

 

A anomalia das vagens ou apodrecimento de grãos e vagens, problema que vem ocorrendo há três safras na cultura da soja, especialmente no médio norte de Mato Grosso, nos municípios do eixo da BR-163, continua sendo motivo de observação e pesquisa por parte de especialistas.

Recentemente, um grupo multidisciplinar de pesquisa liderado pela Embrapa Soja, do qual a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) faz parte junto com outras instituições, especialistas e produtores rurais, esteve reunido na região. O objetivo do encontro foi o de acompanhar áreas com o problema e propor uma padronização das avaliações a serem conduzidas pelas frentes envolvidas.

Diante do cenário encontrado em visitas às lavouras, o grupo estima que aproximadamente 2,5 milhões de hectares apresentem incidência de anomalia, em diferentes proporções e graus de intensidade, o que significa aumento da abrangência com relação às duas últimas safras. Os especialistas receberam relatos de produtores rurais indicando maiores perdas de produtividade, aumento da extensão de ocorrência geográfica e impactos de até 40% na quantidade de grãos avariados.

Felipe Araújo, pesquisador da área de Fitotecnia da Fundação MT, e Karla Kudlawiec, pesquisadora da área de Fitopatologia da instituição, participam da frente de pesquisa e destacam que o momento continua sendo de cautela sobre o diagnóstico das causas do problema. “A partir desse grupo definimos algumas diretrizes para trabalhar de forma emergencial, fizemos a unificação de uma metodologia de avaliação para que seja possível comparar dados e, com isso, queremos entregar para o produtor um resultado robusto, com informações de repetibilidade”, explica Felipe.


Junção de pesquisas

Há duas safras, a Fundação MT também conduz no Centro de Aprendizagem e Difusão (CAD Norte), em Sorriso, um experimento com o objetivo de gerar mais informações sobre a anomalia das vagens. Nesta safra, o ensaio avalia diferentes cultivares de soja semeadas em três épocas (10/10, 01/11 e 25/11), submetidos a dois programas de fungicidas -, um com manejo completo e outro sem aplicação -, para fins de pesquisa e caracterização de cultivares.

A pesquisadora Karla, responsável pela condução do ensaio, explica que nas outras safras foi constatado que a aplicação de fungicidas pôde reduzir a ocorrência dos danos às vagens e grãos. Dessa forma, a partir desta safra os experimentos estão voltados para entender se há diferenças de eficácia na redução dos sintomas, entre os distintos grupos químicos de fungicidas que o produtor tem disponível para aplicação. “Com isso, esperamos colher ainda mais dados para serem divulgados assim que estiverem consolidados junto ao grupo de pesquisa”, revela.

A pesquisadora também esclarece que outra etapa do trabalho está sendo conduzida pela Embrapa e busca, num primeiro momento -, a partir de amostras coletadas no campo -, o isolamento dos microrganismos presentes em vagens e grãos com sintoma e, numa etapa posterior, o sequenciamento genético do que foi encontrado. “Isso irá permitir entender se a ocorrência da anomalia está relacionada a uma nova espécie de algum dos gêneros já encontrados, ou se esses microrganismos sofreram alguma mutação para reduzir a sensibilidade aos ativos fungicidas e, se por ventura, teve sua virulência aumentada”, completa.


O que os resultados indicam até agora

A anomalia das vagens é um problema que está presente na cultura da soja e não há ocorrências em outros cultivos de Mato Grosso, como milho e algodão. Entre os sintomas mais típicos está o escurecimento interno da vagem e de grãos, com maior intensidade no terço médio inferior, e que fica mais visível nos estádios finais de enchimento de grãos, ao redor de R5.5 e R.6, próximo à maturação fisiológica. Ao abrir a vagem é constatado o apodrecimento de um ou mais grãos.

Os pesquisadores da Fundação MT relatam que em todas as avaliações neste período de três safras, não foi encontrado nenhum patógeno incomum associado ao problema, e sim fungos dos gêneros Fusarium, Colletotrichum, Phomopsis, Cercospora e também bactérias, porém, todos já descritos há muito tempo na cultura da soja. “A maioria desses patógenos são considerados oportunistas, ou seja, aproveitam-se de condições favoráveis como uma eventual debilidade da planta, e colonizam o tecido vegetal, causando o sintoma de apodrecimento de vagens e grãos”, define o fitopatologista.

Araújo destaca ainda que para o patógeno avançar no processo de colonização e multiplicação, ele precisa de condição ambiental favorável, como de umidade e molhamento foliar e de tecido, além de suscetibilidade de um hospedeiro. “Este entendimento é que estamos utilizando como padrão, pois sabemos que existe algum estímulo externo para essas situações das lavouras, seja ele edafoclimático (clima e solo), de manejo ou a junção desses, os quais estão tornando as plantas mais suscetíveis ao ataque desses microrganismos aproveitadores”, pontua.


Genética

Com relação às cultivares de soja avaliadas no experimento da Fundação MT, os especialistas verificaram que nenhuma deixou de apresentar o problema, sendo algumas com maior ou menor intensidade. Também se constatou que o apodrecimento é mais intenso nas primeiras semeaduras da janela, enquanto que nas posteriores existe tendência de redução do problema.

“Entendemos que a anomalia não está ligada somente à época de semeadura, mas sim, a uma junção de fatores”, cita Karla. “Ambiente favorável ao desenvolvimento de fungos fitopatogênicos/saprofíticos, maior intensidade em determinadas cultivares e maior ou menor proteção dos fungicidas utilizados”, completa. 

Os profissionais ressaltam que todas as pesquisas e junção de dados também poderão ser úteis no processo de melhoramento genético de cultivares de soja das obtentoras. As empresas poderão trabalhar para selecionar materiais que tenham mais adaptação às situações específicas das lavouras no eixo da BR-163, como é o caso da anomalia das vagens.


FIT Informa: CBE - Declaração anual de Capitais Brasileiros no exterior


Os residentes no Brasil, podem manter seus recursos no exterior, porém devem declarar os valores de forma periódica ao Banco Central, através de uma declaração chamada de Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE).

 

Os capitais brasileiros no exterior (CBE) são valores de qualquer natureza mantidos fora do país por residentes no Brasil. Podem ser bens, direitos, instrumentos financeiros, disponibilidades em moedas estrangeiras, depósitos, imóveis, participações em empresas, ações, títulos, créditos comerciais,  etc.

 

Esses capitais devem ser declarados ao Banco Central, anualmente ou trimestralmente, de acordo o total de capital/bens mantidos fora do país. É uma declaração obrigatória para pessoas físicas ou jurídicas residentes e domiciliadas ou com sede no país.

 

Caso não seja efetuada a entrega, os contribuintes estarão sujeitas as multas previstas na legislação que variam de R$ 2.500,00 a R$ 250.000,00, podendo ser aumentada em 50% em alguns casos.


 

Periodicidade da Informação


A periodicidade da declaração CBE, varia de acordo com o total de capital/bens mantidos no exterior, devendo ser entregue  de forma anual ou trimestral.

 

  • Igual ou superior a US$ 1.000.000,00 – Periodicidade: Anual
  • Igual ou superior a US$ 100.000.000,00 – Periodicidade:  Trimestral

 

Prazo de Entrega

 

O prazo de entrega das declarações são os seguintes: 

  • Anual - 15/02/2022 à 05/04/2022.
  • 1º trimestre/2022 – 30/04/2022 à 05/06/2022.
  • 2º trimestre/2022 – 31/07/2022 à 05/09/2022.
  • 3º trimestre/2022 – 31/10/2022 à 05/12/2022.

Conte com a Fit para auxilia-lo no cumprimento destas obrigações


Carreta solidária que prepara refeições e lava roupas chega a Petrópolis nesta quinta-feira (17)

A unidade de atendimento móvel da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) tem capacidade para preparar até 4.500 refeições por dia e lavar cerca de 500 kg de roupas

 

Nesta quinta-feira (17), por volta das 12h, chega à região afetada pelas chuvas em Petrópolis, a carreta solidária da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA). A unidade móvel tem capacidade para preparar 4.500 refeições por dia, lavar até meia tonelada de roupas e prestar atendimento psicológico à comunidade. A carreta ficará no pátio da Igreja católica Santo Antônio, no Alto da Serra.

 

A cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, sofre graves consequências após um temporal que atingiu a região na última terça-feira (15). Por causa das enchentes e deslizamentos de terra, até a noite desta quarta-feira (16), já eram 80 mortes confirmadas, entre homens, mulheres e crianças. O Corpo de Bombeiros ainda não contabilizou o número de desaparecidos.  

 

Ao longo dos últimos cinco anos, a carreta solidária passou por mais de 40 cidades brasileiras. Cortando as estradas do País, serviu mais de 110 mil refeições e lavou 150 toneladas de roupas.  

 

De acordo com a coordenadora da unidade móvel, Cristiane Maximiano, a carreta atendeu vítimas de tragédias, como a de Brumadinho, em Minas Gerais, além de vítimas dos deslizamentos de terra em São Paulo e prestou apoio no combate ao coronavírus. “Uma das experiências que mais me marcou foi o atendimento que fizemos em Brumadinho. Devido ao tamanho do desastre e a mobilização de voluntariado, eu vivi uma experiência que mudou a minha maneira de pensar e sentir”, relembra Cristiane, emocionada. 

 

Em Petrópolis, à princípio, a carreta vai estar na região de Alto da Serra, fazendo cerca de 1 mil refeições simples por dia, como sopa, ou até 500 refeições completas com arroz, feijão e proteína. Cerca de 500 quilos de roupa poderão ser lavadas. 

 

 

Como funciona? 

O caminhão adaptado, de 45 m² de área útil, está dividido em três compartimentos: o primeiro é usado para o preparo de alimentação quente, até 1500 refeições por turno; o segundo para a lavagem e secagem de roupas, com capacidade de entregar até 500 quilos de roupa limpa por dia; e o terceiro para a realização de apoio psicológico.


Brasil alcança marca recorde de novos negócios em 2021, com quase 4 milhões de micro e pequenas empresas

 Microempreendedores individuais correspondem a cerca de 80% dos CNPJ criados no ano passado

 

O empreendedorismo alcançou uma marca história no Brasil, em 2021. Segundo levantamento feito pelo Sebrae, com base em dados da Receita Federal, o ano passado registrou um recorde de novos pequenos. Foram mais de 3,9 milhões de empreendedores que se formalizaram em busca de obter uma fonte de renda ou para realizar o sonho de serem donos da própria empresa. Esse número representa um incremento de 19,8% em relação a 2020, quando foram criados 3,3 milhões de CNPJ; e de 53,9% em relação a 2018, quando foram formalizados 2,5 milhões de micro e pequenas empresas.

“Ao mesmo tempo que a pandemia forçou muitas pessoas a irem para o empreendedorismo por necessidade, ela também estimulou a busca desse meio de vida por oportunidade. E a tendência é que o empreendedorismo continue crescendo.  O relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, realizado pelo Sebrae e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), fez uma estimativa de que 50 milhões de brasileiros que ainda não empreendiam, tinham planos de abrir um negócio nos próximos três anos”, afirma o presidente do Sebrae, Carlos Melles, que destaca ainda que desse total, 1/3 dos potenciais empreendedores teriam a pandemia como maior motivação, mas os outros dois terços seriam movidos pelo desejo natural de empreender.


A força do MEI

Melles atribui esse incremento registrado no ano passado também à melhoria do ambiente de negócios no Brasil e à consolidação da figura jurídica do Microempreendedor Individual (MEI), que com um processo desburocratizado de abertura e com baixo custo de carga tributária, tem sido a principal escolha de quem quer começar a empreender. Do total de CNPJ criados em 2021, 3,1 milhões optaram por ser MEI, o que corresponde a 80% dos negócios abertos. “Nos anos de 2018 e 2019, eles representavam 75% dos pequenos negócios criados”, observa o presidente do Sebrae.

As microempresas correspondem a 17,35% (682,7 mil) das empresas abertas em 2021, e nesse ano, também apresentaram o maior número de empresas desse porte da série histórica. Em 2018, foram 540,6 mil; em 2019, 579,3 mil e em 2020, 579,5 mil. Já em relação às empresas de pequeno porte, em 2021 foram abertas 121,9 mil, número 29% superior ao de 2020, quando foram criadas 94,3 mil, e 62,5% superior ao de 2018 (75 mil). “Não só os MEI apresentaram incremento, foram todos os portes que compõem o universo dos pequenos negócios no Brasil. Isso mostra que esse segmento é, realmente, o caminho para a retomada”, finaliza Melles.


Público se identifica mais com marcas que defendem meio ambiente e questões sociais

54% dos brasileiros se preocupam com questões relacionadas a água e saneamento

 

Os consumidores estão cada vez mais engajados na missão de criar um futuro próspero. Por isso, muitas pessoas valorizam e se identificam com marcas que adotam medidas sustentáveis em prol do meio ambiente e de questões sociais. 

Para as empresas, o grande desafio é descobrir quais são as melhores estratégias para obter vantagens competitivas por meio da sustentabilidade. O estudo Who Cares, Who Does? Latam 2021, realizado pela Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, por exemplo, mostra a importância de aliar o crescimento nos negócios a ações relacionadas a conceitos sustentáveis. O estudo foi feito em 7 países, com 18.300 entrevistas, e está na sua terceira edição. 

O levantamento identifica algumas preferências e características importantes dos consumidores da América Latina. Essas informações podem ser usadas como um guia para indústrias e varejistas que desejam ampliar a identificação de suas marcas com um público cada vez mais consciente. 

De acordo com o estudo, iniciativas que impactam a sociedade são tão importantes quanto as que influenciam o meio ambiente. O tema de maior importância entre a população latino-americana é a educação de qualidade (56%), que se destaca ainda mais entre os peruanos (63%), equatorianos (63%) e chilenos (61%). 

A necessidade de oferecer água limpa e saneamento também aparece entre as questões mais relevantes na América do Sul, especialmente em países como Brasil e Peru (54%). 

Erradicação da pobreza, trabalho decente e crescimento econômico, combate à fome e incentivos à agricultura sustentável, saúde e bem-estar, redução das desigualdades e igualdade de gênero figuram entre os outros temas mais comentados pelo público. Também é possível observar relevância em iniciativas ligadas a cidades e comunidades sustentáveis e produção responsável, bem como energia limpa e acessível. 

 

Kantar

www.kantar.com/brazil


Como não debater com um fascista

Opinião

A primeira vez que conversei com um cidadão que negava o Holocausto foi uma experiência que ainda hoje me enche de dissabores. Tratava-se de uma pessoa que os antigos chamavam de “fino trato”, com voz modulada e gestos comedidos, sem nenhum apelo ao sensacionalismo. Falava como se o que dizia fosse resultado de muita reflexão, de extensa leitura e, portanto, apresentava seu argumento como quem afirma a mais inquestionável das evidências. 

Não havia, porém, o que objetar. Eu não me permiti reagir, porque esse era exatamente o propósito do meu pretenso interlocutor. No momento que eu dissesse “veja bem”, ele teria fincado sua estaca no mundo da materialidade dos possíveis, e seria uma parte entre as partes dos que afirmam coisas sobre o mundo. Essa estratégia é de fina tessitura, devo admitir, e por isso exige muita atenção e atitudes bem calculadas.

Ouvi o crápula com meu olhar fixado em um ponto atrás da cabeça de cabelos aloirados, já começando a rarear, e sequer registrei os traços do rosto. O momento que ele esperava se aproximava, e confesso que fiquei um pouco nervoso, pois precisava desempenhar o meu papel com exatidão e então sair o mais breve possível dali, antes que colocasse tudo a perder com a minha raiva e indignação. 

E chegou o momento, quando ele, calmo, como se a pergunta lhe ocorresse ali, sem maiores preparações, disse: "E então, não concorda com o que eu falei? Há uma lógica nos meus argumentos, não?”

Erra quem pensa que os canalhas agem a romper cadeiras na cabeça de seus adversários, fazendo ameaças e juras de morte. O verdadeiro canalha é um simulacro do bem pensante que nunca se deixa abalar, jogando dentro das regras da argumentação mais precisa, ouvindo com paciência e falando sem se atropelar, reivindicando o direito ao contraditório, apelando para fazer parte do clube dos que constroem modelos de realidade e fixam os paradigmas das ações. Iniciar uma conversa com esses ignóbeis, como se eles compreendessem a dinâmica do pensamento e do debate voltado para o aprimoramento do pensamento, é um erro de consequências graves, sendo a principal delas, a de trazer para dentro do universo plural e democrático no qual a Ciência se desenvolve, o vírus do obscurantismo e do negacionismo.

Nos anos 90, foi o que aconteceu com a historiadora Deborah Lipstadt, que teve de provar a um canastrão que o Holocausto de fato ocorreu e que milhões de pessoas morreram nas câmaras de gás construídas pelos nazistas. Sua equipe jurídica usou como estratégia, diante do tribunal britânico, a demonstração de que as fontes usadas pelo mentiroso em suas afirmações eram falsas ou distorcidas, embora, para um cidadão comum, ele parecesse até mesmo um historiador, pois escrevia livros grossos e citava muitos autores e mostrava muitos documentos. No entanto, o pacóvio era, como se sabia desde o começo, uma farsa que buscava cravar um prego no coração da Ciência e desacreditá-la por dentro. Ainda hoje me pergunto o que teria acontecido se os advogados da historiadora não tivessem conseguido demonstrar aos juízes britânicos que as artimanhas pseudo científicas do canalha eram uma forma de reativar o antissemitismo e reunir os diversos grupos de saudosistas do nazismo ainda espalhados pela Europa e pelo mundo.

Eu, diante do meu canalha - sorridente por ter achado que fez um bom trabalho e que me restava contestá-lo, abrindo flancos e brechas para a continuação de sua peroração - disse apenas “ok” e permaneci em silêncio. Depois de ligeira hesitação ele perguntou: “Só isso? Você não vai me contestar?”. E eu, finalizando minha conversa: "Não há nada para contestar no que você disse”. Na sequência - ah, que momento -, ele furou a bolha de sua falsa civilidade e começou a dizer coisas como "isso só prova que você não tem argumentos; quem cala consente; é sempre assim que vocês acham; eu sei que tenho razão e é suficiente”.

Confesso que não pude esconder um breve sorriso de satisfação diante da queda do castelo de cartas do farsante. Saí de cena sem olhar para trás.

Mais um canalha nazista ignorado.

 

Daniel Medeiros - doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo.
daniemedeiros.articulista@gmail.com
@profdanielmedeiros


Ser mãe e executiva: a dualidade entre as responsabilidades da maternidade e da carreira

A maternidade é um desafio que exige dedicação, tempo e equilíbrio. Isso ficou ainda mais evidente para mim quando me tornei mãe. Com as gêmeas Isis e Miah, de quatro anos, me divido entre o trabalho e as responsabilidades que tenho com elas em casa.

Quando chegaram, precisei aprender a administrar meu tempo sem perder de vista que, por ser mãe-solo, sou inteiramente responsável pela criação das duas. Tudo isso, equilibrando, do outro lado da balança, os compromissos do trabalho.

Com a chegada da pandemia e a mudança do trabalho presencial para o formato remoto, pude estar mais perto, levar para escola, ter momentos de lazer e, principalmente, estar presente no dia a dia delas. No entanto, essa não é a realidade de todas as mães.

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que mulheres com filhos de até três anos estão mais desempregadas do que as que não têm filhos. Para os especialistas, um dos principais motivos é o preconceito.

Um outro dado, de uma pesquisa da Catho, revela que após a chegada dos filhos, as mulheres abandonam suas carreiras cinco vezes mais do que os homens. E quando decidem retornar ao mercado, só encontram salários inferiores aos que tinham antes da gravidez.

Diante desse cenário e com a consciência de que precisava me dedicar mais às minhas filhas, tomei a iniciativa de conversar com o CEO da empresa onde trabalho para explicar a minha realidade. E a resposta foi melhor do que eu podia imaginar.

Ele, prontamente, pediu que eu organizasse minhas tarefas em um horário um pouco diferente para ter esse momento com as meninas. Hoje, minha agenda é compartilhada e todos podem ver que uma parte do meu dia é exclusiva para as gêmeas.

Com transparência, liberdade e responsabilidade, além de mostrar que essa realidade é possível, incentivo outras colaboradoras a se organizarem para que possam ter tempo com os filhos.

Assim, criamos uma rede de valorização de mulheres grávidas ou que desejam engravidar que, muitas vezes, sofrem com medo de precisarem abandonar suas carreiras pelo sonho de ser mãe.

Nestes tempos de transformação, há espaço e muitas possibilidades para que a mulher seja reconhecida por suas competências. Ser mãe não pode ser um impeditivo para o crescimento profissional.

Prova disso é que inúmeras empresas, preocupadas em reter seus talentos, estão desenvolvendo políticas e programas que atendam às necessidades femininas, proporcionando uma vida pessoal e profissional mais harmoniosa.

Acredito que um incômodo pode ser a oportunidade de mudar algo para melhor. Nosso papel nesse cenário é mostrar que a sociedade mudou. Felizmente, a cada dia, podemos ver mais casos de mulheres grávidas sendo reconhecidas por seus esforços no meio profissional.

Embora a gente saiba que esse é um esforço de longo prazo, temos um argumento mais que relevante: a importância da maternidade. Sem mães não há sociedade e, sem ela, não há força de trabalho.

Que você se fortaleça e não desista. Nem de crescer na carreira, muito menos de ser mãe.

 


Renata Melloni - diretora do BPO financeiro, contábil e fiscal na b2finance, consultoria especializada em BPO.

 

b2finance

www.b2finance.com  

 

Feira de intercâmbios reúne interessados em estudar e trabalhar no Canadá

Evento presencial será realizado em São Paulo, dia 19 de fevereiro, seguindo todos os protocolos contra Covid-19


Aquela saudade de uma feira de educação está prestes a acabar. Isso porque a SEDA Intercâmbios, agência que já levou mais de 5 mil estudantes ao exterior, irá realizar a 1ª Feira Presencial de Ensino Superior YouCANada, no dia 19 de fevereiro, no Hotel InterContinental, em São Paulo. Serão apresentadas várias opções para quem desejar estudar, trabalhar e morar no Canadá.

O evento contará com diversas instituições de ensino do país. Ali, os participantes poderão tirar todas as dúvidas sobre o destino, os cursos e o mercado de trabalho. “Acontecerão várias apresentações, com destaque para uma palestra sobre o processo de visto e bolsas de CAD$ 10 mil na Trebas Institute, nos cursos de E-Commerce, Audio e Vídeo, Big Data e Business Intelligence”, explica o CEO, Helicon Alvares. Serão seguidos todos os protocolos contra Covid-19, como comprovante de vacinação, uso de máscaras e álcool em gel.

Motivos para arrumar as malas, não faltam. O governo canadense espera atrair mais de um milhão de estrangeiros nos próximos anos. E, engana-se quem pensa que as vagas oferecidas são apenas para subempregos. Existem milhares de vagas abertas nos mais variados segmentos, entre eles, tecnologia, saúde e negócios. Só em TI são 65 mil vagas. E o salário-mínimo é um dos maiores atrativos: o valor da hora trabalhada gira em torno de CAD$ 15.

Entre as expositoras do evento estão algumas das universidades e Colleges mais importantes do país. Entre elas, a UCW - University Canada West, com os cursos de MBAs e bacharelados em diversas áreas, e a CCTB – Canadian College of Tecnology and Business, ambas em Vancouver, oferece Cyber Security, UI/UX, Data Base Analyst e Software Developer.

Já a TSOM - Toronto School of Management, com cursos técnicos de marketing digital, turismo e hospitalidade, e a Niagara College, ambas de Toronto, tem opções de pós-graduação em RH e Business. Quem busca cursos técnicos, pode contar com as renomadas ILAC e Tamwood, em Toronto e Vancouver, com diversos programas.

Uma outra opção de província é Calgary. O tradicional Bow Valley College oferece cursos de Human Resources, Medical Office Assistant, Business Administration, Digital Marketing, entre outros. Na província do Atlântico, Terra Nova e Labrador, a CNA oferece mais de 27 cursos nas áreas de Comprehensive Arts and Science, Business Administration, Computer Systems, Construction e Industrial Electrician.

Boa parte desses programas dão direito ao PGWP (Post-Graduation Work Permit Program), que é um visto com permissão de trabalho de até três anos após o término do curso. Há ainda os que oferecem visto de trabalho para cônjuge e escola pública gratuita para filhos menores de idade.

Além de bolsas que chegam a R$ 45 mil e outras que variam de 15 a 50% do valor do curso, os participantes da feira terão acesso a uma linha de crédito estudantil. Por meio de uma parceria com a PROVI, fintech de crédito estudantil, serão oferecidos financiamentos em até 36 vezes.

Mais informações sobre o evento em https://bit.ly/youcanda.

 

Serviço:

1ª Feira Presencial de Ensino Superior YouCANada

Dias 19 de fevereiro, das 13h às 18h

Hotel InterContinental

Alameda Santos, 1123 - Jardim Paulista, São Paulo

Mais informações: https://bit.ly/youcanda


Iluminação melhora teletrabalho, diz pesquis

Quanto mais próxima ao ciclo da luz natural maior a produtividade, controle da glicemia e do ganho de peso. Entenda. 

 

O teletrabalho ou uso da TI (Tecnologia da Informação) - computador, laptop, tablet ou smartphone para realizar trabalhos fora das instalações das empresas veio para ficar no mundo todo com a eclosão da pandemia de COVID-19. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) o novo modelo de trabalho tem aspectos positivos, mas também pode causar problemas de saúde quando mal estruturado. No Brasil, para 33% dos profissionais, falta infraestrutura e condições ergonômicas no teletrabalho. É o que mostra um levantamento com 897 funcionários de grandes empresas, realizado pelo o IDC (International Data Corporation) para o Google Workspace. Desses 60% afirmaram ter 38 anos ou mais

 

Pesquisa

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier dicas simples de iluminação podem fazer grande diferença na performance. Os olhos, comenta, regulam todo nosso metabolismo e estão diretamente associados a várias funções biológicas, inclusive ao funcionamento do cérebro. Isso porque, são a porta de entrada da luz que ativa na glândula pineal a produção de dois hormônios: o cortisol, hormônio do estresse  e a melatonina, indutor do sono. |A luz do nascer do sol impulsiona a produção do cortisol que nos mantém despertos. Ao cair da tarde o lusco-fusco incentiva a produção da melatonina que nos prepara para dormir.  O problema é que o teletrabalho nos faz passar a  maior parte do tempo expostos à luminosidade excessiva. Por isso, ajustar as telas ao ciclo dia/noite é o pilar da ergonomia, produtividade e prevenção de doenças que podem surgir a longo prazo em decorrência do teletrabalho. 

Isso explica uma recene pesquisa realizada na Holanda com 14 diabéticos em que os pesquisadores observaram queda da glicemia e melhora na produtividade após a calibragem da luminosidade das telas Esta simples ação também manteve a termorregulação e diminuiu a energia gasta pelos participantes durante o sono.

 O oftalmologista afirma que além de predispor ao diabetes e por isso dobrar o risco de desenvolver catarata, a exposição excessiva à luz azul emitida pelos dispositivos também eleva o risco de degeneração macular, maior causa de cegueira irreversível no mundo.  doenças cardíacas e hipertensão.

 

Mais produtividade

No novo cenário imposto pela pandemia  maioria dos participantes na pesquisa do IDC (62%) afirmaram estar trabalhando mais, 19% igual e outros 19% menos. Queiroz Neto afirma que a iluminação inadequada reduz em até 20% a produtividade e este efeito aumenta conforme envelhecemos.  “Nossos olhos foram feitos para durar 40 anos”, afirma. A partir dessa idade os músculos que movimentam o cristalino, lente interna do olho, sofrem espasmo, perdemos o foco automático para as várias distâncias e passamos a ter de usar óculos de leitura. Por isso,  nessa idade a CVS, ou síndrome da visão no computador, salta de 67% para 90%. A dica do oftalmologista é optar por munitores que bloqueiem até 70% a luz azul nociva para o ciclo circadiano e olhos. Depois dos 50 nossa pupila diminui e o estresse ocular aumenta porque temos de fazer mais esforço para focalizar as imagens. Aos 60 anosa catarata começa se formar, o cristalino amarela, muito pouca luz penetra nos olhos e é necessário três vezes mais iluminação na estação de trabalho

 

Dicas de iluminação

As dicas do oftalmologista para melhorar a produtividade são:

• Combine iluminação direta e indireta

• Coloque um ponto de luz acima de seu ombro na mesa de trabalho.

• Fixe a luminária ligeiramente inclinada para frente e do lado oposto à mão que trabalha para evitar sombras.

• Evite colocar luminárias atrás de você.

•Evite luzes brilhantes encima de textos

• Ilumine grandes ambientes com lâmpadas fluorescentes no teto

• Proteja as lâmpadas evitando a visão direta dos tubos de luz.

Use cortinas nas janelas para evitar ofuscamento

• Recue a iluminação embutida no teto

• Opte por paredes e tetos de cores claras para suavizar os efeitos da luz

• Evite posicionar o computador de frente para a janela.

 

Por que você deve contratar um 50+ para a sua empresa em 2022?!

A população mundial está em um processo de envelhecimento crescente. O mercado sentirá essa mudança, e todos os segmentos vão precisar se adaptar ao novo cenário. (Imagem: Unsplash)

Houve um crescimento de 165,71% das vagas anunciadas para pessoas com mais de 50 anos de idade, segundo registro de portal de empregos


O ano de 2022, assim como os dois anos anteriores, segue com alto índice de desemprego com base no cenário de pandemia que o mundo enfrenta. Com vários setores do mercado afetados, o Brasil enfrenta uma crise de saúde e econômica instável, provocando o aumento de pessoas sem renda, como é no caso de pessoas da terceira idade que muitas vezes são excluídas pela idade, sem ter o reconhecimento de suas experiências e qualificações. Conforme pesquisa, 42% dos idosos brasileiros estão procurando trabalho. (CNDL - Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e SPC Brasil - Serviço de Proteção ao Crédito). 

A crise que o mundo enfrenta atinge todas as classes sociais, mas quando se trata de mercado de trabalho, os profissionais idosos que ainda exercem alguma função de trabalho, sofrem com o desemprego. No Brasil, 14,4 milhões de pessoas procuravam emprego até junho de 2021, segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

E quando se trata de pessoas da terceira idade, elas se sentem ainda menos favorecidas em questões de empregabilidade, mas a boa notícia é que muitas empresas estão reconhecendo as habilidades dessas pessoas e levando em consideração todos os conhecimentos adquiridos durante todos os anos, inclusive as boas atitudes dessa geração. Ao comparar o ano de 2021 com o ano de 2018, o número de idosos no mercado de trabalho apresentou um crescimento de 10 pontos percentuais, com 46% atuando em alguma atividade profissional, ainda segundo a CNDL e SPC Brasil. 

E apesar dos idosos estarem a procura de emprego, o mercado está ofertando cada vez mais vagas para a terceira idade, e como afirmação disso, o portal Empregos.com.br registrou, em setembro de 2021, um crescimento de 165,71% das vagas anunciadas para pessoas com mais de 50 anos de idade, comparado a janeiro de 2021. Entre os cargos ocupados, estão desde os postos em crescimento até consultorias, mentorias e lideranças. Os sêniores buscam por uma oportunidade no mercado para se sentirem mais produtivos, ter uma mente mais saudável e/ou complementar a renda. 

Jefferson Vendrametto, Diretor de Relações Corporativas e Institucionais do CEBRAC, explica que para quem está disposto a se qualificar e entrar para o mercado de trabalho não deveria existir barreiras e que o momento para as pessoas da melhor idade conquistarem uma vaga é agora. “Com as estatísticas de números de vagas aumentando e empresas reconhecendo ainda mais os profissionais acima de 50 anos, a chance desse público se qualificar e estar antenado com as novas demandas é de extrema importância”, completou Vendrametto. 

E ao falar de especialização e mais qualificação, as pessoas da melhor idade podem participar de cursos que proporcionarão chances de atuar em uma área específica, como os cursos de: Assistente Administrativo; Informática; Profissional de Beleza e Bem-Estar; Atendente de Farmácia; Inglês e entre outros. 

Apesar do preconceito persistir em grande parte do recrutamento, algumas organizações já estão se mobilizando para preencher as vagas pelos sêniores. De acordo com o IBGE, o Brasil terá 22% da população idosa até 2050. Pensando nisso, Jefferson Vendrametto, cita 7 motivos pelos quais a sua empresa deve contratar um 50+ em 2022. Confira:
 

1- Experiência profissional e de vida (Para lidar com situações de riscos e desafios);

2- Comprometimento e responsabilidade;

3- Paciência e senso de cooperação;

4-Melhor compreensão do cenário atual (comparando com as suas experiências);

5- São pontuais e organizados;

6- Qualificação e Diversidade de ideias;

7- Maior capacidade de disseminar a cultura organizacional;

 

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CEBRAC

https://portal.cebrac.com.br/


Mercado de Franquias de Saúde e Beleza cresce 10,5% em unidades e fatura cerca de R$ 39 bilhõ

O crescimento do faturamento do segmento chegou a 11,2% em comparação com 2020


O mercado de franquias consolidou sua curva de recuperação em 2021, compensando grande parte das perdas de 2020 e quase igualando o desempenho de 2019. É o que mostra o balanço anual realizado pela ABF -- Associação Brasileira de Franchising. O faturamento das franquias no Brasil passou de R
167,187 bilhões em 2020 para R185,068 bilhões em 2021, um crescimento nominal de 10,7%, chegando a patamar semelhante ao de 2019 que foi de R 186,755 bilhões. 

Muitas tendências do segmento de beleza ficaram represadas para o ano de 2022 devido à pandemia do novo coronavírus. A necessidade de se manter o distanciamento social e a consequente permanência das pessoas em casa, trabalhando em home office, provocou uma mudança de comportamento. Além disso, o “novo normal” também serviu como motivador para muitas pessoas que já desejavam realizar procedimentos estéticos, mas se preocupavam com um eventual longo tempo de recuperação, a colocar em prática seus planos e ficar em casa se recuperando, uma vez que agora era possível passar por esse período e continuar trabalhando, do conforto do lar, sem comprometer a rotina. 

Essas foram algumas das principais razões do crescimento das franquias do segmento de Saúde, Beleza e Bem-Estar. Segundo a ABF, esse segmento faturou cerca de R 39 bilhões em 2021, o que representa um crescimento de 11, 2% em relação a 2020. Já em número de unidades, o segmento chegou a cerca de 30 mil pontos no país o que representa um incremento de 10,5% em comparação com 2020. 

Nessa esteira, redes ligadas ao segmento apresentaram crescimento, como é o caso da marca Royal Face, rede de franquias especializada em harmonização facial que encerrou 2021 com 160 unidades inauguradas, num total de mais de 253 comercializadas. A meta do faturamento anual foi superada, fechando em R 150 milhões, com geração de 800 empregos diretos e 4 mil indiretos. Esses números positivos representam um aumento de 270% na receita frente a 2020. 

Para esse ano de 2022, a Royal Face pretende chegar a 350 unidades comercializadas, sendo destas 300 inauguradas, com o crescimento orgânico em torno de 211% em faturamento, chegando a mais de R 300 milhões em receita. Para isso, a Royal Face planeja investir mais de R 35 milhões, gerando mais de 1.500 empregos diretos e cerca de 5.000 indiretos em todo o País. 

Além disso, em sintonia com esse desempenho, a Oral Sin -- maior rede de franquias de implantes dentários do País -- apresentou ano passado um crescimento acima da média. A marca teve um aumento de 52% de faturamento em 2021 em relação a 2020, faturando R 733 milhões. 

Com mais demanda, a rede expandiu e chegou a 452 unidades. Até o fim de 2022 a rede pretende chegar a 730 unidades, com o crescimento orgânico em de 50% em faturamento, superando pela primeira vez a marca de R 1 bilhão de faturamento. Para isso, a rede Oral Sin planeja investir mais de R 150 milhões. 

De acordo com a diretora da Comissão de Saúde, Beleza e Bem-Estar da ABF, Danyelle Van Straten, o segmento foi beneficiado pela mudança de comportamento das pessoas. "O desejo de estar bem consigo cresceu. Além da demanda reprimida, houve uma aceleração digital, que levou muitas marcas ao e-commerce. Sentir-se bem depois de tantos acontecimentos ruins, é se sentir vivo. Em tempos de tantas mudanças, fazer parte de uma rede é um grande diferencial, é a força do ‘grande’ agindo localmente”, completa. "

 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Volta às aulas: como preparar os filhos para o retorno após transformações psicológicas causadas pela pandemia

Divulgação / MF Press Global
Pedagoga, Georgya Corrêa, discorre sobre o período pandêmico e dá dicas de como proporcionar uma volta saudável

 

Após quase 2 anos sem aulas presenciais, algumas escolas no Brasil começam a se preparar para o retorno à normalidade, mesmo que ainda com limitações relacionadas à pandemia de covid-19. De acordo com a  Dra. Nusheen Ameenuddin, pediatra da Mayo Clinic e Janice Schreier, terapeuta clínica da Mayo Clinic Health System, em La Crosse, Wisconsin, o período de crise sanitária foi mais danoso para as crianças do que se imagina.

 

A terapeuta conta que apenas em 2021 houve um aumento de mais de 30% nas ocorrências de saúde mental nas salas de emergência. Nesse contexto, a diretora pedagógica da Escola Teia Multicultural, Georgya Corrêa, acredita que a volta presencial pode ajudar a melhorar o quadro emocional dos mais novos. “Para a criança o adequado é brincar junto, rolar no chão, abraçar umas às outras e ter essa espontaneidade. A pandemia não possibilitou mais essa troca, ficou tudo mais isolado”, explica.

 

Para o retorno presencial, a pedagoga alerta para as diferenças de características entre as pessoas. “Existem crianças mais introspectivas, que podem ter dificuldades de relacionamento e outras que são super ativas, que podem ser um pouco mais ansiosas. Essas diferenças podem preocupar os pais por não saberem como a criança vai reagir, então tanto um grupo quanto o outro precisam ser bem orientados pelos pais e bem acolhidos pela equipe de educadores”, detalha.

 

Georgya chama atenção que este é um momento de atenção redobrada dos educadores sobre questões sócio emocionais. “É importante lembrar que as crianças estavam muito tempo sem esses relacionamentos e devemos priorizar essas interações. Há também uma preocupação muito grande sobre a falta de conteúdo, mas é necessário dar um tempo para que haja uma readaptação”, aconselha a pedagoga.

 

Em casa, de acordo com Georgya Corrêa, os pais têm um papel fundamental de conscientização quanto a adoção das medidas de segurança contra a covid-19. “Também é essencial passar confiança, falar para a criança que vai dar tudo certo e confiar nos adultos que estarão cuidando dela na escola para que se sinta mais segura”, pontua.

 

 

Teia Multicultural

 

O desafio de ser pai ou mãe no pós-pandemia

Dois anos de medo, angústia e incerteza. Desde que a pandemia de covid-19 começou, os dias foram extremamente desafiadores. Acompanhar o aprendizado e as muitas tentativas de manter a educação de crianças e adolescentes, nesse cenário, foi motivo de aflição para muitas famílias. Nossos jovens passaram do ensino presencial para o remoto sem que houvesse tempo hábil para adaptação. Segundo dados do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef), uma entre cada sete crianças e adolescentes de 10 a 19 anos vivem atualmente com algum transtorno mental. E um em cada cinco adolescentes e jovens de 15 a 24 anos se sente deprimido ou com pouco interesse em fazer as coisas.

A pressão causada pelo isolamento social teve impacto não apenas na vida escolar, mas também na saúde emocional desses grupos. Os dados são alarmantes e pedem de nós, adultos, um posicionamento ativo, que possa ajudar as nossas crianças e adolescentes a terem o menor prejuízo possível diante desse contexto avassalador.

Incluída na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a educação socioemocional é um eixo que, segundo o documento, deve perpassar todos os âmbitos da escola. Ela é, hoje, uma das ferramentas fundamentais nessa tarefa. Acolher, embalar e permitir que nossos jovens cresçam emocionalmente, mesmo em meio a condições desfavoráveis, é papel de todos nós. Mas como nós, também atingidos pelas consequências dos últimos dois anos, podemos ajudá-los a enfrentar essas adversidades dentro de casa? 

Há, no fundo, duas habilidades muito importantes para um amadurecimento saudável no pós-pandemia: o autoconhecimento e a empatia. O primeiro precisa ser, antes, exercitado pelos pais. Essa habilidade exige amadurecimento constante porque somos referência para os filhos. Precisamos ajudá-los a reconhecer as próprias emoções e aprender a lidar com cada uma delas. É nosso papel orientá-los a ter um posicionamento ativo quanto às próprias percepções e ao que fazer com elas neste pós-pandemia. 

A segunda habilidade é a empatia. Nossos jovens precisam, mais que nunca, conviver com o outro, com o diferente. Eles precisam aprender a respeitar essas diferenças e ser generosos. A convivência é crucial para praticar esses sentimentos e isso ajuda na saúde emocional. 

Na educação dos filhos, a resiliência não é possível quando falamos de pais superprotetores, pois as crianças e adolescentes precisam passar por momentos adversos e de dificuldade para crescer nessa frente. É como se fosse um músculo que precisa ser exercitado. Precisamos oportunizar aos filhos momentos e situações em que possam treinar a resiliência.

Momentos como o de uma pandemia são propícios para esse fortalecimento. É um crescimento adaptar-se a um novo cenário, com aulas em um formato diferente do habitual, com as relações passando a ser majoritariamente virtuais e o formato dos relacionamentos mudando. Esse momento permitiu ampliar a resiliência em quem já a possuía e exigiu força dos que não estavam acostumados a ela.

Não importam as dificuldades ou os desafios, não podemos colocar nossos filhos dentro de uma bolha. De acordo com o pesquisador europeu Kim-Cohen, “certa medida de estresse e desarmonia é importante para criar oportunidades para uma proteção eficiente”. Ou seja, durante um conflito, os níveis de estresse aumentam e, quando se normalizam, a criança cria resiliência. No universo micro, particular e familiar, a capacidade de permitir que os pequenos aprendam por si mesmos a enfrentar turbulências é admirável.E, ali em frente, perceberemos que esse momento não fortaleceu apenas nossa resiliência, mas também nossos laços com aqueles que carregam muito de nós. A pandemia nos trouxe novas formas de apoiar uns aos outros, ajudando nossos filhos a conhecerem-se e compreenderem-se mais, a serem mais empáticos e, principalmente, a desenvolverem o “músculo” da resiliência. Ali em frente, teremos pessoas mais humanas e felizes e, por conseguinte, um mundo melhor para todos.

 

Anderson Leal - consultor pedagógico da Conquista Solução Educacional.

 

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