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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Ministério da Saúde lança versão digital do Cartão SUS




Medida irá aproximar usuário de sua identidade no SUS e disponibilizará ferramentas relacionadas à saúde da população como o cadastramento de contatos de emergência e alergias

O Cartão SUS – que é a identidade do cidadão no Sistema Único de Saúde (SUS) – está agora a apenas um clique do cidadão e dos serviços de saúde de todo o país. O aplicativo, chamado Cartão SUS Digital, disponibilizará ferramentas importantes como o controle da aferição de pressão e medição de glicemia, o que é essencial para quem tem diabetes e hipertensão. Ao preencher as informações, a ferramenta mostrará, com auxílio de gráficos, os últimos registros de pressão máxima e mínima, bem como a evolução das taxas de glicemia. O aplicativo já está disponível para smartphones com sistema Android e a previsão é de que em novembro ele já esteja disponível na Apple Store.
O cidadão também poderá indicar se possui alguma alergia, informar se faz uso contínuo de medicamentos, adicionar contatos de emergência e compartilhar as informações com médicos por quem estejam sendo acompanhados, o que permite traçar o diagnóstico e ofertar o tratamento mais adequado ao histórico do paciente. O aplicativo passará por atualizações nos próximos meses o que ampliará a oferta de serviços disponíveis.
Segundo a pesquisa Mobile Report, da Nielsen IBOPE, 68,4 milhões de pessoas utilizam a internet pelo celular no Brasil. A ideia é que essas pessoas possam utilizar o aplicativo e, com isso, trazer economia aos cofres públicos. Isso porque, apenas em 2014, o Ministério da Saúde destinou R$ 4 milhões para a compra de mais de 13 milhões de mídias plásticas do cartão.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lembra que o acesso ao cartão por meio digital trará muitos ganhos a população. “Vamos aperfeiçoar cada vez mais o aplicativo de modo que seja possível ampliar a oferta de serviços disponíveis através da ferramenta, como a busca de serviços de saúde com auxílio de mapas, alerta de consultas marcadas na rede pública e até solicitar marcação de consultas pelo aplicativo”, explicou.

Cartão SUS - Possibilita a identificação única dos usuários do SUS e, com isso, é possível reunir o conjunto de atendimentos realizados, onde quer que aconteçam. Hoje, todo brasileiro com CPF válido possui o número do Cartão Nacional de Saúde, como consequência da integração da base de dados do cartão (CadSUS Web) com a Receita Federal. O registro do conjunto de informações por meio da identificação do usuário é extremamente importante porque, a partir das informações reunidas, será possível acompanhar melhor a saúde dos pacientes e garantir uma atenção ainda mais adequada aos brasileiros que utilizam a rede pública de saúde. Além disso, será possível organizar ainda mais a rede de atendimento e a oferta dos serviços de saúde em todo o país.
As unidades da rede pública de saúde devem prestar atendimento à população independentemente da apresentação do cartão. Se o paciente não tiver o cartão (digital ou em mídia plástica) ou mesmo o número, o registro pode ser feito no momento do atendimento. Isso vale tanto para as unidades públicas como privadas.
Para descobrir o número do Cartão, o cidadão pode entrar no aplicativo, informando seu número de CPF e data de nascimento. Para quem ainda não possuir, o Cartão SUS é emitido pelas unidades de saúde pública que prestam atendimento ao cidadão nos estados e municípios. Desta forma, basta se dirigir a Unidade Básica de Saúde mais próxima da casa do cidadão para efetuar o cadastro. É necessário informar o nome do usuário do SUS, o nome da mãe, o sexo, raça e etnia, o município de naturalidade, a data de nascimento e o endereço.
A partir do Cartão SUS, o Ministério da Saúde tem trabalhado na integração dos sistemas de saúde. Vários sistemas nacionais, dentre os quais, Sistema de Cadastro dos usuários do SUS (CadSUS Web), Portal do Cidadão, Sistema de Regulação (SISREG, CNRAC) e Sistema de Monitoramento do Câncer (SISCAN) encontram-se integrados à base do cartão.


Amanda Costa
Agência Saúde

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Preconceito velado e desvelado contra os haitianos





São Paulo, a cidade que nunca para de crescer e que recebe em confraternização indivíduos migrantes e imigrantes, desde o século XIX. Passados 200 anos, ainda revela suas complexas construções históricas. Comportamentos advindos de um passado moderno e arcaico ao mesmo tempo, impregnam os espaços visíveis (bairros centrais - classes médias e abastadas) e invisíveis (periferias) da cidade. Como mosaico de múltiplas cores, valores, culturas e comportamentos, a terra dos bandeirantes revela-se preconceituosa com relação a lugar, raça/etnia e classes sociais.
Em um de seus bairros, região do Glicério (centro), seis haitianos, que na busca de condições dignas de vida, sem possibilidade de permanência em seu país, migraram para a cidade e foram baleados covardemente. Sem motivos aparentes, se tornaram alvo de radicalismos desumanizadores.  Socorridos em um hospital, após duas tentativas em unidades de saúde sem sucesso, ganharam da terra paulista marcas do violento preconceito de raça/etnia escondido nas entranhas da sociedade. 
As balas alojadas em seus corpos não são meros objetos, revelam a face preconceituosa e racista de alguns brasileiros em tempos presentes.  Dois ataques, um na Rua do Glicério e outro nas escadarias de uma Igreja, na qual funciona um trabalho de nome Missão Paz, que atua no acolhimento e orientação de imigrantes na capital, trouxeram questionamentos sobre tolerância e Direitos Humanos.
A Missão Paz por anos tem contribuído para o combate ao trabalho análogo ao escravo e tráfico de pessoas. Covardemente de dentro um carro cinza, indivíduos desprovidos de sua humanidade, gritaram “Haitianos, vocês roubam os nossos empregos” e atiraram, segundo relatos de testemunhas.
É mais uma história, dentre muitas outras, que revela o preconceito de raça/etnia e recriação de atitudes de xenofobia na contemporaneidade.
Desde o século XIX, imigrantes foram integrados e rejeitados na cidade de São Paulo. Carcamanos, galegos, polacos, entre outros, representavam a Europa civilizada ou o pobre sem sucesso que chegou em terras inóspitas para fazer a América. Encobrir o estranhamento decorrente do contato de culturas diferentes e as construções dos preconceitos de lugar, gênero, raça/etnia e classes sociais no Brasil é desconhecer a própria história.
Tristemente constatam-se a cada dia mais indivíduos escondidos atrás de seus equipamentos eletrônicos desvelando atitudes intolerantes contra migrantes e imigrantes. Acusando-os de adensar a crise econômica e o desemprego, esquecem quantas levas de brasileiros saíram para a Europa, Estados Unidos da América ou outros países em busca da realização de seus sonhos e melhores condições de vida e trabalho. A internet e as redes sociais só desvelam comportamentos estruturados desde a colonização e o processo civilizatório perverso e excludente imposto nas terras brasileiras.
Precisa-se discutir e refletir sobre a necessidade da desconstrução de preconceitos de qualquer ordem para seguirmos no caminho do respeito a pessoa humana e construção de mundo melhor e mais justo.    

Rosana Schwartz - professora de sociologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Doutora em História, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP (2007). Mestre em Educação, Artes e História da Cultura, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie - UPM (2001). Bacharel em História, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo- PUC/SP (1989). Graduação em Comunicação Social: habilitação em Jornalismo, Publicidade e Propaganda, História e Ciências Sociais.

Olhos: conheça os 6 principais erros que você comete contra sua visão quase sem perceber





Enxergar bem depende de muitos fatores, inclusive genéticos. Muita gente, entretanto, descuida da visão a tal ponto que prejudica para sempre esse que é um dos sentidos mais importantes. O cirurgião oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, enumera os principais erros que as pessoas cometem até mesmo, às vezes, sem se dar conta. Confira:
1)      Não retirar as lentes de contato antes de dormir, ainda que seja no sofá. “Por mais cansada que a pessoa esteja depois de um dia de trabalho ou até mesmo na volta de uma festa, é preciso garantir um mínimo de asseio antes de ir para a cama. Afinal, durante o sono o nível de lubrificação dos olhos diminui bastante, e as lentes podem ressecar junto com o globo ocular e desencadear uma série de problemas. Se você for tirar um cochilo por mais de vinte minutos, remova as lentes antes. Vale dizer que as lentes de uso prolongado devem ser evitadas ao máximo, já que elas oferecem um risco entre 10 e 15 vezes maior de desenvolver uma úlcera na córnea quando comparadas às lentes de uso diurno”;
2)      Coçar os olhos sem parar. “Com ou sem lentes de contato, coçar os olhos desenfreadamente – ainda que essa urgência se deva a um episódio alérgico – é altamente prejudicial para a visão. Além de aumentar as chances de romper pequenos vasos sanguíneos e provocar uma inflamação ocular, as mãos geralmente estão contaminadas com germes e bactérias que podem causar infecção. Além disso, quando crianças e adolescentes coçam demais os olhos, empregando muita força nas pálpebras, a córnea pode vir a sofrer alterações no formato, levando ao astigmatismo e ao ceratocone”;
3)      Passar o dia todo e parte da noite conectado ao telefone celular. “De modo geral, passar muitas horas em frente ao computador, seja para trabalhar ou estudar, já oferece riscos que podem comprometer a visão. O grande problema da atualidade é que jovens e adultos passam horas e horas ligados, também, no telefone celular. Esse tipo de radiação, que vem sendo estudada por muitos cientistas, pode ser quase tão prejudicial para os olhos quanto a radiação ultravioleta da exposição ao sol sem proteção. Ou seja, sintomas como cansaço visual, dores de cabeça, lacrimejamento excessivo e irritação ocular podem surgir em decorrência de excessos desse tipo, sem contar a perda gradual da acuidade visual”;
4)      Abusar dos colírios. “Muitas pessoas são dependentes de colírios da mesma forma com que outras não conseguem dormir sem descongestionantes nasais. O grande problema é que, ao mesmo tempo que parecem atenuar a irritação ocular, o uso abusivo desses medicamentos pode estimular um ciclo vicioso. Ou seja: quando o paciente realmente precisar de um colírio, o oftalmologista terá de prescrever um medicamento bem mais forte para tratar o problema”;
5)      Sair de casa sem óculos de sol. “Desde muito pequenas, as pessoas devem ser acostumadas a proteger os olhos dos raios ultravioleta. Não é uma questão apenas de quem vai à praia, ao clube ou ao parque. Até mesmo em dias nublados todos deveriam se acostumar a proteger os olhos. Afinal, os raios UV deterioram a visão, levando à formação precoce de catarata, degeneração macular, até mesmo de tumores benignos e cancerosos na superfície dos olhos. As lentes escuras devem bloquear pelo menos 99% dos raios UVA e UVB. Quem passa bastante tempo ao ar livre deve preferir lentes polarizadas, tratadas para reduzir o brilho”;
6)      Dormir de maquiagem. “Esse é um problema muito recorrente entre as mulheres. Ainda mais agora, quando muitas não tiram sequer os cílios postiços antes de se deitar. Os cuidados devem começar já ao fazer a maquiagem. Alguns tipos de sombra podem arranhar o cristalino e causar irritação caso entrem em contato direto. Até mesmo durante a aplicação do rímel é preciso dobrar atenção, já que é muito comum o aplicador atingir a parte interna dos olhos. Outro cuidado fundamental é descartar toda maquiagem vencida, já que pode desencadear alergias severas, irritação, vermelhidão e sensação de areia nos olhos. Se isso acontecer, é importante lavar os olhos com bastante água fria e buscar ajuda especializada”.

Prof. Dr. Renato Augusto Neves, médico oftalmologista, diretor-presidente
do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, e autor do livro “Seus Olhos”
(Editora CLA). www.eyecare.com.br

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