Em sua forma mais grave, a doença pode levar a convulsões, confusão mental, tremores e coma
A meningite é uma doença que sempre gera preocupação. Isso
porque a inflamação na membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal pode
deixar sequelas, levando à incapacidade permanente, e até mesmo a morte, caso
seja tratada incorretamente, ou de forma tardia.
Causada principalmente por vírus e bactérias, a doença é bastante
contagiosa. Segundo o Ministério da Saúde, entre os anos de 2007 e 2020, foram
confirmados 265.644 casos de meningite, entre os quatro tipos da doença, sendo
a viral mais frequente, com 121.955 casos.
A fim de destacar a importância da prevenção, diagnóstico
e tratamento da doença, foi criado o Dia Mundial de Combate à Meningite,
lembrado em 24 de abril.
Os principais sinais de alerta são febre, dor de cabeça e
rigidez na nuca. Entre crianças e adolescentes, a meningite pode evoluir
rapidamente, causando perda dos sentidos, gangrena dos pés, pernas, braços e
mãos.
Casos no litoral paulista
Segundo a médica Gisele Abud, que atua como diretora
Técnica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Zona Leste, em Santos,
apesar de poucos atendimentos na unidade, a doença merece atenção e deve ser
prevenida.
“De janeiro de 2022 a março de 2023, foram atendidos cinco
casos de meningite na UPA, sendo a maioria viral. Apesar disso, é importante
estar alerta aos sintomas para que o diagnóstico seja realizado com rapidez”,
alerta a médica.
Em sua forma mais grave, a doença pode levar a convulsões,
delírio, tremores e coma. Quando tratado adequadamente, o paciente pode evitar
problemas permanentes como a surdez, dificuldade de aprendizagem, crises de epilepsia
e comprometimento cerebral.
“Ao dar entrada com sinais e sintomas compatíveis com a
meningite, o paciente fica em observação no leito de isolamento realizando
exames laboratoriais e coleta de líquor para confirmação diagnóstica. Após uso
de antibióticos, o paciente é transferido para hospital de referência",
completa a profissional.
Vacinar é prevenir
A vacinação é a forma mais segura e eficaz de evitar a
meningite. A proteção a partir da imunização evita o adoecimento e surtos pela
doença. Atualmente, há sete vacinas recomendadas e disponíveis do Sistema Único
de Saúde (SUS):
• BCG: dose única ao nascer.
• Pentavalente: a primeira dose é aplicada aos 2 meses de
idade, a segunda aos 4 meses e terceira aos 6 meses.
• Pneumocócica 10-valente: primeira dose aos 2 meses de
idade, segunda dose aos 4 meses e reforço com um ano.
• Pneumocócica 23-valente: uma dose é suficiente para
proteção. Para a pessoas a partir de 60 anos a revacinação é indicada uma vez,
sendo realizada 5 anos após a dose inicial.
• Pneumocócica 13-valente: indicada para indivíduos a
partir de 5 anos, incluindo adultos que são soropositivos (HIV/Aids), paciente
oncológico, transplantados de órgãos sólidos e transplantados de células-tronco
hematopoiéticas.
• Meningocócica C: primeira dose aos 3 meses de idade,
segunda aos 5 meses e reforço ao primeiro ano.
• Meningocócica ACWY: recomendada para crianças de 3, 5 e 7 meses de vida. Com dose de reforço indicadas em duas situações, sendo a primeira entre 4 e 6 anos, e aos 11 anos.
Além da imunização, é possível evitar
o contágio através de medidas simples de higiene, como lavar as mãos com
frequência, usar máscaras de proteção, evitar aglomerações e ambientes com
pouca ventilação.
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