Entenda o que é câncer de colorretal, quais são os sintomas, as causas e os tratamentos indicados para cada caso
Anualmente, o
Brasil registra mais de 40 mil novos casos de câncer de cólon, enfermidade que
também recebe os nomes de câncer de intestino, do reto ou de cólon. Esta
neoplasia ocupa a segunda posição no ranking das neoplasias mais frequentes
entre a população masculina, ficando atrás somente do câncer de próstata. Além
dos hábitos preventivos, consultas e exames de rotina são essenciais para
detectar o quadro precocemente ou até mesmo evitá-lo. O Dr. Carlos Tadeu
Garrote Filho, oncologista do Hospital Brasília, tira as principais dúvidas
sobre o câncer de cólon, incluindo quais os sintomas mais comuns, como
diagnosticar e os tratamentos disponíveis.
O que é câncer colorretal?
O câncer
colorretal é um tumor maligno que surge no interior do cólon (intestino grosso)
ou no ânus (reto). Quase a totalidade dos casos é do tipo adenocarcinoma, o que
significa que seu desenvolvimento acontece nas glândulas excretoras e os
pólipos (espécie de “verruga interna") são sua primeira manifestação.
Quais são as causas do câncer de
cólon?
Ainda que o câncer
colorretal seja mais incidente entre homens com mais de 50 anos, os mais jovens
também podem ser acometidos pela condição, a exemplo do ator Chadwick Boseman,
intérprete do personagem Pantera Negra nos cinemas, que foi diagnosticado aos
39 anos de idade.
Os fatores de
risco são:
· alterações
genéticas;
· baixa
ingestão de fibras;
· consumo
excessivo de bebidas alcoólicas;
· dieta
rica em alimentos processados e consumo exagerado de carne vermelha;
· doença
de Crohn;
· exposição
ocupacional à radiação ionizante (profissionais de radiologia);
· histórico
familiar, principalmente se presente em parentes jovens e de primeiro grau;
· obesidade;
· retocolite
ulcerativa;
· sedentarismo;
· tabagismo.
Quais são os sintomas do câncer colorretal?
Os primeiros
estágios da doença costumam ser assintomáticos e por isso é necessário visitar
um médico regularmente e fazer os exames que ele solicita. Quando o câncer de
intestino não é descoberto precocemente, nem é tratado rapidamente, surgem os
seguintes sintomas:
· alterações
do hábito intestinal como prisão de ventre, diarreia crônica ou urgência para
evacuar acompanhada de baixo volume fecal, constipação persistente e afilamento
das fezes;
· anemia;
· cólicas
abdominais;
· mudança
no formato das fezes;
· perda
de peso sem causa aparente;
· sangue
nas fezes com ou sem muco;
· sensação
de esvaziamento incompleto do intestino mesmo após ir ao banheiro.
“É importante
ressaltar que, na maioria dos casos, esses sintomas podem não estar associados
ao câncer, mas, sim, a outras doenças benignas como úlcera gástrica,
hemorroidas ou até mesmo verminoses. Por isso é fundamental a investigação
feita por um médico para um correto diagnóstico e tratamento", destaca o
médico.
Como é feito o diagnóstico?
Além das
consultas de rotina, sempre que houver algum sintoma intestinal, o indicado é
buscar um profissional de gastroenterologia ou um clínico geral.
Com relação ao
diagnóstico do câncer de cólon, o Dr. Carlos explica que é necessário fazer uma
biópsia, “na qual é coletada uma parte do tecido sobre o qual há suspeita do
tumor para que seja analisado. A retirada desse material é feita por um
endoscópio, que é introduzido pelo reto", discorre.
Qual é o tratamento para câncer de cólon?
Felizmente, o
câncer de intestino tem cura, principalmente quando diagnosticado em fases
iniciais e até mesmo em alguns casos de metástase para o fígado ou pulmões. Ou
seja, nem sempre a metástase é sinônimo de incurabilidade no câncer colorretal.
Depois de confirmar
o diagnóstico, o tratamento será definido de acordo com a evolução do tumor, sua
localização e as particularidades do paciente. O Dr. Carlos Tadeu Garrote Filho
explica: “Primeiro, na doença limitada ao intestino, sua jornada de cura pode
vir com um simples procedimento endoscópico (retirada da lesão pela
colonoscopia) ou por meio de uma cirurgia. Depois que o tumor é retirado, o
câncer é avaliado por um médico patologista, que vai analisá-lo minuciosamente.
A depender dessa avaliação, o oncologista vai indicar ou não quimioterapia
complementar. Nos casos de doença metastática, o tratamento envolve um extenso
time multidisciplinar. Temos várias armas contra a patologia (cirurgia,
radioterapia, quimioterapia, terapia alvo, imunoterapia) e elas serão utilizadas
com base nas diversas características do paciente e do tumor".
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