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terça-feira, 25 de outubro de 2022

Silicone e câncer de mama: médica esclarece mitos e verdades

Outubro Rosa desperta atenção para dúvidas comuns antes de planejar o implante mamário

 

Entre as neoplasias, o câncer de mama é uma das doenças que mais acomete mulheres em todo o mundo. No Brasil, possui uma taxa de mortalidade de 14,23 para cada 100 mil mulheres, conforme registro de 2019 do Inca - Instituto Nacional do Câncer. Em 2021, foram registrados 66.280 novos casos de câncer de mama no país. A campanha nacional Outubro Rosa é um dos marcos de conscientização sobre prevenção e tratamento da doença, mas não deve ser o único momento de atenção para o cuidado com a saúde da mulher. 

 De múltiplas causas e variações no tipo de tumor, o medo do câncer de mama ainda gera dúvidas em mulheres que pretendem realizar procedimentos estéticos. A cirurgiã plástica Mariana Cioffi esclarece essa questão com alguns mitos e verdades sobre silicone e câncer de mama. Confira: 

 

Mulheres que têm silicone estão mais sujeitas à doença do que as que não têm: MITO 

Conforme explica a cirurgiã, esse assunto é muito pesquisado por médicos do segmento, mas chegou-se à conclusão, após diversos estudos, de que as chances de uma mulher com prótese de silicone desenvolver a doença é a mesma de uma mulher que não possui próteses. O que pode acontecer, de acordo com a médica, é que, em raríssimos casos, o silicone do tipo texturizado pode ocasionar o chamado “linfoma de células gigantes anaplásico”. Esse é um câncer bastante raro, no entanto, é curável na grande maioria dos casos.

  

O silicone dificulta a realização da mamografia: VERDADE 

Para mulheres que possuem próteses de silicone, o procedimento da mamografia é um pouco mais complexo e exige um cuidado a mais, porém, não impede a realização do exame preventivo. Mariana Cioffi revela que, geralmente com próteses mais antigas, é possível até mesmo o rompimento da cápsula, se a paciente não alertar sobre a presença do implante, mas faz um alerta importante: “Mesmo com próteses de silicone, é importante realizar a mamografia regularmente, pois somente ela poderá identificar se há a ocorrência de tumor ou não”, explica. 

 

As próteses de silicone fora da validade causam câncer no organismo: MITO 

Hoje, as próteses são desenvolvidas com tecnologia avançada, não existindo mais validade do material ou tempo máximo para permanecer dentro do organismo. Antigamente, o conteúdo e o revestimento do implante mamário tornavam a durabilidade limitada e o risco de rejeição muito maior. “Não existe mais o perigo de o silicone vencer dentro do corpo e causar alguma complicação. A mamoplastia de aumento que fazemos hoje é um procedimento muito seguro. A retirada das próteses é feita apenas quando há necessidade específica ou desejo da paciente”, esclarece a médica.

  

Diagnosticada com câncer de mama, a paciente deve retirar as próteses de silicone: VERDADE 

Como conta a Dra. Cioffi, é comum a necessidade de retirar as próteses de silicone para o tratamento cirúrgico, pois facilitam as manobras nos procedimentos. Além disso, a cirurgiã ressalta a importância de fazer o acompanhamento com um oncologista e um mastologista, realizar os exames de rotina, de mamografia e demais complementares para rastreio de tumores com frequência, além de fazer também a supervisão da prótese, com o cirurgião plástico.

 

Quem teve câncer de mama não pode colocar silicone: MITO 

O volume das mamas têm um significado cultural de autoestima e representação de identidade para muitas mulheres. Por este motivo, está cada vez mais comum a cirurgia plástica reconstrutora, realizada por um conjunto de médicos especializados. Mesmo em pacientes que foram submetidas à mastectomia total (retirada total da mama), é possível a realização de procedimentos com segurança - com próteses de silicone ou até mesmo com o uso de músculo ou gordura da própria paciente.  

Por fim, a cirurgiã reforça a importância de desmistificar antigos estereótipos. “Ainda existe muita desinformação sobre riscos e benefícios de colocar próteses de silicone, mas a medicina avançou muito nos últimos anos”, complementa. 

 

Mariana Cioffi - graduada em Medicina pela Universidade de Caxias do Sul, com especialização em Cirurgia Geral pelo Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., em Cirurgia do Trauma no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS) e em Cirurgia Plástica no Hospital São Lucas da PUCRS. Também possui pós-graduação em Cosmiatria, LASER e Procedimentos Minimamente Invasivos no Hospital Israelita Albert Einstein em São Paulo. CRM: 35851/RS

 

 

 

 

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