O especialista em
comportamento, Marcel Scalcko explica como o autoconhecimento pode ser uma
forma de prevenção
Autonomia, flexibilidade, realização pessoal e
liberdade são algumas das vantagens de ter seu próprio negócio, porém nem tudo
são flores. A responsabilidade de ter tudo centralizado em uma só pessoa e o
excesso de tempo dedicado ao negócio, muitas vezes pode comprometer a saúde
mental do empreendedor. Essa estafa mental e física por conta do trabalho é
conhecida como síndrome de Burnout. Uma pesquisa da International Stress
Management Association (Isma-BR) estimou que 32% da população economicamente
ativa sofria de sintomas de burnout. Não à toa, este ano, a OMS (Organização
Mundial de Saúde) classificou a síndrome como doença ocupacional. O especialista
em comportamento e gestão, Marcel Scalcko, alerta para a necessidade de
desacelerar e diz que pequenos e médios empresários são os que mais precisam se
autoconhecer para não adoecerem.
“Quando temos o nosso próprio negócio,
trabalhamos muito mais horas. Quando isso acontece durante um longo período,
sem férias e descanso, o corpo e a mente não aguentam. É uma rotina puxada,
todas as decisões ficam centradas no dono, desde a contratação de funcionários,
passando pelo pagamento de contas, atendimento ao cliente, prospecção. Por
isso, precisam apostar no autocuidado. O empreendedor nunca tem tempo para
cuidar de si, isso é a último coisa que passa na cabeça deles”, explica Marcel.
Divulgação |
Segundo o especialista, se os empreendedores não separarem algumas horas por semana para cuidarem do seu bem-estar, poderão sentir um esgotamento, algo perigoso nessa profissão. ”Sabemos que a maioria dos negócios não se tornam bem sucedidos de um dia para o outro. E o burnout chega de mansinho, pode roubar suas horas de sono, alterar seu apetite, causar dores de cabeça, dificultar a concentração, sem falar no tradicional cansaço. Uma vez diagnosticada a síndrome, é necessário fazer acompanhamento com psiquiatra e psicólogo”, esclarece o especialista.
Para Marcel, o empreendedor com longa jornada
de autoconhecimento dificilmente vai ser pego pelas circunstâncias que
despertam o Burnout. Ele estará atento, presente, e percebendo o que está
acontecendo em seu entorno e vai se proteger de alguma forma. Para evitar a
doença, o especialista em comportamento, gestão e treinamento, Marcel Scalcko,
dá cinco dicas:
1.Meditação -- Se possível,
todos os dias. Ajuda a aplacar os sintomas de ansiedade. equilibra, faz a pessoa
ficar mais centrada.
2. Terapia -- Ajuda olhar pra
si e encontrar as origens emocionais e psíquicas dos seus problemas, dentro da
sua história.
3. Alimentação -- Uma dieta rica
em frutas, verduras e legumes, pode garantir um bom funcionamento do corpo.
4. Atividade Física -- Se possível,
todos os dias. Aumenta a produção de seretonina e endorfina no corpo.
5. Mentoria e imersões -- darão um norte
para as pessoas se aprofundarem nos seus processos e ajudar a dar um rumo à
vida. É um momento de aconselhamento e acompanhamento. O terapeuta pode fazer
esse papel ou a pessoa pode optar por um outro profissional que faça essa
mentoria.
O especialista ressalta que quem tem ou teve
Burnout não deve passar pelo processo de coach, pelo menos por um ano. “O coach
estende os limites das pessoas e nesse momento ela precisa reconhecer seus
limites e não tê-los estendidos”, finaliza Marcel Scalcko.
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