Pequeno Príncipe alerta para a condição que pode trazer diversos riscos à saúde
A cada ano que passa, o aumento no número de casos de obesidade na população pediátrica chama atenção. De acordo com dados do Ministério da Saúde, só no Brasil, estima-se que mais de seis milhões de crianças e adolescentes estejam acima do peso e três milhões delas já tenham evoluído para obesidade. Outro dado que preocupa é que o quadro grave da doença saltou de 1,59% em 2018 para quase 3% dos casos em 2021.
Neste
11 de outubro, lembrado como Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, o Hospital
Pequeno Príncipe alerta para essa doença, que pode trazer inúmeros riscos à
saúde. “As consequências da obesidade para as crianças são enormes, desde a
questão emocional, podendo aumentar distúrbios como ansiedade e depressão, até
reflexos sobre o funcionamento de todos os órgãos do nosso corpo. Podem surgir
problemas ortopédicos, alterações hormonais e o início antecipado da puberdade
e primeira menstruação nas meninas. Além disso, a obesidade também pode causar
problemas hepáticos, cardíacos, hipertensão arterial, dislipidemias, que são as
alterações de colesterol e de triglicerídeos, e até mesmo o aumento de
resistência insulínica ou diabetes tipo 2”, explica a endocrinologista pediátrica
Julienne Carvalho, do Pequeno Príncipe.
A
obesidade acontece quando uma criança ou adolescente está acima do peso
esperado para sua idade, altura e sexo. A tendência genética associada a
hábitos de vida pouco saudáveis são os grandes responsáveis pelo
desenvolvimento da doença. Raramente distúrbios hormonais são a causa da
obesidade. “Hoje em dia, o consumo de alimentos ricos em carboidratos, açúcar,
gordura e sódio é muito mais acessível à população. Além disso, a própria
questão da falta de atividade física favorece a ocorrência da obesidade. As
crianças brincam muito pouco, ficam muito tempo dentro de casa e utilizam
demais as telas, videogames, celular e televisão, enquanto deveriam estar
gastando energia, brincando, correndo e praticando esportes”, completa a
endocrinologista.
Mudança de hábitos
Após
o diagnóstico de excesso de peso ou de obesidade, o tratamento mais indicado é
a mudança dos hábitos daquele paciente, e isso inclui a prática de atividades
físicas e a reeducação alimentar. “Nós temos que resgatar para o paciente e sua
família os hábitos saudáveis, a prática de esportes e de brincadeiras, a
redução no consumo de alimentos ultraprocessados, procurando sempre ingerir
alimentos na sua forma mais in natura e de forma diversificada, incluindo
frutas, legumes, verduras, grãos do tipo arroz, feijão e os integrais”, frisa
ainda Julienne.
A
nutricionista Maria Emilia Suplicy, do maior hospital exclusivamente pediátrico
do país, ressalta que hábitos saudáveis devem começar já na introdução alimentar
da criança, evitando a oferta de alguns produtos até os 2 anos de idade. Após
isso, o consumo deve acontecer de forma moderada. “Carboidrato a gente come
desde o nosso nascimento já no leite materno ou na mamadeira e quando começa a
introdução alimentar com o pão, macarrão e batata. Esses alimentos podem ser
consumidos sem preocupação. Já o açúcar não é recomendado que se consuma e que
ofereça para a criança até os seus 2 anos. Após essa idade, a ingestão de
refrigerantes, bolos e docinhos devem ser feitos com muita moderação e prudência”,
diz.
Ela
ainda dá uma dica para que sejam consumidos menos industrializados durante a
falta de tempo e rotina do dia a dia. “Quando as famílias procuram por
orientação, sempre damos a dica de separar um tempinho no final de semana ou em
um fim de dia para já deixar preparado as refeições da semana ou pelo menos do
dia seguinte. Isso traz ganhos para a saúde e é um tempo gasto no preparo dos
alimentos que vale a pena”, finaliza.
Prevenção
A
melhor forma de evitar o aparecimento de novos casos de obesidade,
especialmente em crianças e adolescentes, é a prevenção:
- Durante
a gestação, conserve bons hábitos.
- Promova
o aleitamento materno.
- Mantenha
uma alimentação saudável.
- Pratique
atividades físicas.
- Não
ofereça açúcar para crianças antes dos 2 anos.
- Incentive
brincadeiras.
- Diminua
o consumo de industrializados.
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