Ainda que ambos os locais busquem
encontrar o melhor caminho para estabilização do quadro, aceitação do paciente
sobre seus sintomas, patologia e tratamento, devem ser pensados em momentos
distintos da evolução da doença.
Crédito: Canva.
Com propostas completamente diferentes e
complementares, os estabelecimentos não se assemelham nem na formação da equipe
necessária e tampouco na estrutura física do ambiente onde está localizado. As residências
terapêuticas são dispositivos que podem ser acionados no momento da
estabilidade do paciente. E ao contrário dos hospitais psiquiátricos, as
residências terapêuticas podem servir como uma solução definitiva de moradia
para os pacientes, onde os mesmos encontrarão afeto, convivência, suporte em
todas as suas necessidades e ajuda para usufruir da máxima autonomia que seu
quadro permitir.
De acordo com o médico psiquiatra sócio e diretor da Sig
Residência Terapêutica, Ariel Mazur Lipman, é necessário entender que mesmo no
período da estabilidade, muitos pacientes precisam de cuidados, como controle
da sua medicação, cuidados com alimentação, higiene, convivência, lazer, etc.
“Muitas vezes as famílias não conseguem prover todo esse cuidado,
por questão de falta de tempo, esgarçamento das relações ou até mesmo
morte/envelhecimento das pessoas que proviam todo esse suporte. Portanto, as
residências terapêuticas ocupam esse espaço de prover todas as necessidades dos
portadores de doenças psiquiátricas crônicas”, explica.
Assim, as residências terapêuticas devem ser cogitadas quando o
paciente está estabilizado de seus sintomas mais graves e uma solução mais
definitiva se mostra necessária, na tentativa de prover a melhor vida possível
e prevenir a reincidência das crises. É pensado como uma proposta de moradia,
trazendo um novo olhar para a convivência com doenças psiquiátricas e um local
para chamar de lar.
Já os hospitais psiquiátricos devem ser utilizados em situações de
crise. Momentos em que os pacientes estão com comportamento de risco e por isso
precisam estar em um ambiente seguro e extremamente controlado. Neste caso não
há um período determinado, que deve ser o menor período possível.
“A chave para entender a diferença entre hospitais psiquiátricos e
residência terapêutica está na compreensão da diferença de cuidado na crise e
no período de estabilidade” explica Lipman. Os hospitais psiquiátricos são
dispositivos que devem ser acionados no período da crise, momentos em que o
tratamento deve ser feito de forma intensiva, o acompanhamento médico e
multidisciplinar deve ser feito com muito mais frequência e recursos devem ser
usados para garantir que o paciente não coloque em risco a si e terceiros.
Sig Residência Terapêutica
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