Especialista
orienta a importância de idosos terem conhecimento dos seus direitos para que
possam evitar e se assegurar do crime de apropriação de bens sem consentimentoDivulgação
No
dia 12 de agosto, é celebrado o Dia Nacional dos Direitos Humanos. Essa data
foi constituída nacionalmente em 2012 com o intuito de conscientizar a
sociedade brasileira sobre os direitos inerentes a todos os indivíduos.
Os
direitos humanos são normais que asseguram que todas as pessoas têm direitos
civis, políticos, sociais, econômicos e à saúde e servem para reger como os
indivíduos devem viver em sociedade. "Todos os seres humanos nascem livres
e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem
agir uns para com os outros em espírito de fraternidade", afirma a
Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas
(ONU), no ano de 1948.
No
Brasil, em outubro de 2003, foi instituída a Lei Federal nº 10.741, mais
conhecida como Estatuto do Idoso. A norma é um conjunto de leis que respalda os
direitos das pessoas maiores de 60 anos, proporcionando uma maior qualidade de
vida, bem-estar e segurança. Em caso de transgressão, o violador da lei deve
cumprir uma pena.
A
especialista em longevidade ativa e qualidade de vida da Sênior Concierge,
Márcia Sena, relata que muitos fatores podem contribuir com a violência contra
as pessoas acima de 60 anos e o preconceito etário é um deles. Por isso, é
fundamental que a pessoa idosa saiba quais são as leis do Estatuto do Idoso
para garantir a proteção dos seus direitos.
Só
no Brasil, entre o período de janeiro até junho deste ano, foram registrados
mais de 35 mil crimes de violação contra o Estatuto do Idoso, segundo o balanço
realizado pelo Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), o canal oficial
de comunicação com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Dentre esses atos criminosos estão a violência física, violência psicológica,
negligência e abandono, estelionato e violência financeira.
Instituído
pelo Estatuto do Idoso, apropriação de bens dos idosos é crime
Embora
poucos saibam, a violência financeira é considerada um crime. De acordo com o
art. 102 do Estatuto do Idoso, explorar economicamente, se apropriar ou desviar
algum bem do idoso sem o seu consentimento é uma atitude criminosa que leva à
reclusão de um a quatro anos e multa.
Essa
situação ocorre frequentemente quando alguém próximo - seja um familiar ou
funcionário de alguma instituição - se aproveita da vulnerabilidade e confiança
da pessoa idosa para se apropriar de seus recursos financeiros. Por exemplo,
filhos que se apropriam de forma ilegal, de algum bem dos seus pais, como a
propriedade, finanças e benefícios.
No
mundo das grandes personalidades, é possível enumerar diversos processos em que
os familiares brigam e apoderam-se dos bens do idoso, mesmo ele estando vivo e
com perfeito juízo mental.
Um
desses exemplos é o caso do Cid Moreira, de 94 anos. Os filhos do jornalista
alegam que a esposa do apresentador, Fátima Sampaio Moreira, teria transferido
mais de R$40 milhões para uma conta no exterior. Além disso, julgam que ela
teria vendido 11 imóveis de Moreira de maneira ilegal e abusiva.
Em
sequência, os dois filhos, Rodrigo e Roger Moreira, abriram um processo na
justiça requerendo a interdição do pai. Essa ação visa retirar da pessoa a
possibilidade de administrar os seus bens. No entanto, para que seja
determinada, é preciso comprovar que o indivíduo não tem domínio das faculdades
mentais.
Entretanto,
especialista orienta, por outro lado existem alguns casos são necessários a
interdição de acordo com a lei, para que a família administre os bens deste
familiar idoso, quando não há do seu juízo racional. Vale ressaltar que é um
processo legal e está na constituição.
“Como
todos as demais, a violência financeira provoca sequelas. A violência
financeira para o idoso gera um sentimento de abandono e a sensação de que
nunca foi verdadeiramente amado e respeitado pelos seus familiares, já que seus
recursos financeiros foram colocados acima do bem familiar. O ato ocasiona em
consequências drásticas para o convívio familiar”, ressalta a especialista.
Para
além, o crime também pode ser cometido por desconhecidos mal-intencionados.
Diante disso, Márcia Sena alerta que é fundamental que os idosos e familiares de
confiança estejam atentos aos golpes, que geralmente é executado em
aposentados. Esses delitos acontecem nas saídas de banco, por telefone e
pela internet, onde os criminosos se passam por representantes de instituições
bancárias para coletar informações com intuito de roubar os benefícios desses
idosos.
“Portanto,
temos que conscientizar que todo e qualquer tipo de maus tratos e violência
contra a pessoa idosa seja denunciado para os órgãos responsáveis. Além do
Disque 100, existem hoje Delegacias de Proteção ao Idoso em grandes centros. A
formalização da denúncia é um primeiro passo para que o problema seja
enfrentado”, finaliza Márcia Sena.
Márcia Sena - fundadora e CEO da
Senior Concierge e especialista em qualidade de vida na terceira idade. Tem MBA
em Administração na Marquette University (EUA) e experiência em várias áreas da
indústria farmacêutica. Criou a Senior Concierge a partir de uma experiência
pessoal de dificuldade de conciliar seu trabalho como executiva e cuidar dos
pais que estão envelhecendo. Se especializou nas necessidades e desafios da
terceira idade e desenvolveu serviços com foco na manutenção da autonomia dos
idosos no seu local de convívio, oferecendo resolução de problemas de
mobilidade, bem-estar, tarefas domésticas do dia a dia e segurança.
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