Segundo o Ministério da Saúde, existem diversos fatores de risco para a depressão pós-parto, que pode surgir antes mesmo de o bebê nascer
Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), não existe uma única causa conhecida para depressão pós-parto. Ela pode estar associada a fatores físicos, emocionais, estilo e qualidade de vida, além de ter ligação, também, com histórico de outros problemas e transtornos mentais – além do enorme desequilíbrio de hormônios em decorrência do término da gravidez.
O MS pontuou uma série de fatores de risco que podem aumentar as chances de uma mulher desenvolver a depressão pós-parto:
- Histórico de depressão pós-parto anterior.
- Falta de apoio da família, parceiro e amigos.
- Estresse, problemas financeiros ou familiares.
- Falta de planejamento da gravidez.
- Limitações físicas anteriores, durante ou após o parto.
- Depressão antes ou durante a gravidez.
- Depressão anterior.
- Transtorno bipolar.
- Histórico familiar de depressão ou outros transtornos mentais.
- História de desordem disfórica pré-menstrual (PMDD), que é a forma
grave de tensão pré-menstrual (TPM).
- Violência doméstica.
(Informações do MS disponíveis em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/depressao-pos-parto-1)
Conforme um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Brasil, em
cada quatro mulheres, mais de uma apresenta sintomas de depressão no período de
6 a 18 meses após o nascimento do bebê (dados disponíveis em: https://portal.fiocruz.br/noticia/depressao-pos-parto-acomete-mais-de-25-das-maes-no-brasil).
A depressão pós-parto nem sempre se inicia após a gestação. “Essa é uma doença multifatorial, que pode se manifestar na gestação ou até antes dela. Mulheres com quadro de depressão prévia ou que passam por dificuldades na gestação – de diversas naturezas – têm mais chance de desenvolver o problema e precisam de ajuda antes de ele se instalar”, alerta a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein, em São Paulo (SP).
Segundo ela, as famílias e os obstetras devem ficar atentos ao comportamento das gestantes, que podem indicar a depressão. “A gestação, em geral, é um momento de alegria. Mas existem mulheres que sofrem com separações, privações financeiras, violência doméstica, doenças, luto e outras situações que causam a depressão. Existem, também, casos em que a depressão não tem um motivo palpável, mas está presente. Então, a mulher deve ser tratada durante a gravidez, para que o quadro não se agrave com o nascimento do bebê”, diz a médica.
Sinais e sintomas
Os sintomas da depressão pós-parto materno são caracterizados como tristeza, apatia, desalento, insônia ou excesso de sono, alterações no apetite, sentimento de culpa, dificuldade de concentração, ansiedade, entre outros quadros tipicamente depressivos. As causas fisiológicas mais comuns do quadro depressivo pós-parto são as alterações hormonais bruscas que ocorrem com a mulher ou casos apenas emocionais. Pode haver ou não a rejeição ao bebê.
O avanço da doença pode criar um quadro chamado de psicose pós-parto,
condição mais susceptível em mulheres com distúrbio bipolar. Os sintomas, que
começam geralmente durante as três primeiras semanas do puerpério, incluem
desconexão com os familiares e o bebê, confusão mental, mudanças de humor
drásticas, alucinações e desejo de fazer mal a outras pessoas, a si mesma e ao
bebê.
Quando e como tratar a depressão pós-parto
É comum que as mulheres passem pelo Baby Blues, um sentimento melancólico no período pós-parto, que pode durar poucas semanas. Ele é diferente da depressão pós-parto e não precisa de medicação ou tratamento, porque apenas um desequilíbrio hormonal momentâneo, que o próprio organismo feminino conseguirá solucionar.
Porém, se o quadro evoluir para a depressão pós-parto, é necessário que a mulher passe por uma consulta com seu obstetra, que poderá encaminhá-la ao psiquiatra e psicólogo. A ideia é fazer um acompanhamento multidisciplinar, porque ela pode precisar de medicamentos e terapia. “A depressão pós-parto geralmente é ocasionada por problemas que a mulher carrega consigo. Medos gerados na gestação – como o do abandono, violência doméstica, de problemas financeiros, desemprego, entre outros -, dificuldades de relacionamento, quadros depressivos anteriores à gravidez, morte na família, entre outros aspectos, devem ser investigados, para que os profissionais tenham clara a origem do problema”, comenta a Dra. Mariana.
O tratamento é o mesmo de uma depressão, envolvendo terapia e medicamentos, se necessário. “O suporte familiar é imprescindível, neste momento, porque a mulher é muito julgada e dificilmente consegue dar conta desses sentimentos, sozinha. Se ela tiver uma boa rede de apoio, certamente será mais fácil enfrentar esse difícil momento”, sugere a médica.
Setembro Amarelo é o nome da campanha de prevenção ao suicídio,
realizada por meio de uma parceria entre a Associação Brasileira de Psiquiatria
– ABP e o Conselho Federal de Medicina – CFM. Estima-se que sejam computados mais
de 12 mil suicídios no Brasil ao ano – número superior à média mundial.
Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP:
127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.
Nenhum comentário:
Postar um comentário