Tuta absoluta já é velha conhecida do produtor, porém, a baixa prevenção, manejo incorreto ou ineficiente, podem causar perdas de até 100% da lavoura
O tomate, por ser muito versátil, é um produto que
compõe a mesa de muitos brasileiros, e também está presente em diversos
produtos industrializados nas gôndolas dos supermercados. A produção nacional é
robusta, com estimativa de colheita de 3.528.984 toneladas para este ano,
segundo o IBGE.
Mas, assim como outras culturas, os meses mais
secos do ano nas principais regiões produtoras, como Goiás, São Paulo e Minas
Gerais, além do Paraná, demandam cuidados especiais na prevenção e manejo de
pragas, especialmente quando falamos da traça-do-tomateiro (Tuta
absoluta). Esta, que é velha conhecida do produtor, chega a causar
danos de até 100% na cultura e merece muita atenção.
A ocorrência da praga é durante todo o ano, mas nos
períodos mais chuvosos, segundo a professora Dra. Regiane Cristina de Oliveira,
da UNESP, Departamento de Proteção Vegetal, ela quase desaparece. “Isso devido
às gotas de água que derrubam os ovos, larvas e pupas, reduzindo o potencial de
multiplicação do inseto. Isso é válido também em lavouras irrigadas por
aspersão convencionais ou por pivô central”, explica. “A temperatura elevada
também proporciona condições favoráveis para acelerar o ciclo de vida e
aumentar a intensidade de ataque”, completa o doutorando em proteção vegetal,
Alessandro Bandeira Dalbianco.
Esses ataques causam preocupação no campo,
principalmente frente à dificuldade de manejo da Tuta absoluta, com
agravo à deficiência ou baixa tecnologia de aplicação e a resistência a
determinados grupos de inseticidas utilizados para o manejo. Por isso, a tomada
de decisão do manejo deve ser baseada no histórico de infestação da praga
na área, condições climáticas, entre outras características a serem avaliados
pelo engenheiro agrônomo responsável.
Pequena que causa grandes estragos
Cada fêmea adulta chega a colocar até 100 ovos ao
longo da vida, em frutos, folhas, flores e hastes. O período de incubação deles
é de quatro a oito dias, com viabilidade alta, de 78% a 95%. “As lagartas
eclodem entre três a cinco dias após a oviposição e alcançam, no ápice, 8 mm de
comprimento. Ao se aproximar da fase de pupa, gostam de se abrigar no solo ou,
de preferência, nas folhas secas, onde criam um casulo esbranquiçado, ficando
nesta fase de seis a dez dias”, detalha a professora.
Sobre os danos, é na fase de lagartas que eles
acontecem, pois estas são minadoras, ou seja, atacam os brotos, folhas, botões
florais, caules e até os frutos. Conforme Dalbianco, assim geram galerias
transparentes, se alimentando do interior, especialmente nas gemas apicais,
onde destroem as brotações novas e frutos, além de favorecer a contaminação por
outros patógenos.
Para evitar estes cenários, a doutora diz que
prevenção é sinônimo de equilíbrio, sendo necessário realizar uma correta
e eficiente estimativa dos riscos para assim tomar decisões corretas, e ainda
aplicando o conceito do Manejo Integrado de Pragas (MIP) que apresenta várias
estratégias. “Eles recomendam também a instalação de armadilhas com feromônio
sexual logo após o plantio, afim de detectar os primeiros adultos em voo na
lavoura”, destaca Regiane.
“Além disso, é importante a destruição dos restos
das culturas e infestantes hospedeiras da parcela e das áreas circundantes;
rotação com culturas de outras famílias que não solanáceas, e no caso de
solanáceas, garantir um intervalo de um a dois meses entre elas”, reforça
Dalbianco. Também é indicado utilizar plantas de viveiros certificados, isentas
de presença de T. absoluta e monitoramento de
parcelas adjacentes, principalmente se forem de batata ou tomate.
Está infestado, e agora?
Para o manejo da traça-do-tomateiro há
recomendações de uso de pulverização de inseticidas sintéticos e biológicos,
extratos e/ou óleos de plantas e o uso de liberações do parasitoide de
ovos Trichogramma pretiosum Riley (Hymenoptera:
Trichogrammatidae). “A tomada de decisão sobre quanto, quando e o que utilizar
deve seguir o posicionamento técnico de um engenheiro agrônomo, atualizado
sobre quais são as opções mais eficazes para a realidade de cada lavoura”,
pontua a professora.
Visando o manejo de resistência é necessário
realizar a rotação de mecanismos de ação ou a associação de dois inseticidas
com diferentes mecanismos de ação, em doses recomendadas em bula, além do uso
de outras táticas de manejo, como o controle biológico, por exemplo.
A multinacional DVA Agro traz para o mercado
brasileiro a ferramenta Glaraneen, que adicionada ao MIP tem o objetivo de
minimizar os danos causados pelos insetos às culturas. O Glabraneen possui em
sua composição dois extratos botânicos e, assim que são aplicados nas culturas,
interferem no comportamento alimentar, de locomoção e reprodutivo dos insetos, fornecendo
proteção ao potencial produtivo da cultura.
DVA Group
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