Psicanalista
explica que a figura paterna é um dos fatores decisivos para o desenvolvimento
cognitivo social
No mês em que comemoramos o dia dos pais, se faz
importante refletir sobre a importância da construção da personalidade e da
maturidade de um indivíduo O papel do pai no desenvolvimento da criança e na
interação entre pai e filho é um dos fatores decisivos para o fortalecimento
cognitivo e social, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integração da
criança na comunidade e no universo em que ela está inserida. Sabemos que
muitas crianças não possuem contato permanente com seus pais biológicos, por
diversos motivos. E que, ao longo da vida, esse papel de acaba sendo
desempenhado por um avô, um tio, um padrasto ou um irmão. No entanto, a figura
paterna é responsável por uma boa parte da identidade deste indivíduo.
Psicanaliticamente falando, a figura paterna traz a
representatividade da ordem, da tradição e da autoridade. Sabemos que a
carência de amor e de afeto comprometem o desenvolvimento da criança e do
adolescente. E quando as interações entre pais e filhos são mal adaptativas ou
desajustadas os resultados poderão levar a formas de comportamento antissocial.
Portanto, fica evidente que, o abandono também pode gerar grandes conflitos
emocionais na vida da criança seja por separação conjugal ou abandono dos
filhos.
Na prática, no dia-a-dia, quais seriam as
principais consequências desta ausência paterna? Algumas crianças podem
apresentar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo, bem como na
elaboração de distúrbios de comportamento agressivos. Pois, elas tendem a
desenvolver sentimento de insegurança e também manifestar graves transtornos de
ansiedade, já que a construção psicoafetiva apresenta deficiências. Além disso,
elas também sofrem por não conseguirem desenvolver as habilidades adequadas
para a convivência em sociedade, o que justifica a tendência a se isolar e não
conseguir interagir de forma saudável com o outro. Um outro fator importante é
a incapacidade de seguir leis ou respeitar autoridades, pois as crianças com
pais ausentes, especialmente as do sexo masculino, podem não conseguir se
submeter a uma figura de autoridade, e como resultado disso podem se tornar
rebeldes e adeptos da violação das regras, criando sérias consequências
negativas para ela no futuro.
A presença da figura paterna é um dos fatores
decisivos para o desenvolvimento cognitivo social, facilitando a capacidade de
aprendizagem e a integração da criança na sociedade. Se a criança acreditar que
a falta de um pai faz dela uma pessoa defeituosa, ela pode desenvolver um
complexo de inferioridade, se sentir rejeitada e desenvolver depressão e outras
doenças psíquicas. Isso pode prejudicar muito a sua autoestima, levando-a a ter
problemas de insegurança com relação a si mesma no futuro, por se achar menos
digna que os outros. É claro que isso não tem nada a ver com a realidade, no
entanto, o sentimento persiste e precisará ser tratado com terapia, caso
contrário, essa criança vai sempre se sentir inferior.
Enfim, se você pode desempenhar o seu papel de pai,
não perca a oportunidade, pois tanto o afeto paterno quanto materno, representam
a possibilidade do equilíbrio como regulador da capacidade da criança ou do
jovem investir no mundo real. Porém, a ausência ou o abandono, é extremamente
prejudicial ao desenvolvimento dos vínculos de sobrevivência do indivíduo,
propiciando alterações comportamentais que acionam o sinal de alerta
demonstrando que algo está em desequilíbrio ou mesmo, favorecendo o
desenvolvimento de transtornos emocionais, como: a depressão infantil, as
neuroses oriundas da ansiedade generalizada, o agravamento de TDAH, os
distúrbios de sono, as alterações de humor neurótico e o aumento de fobias.
Portanto, o estímulo ao convívio entre pais e filhos, certamente é um forte
instrumento na construção e no desenvolvimento equilibrado de uma maturidade
emocional saudável e livre de transtornos e traumas.
Dra. Andréa Ladislau - Psicanalista
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