Jovens devem ter cuidado redobrado com a saúde bucal para prevenir doenças
A adolescência é uma fase da vida marcada por
mudanças, tanto psicológicas quanto físicas, o que inclui alterações nos dentes
e na boca. Doenças bucais e periodontais como cárie, gengivite, mau hálito,
problemas com os dentes do siso e bruxismo são os mais comuns nessa fase.
“Muitos jovens acreditam que não carecem de tantos
cuidados, mas a prevenção e os cuidados com a saúde bucal são
necessários em qualquer fase da vida. A falta de higiene adequada, por exemplo,
gera placa bacteriana (biofilme dental), com possível presença de sangramento
gengival e dor”, comenta a Dra. Luciana Aparecida de Sousa Iwamoto,
cirurgiã-dentista e presidente da Câmara Técnica de Ortodontia do Conselho Regional
de Odontologia de São Paulo (CROSP).
Fatores de risco para a boca
dos jovens
Os hábitos alimentares dos adolescentes podem
representar um fator de risco para a saúde bucal. Alimentos açucarados,
refrigerantes e energéticos devem ser evitados a fim de prevenir a formação de
cárie dentária e a erosão ácida da superfície do esmalte do dente.
O uso de piercing na língua ou em outras regiões da
boca também pode prejudicar a saúde do adolescente. Ao furar alguma parte do
corpo, mesmo com todo o cuidado no procedimento, ainda há chance de infecções e
outras complicações ocasionadas pelo uso do objeto, como a formação de
tumores que podem ser malignos ou benignos.
“Há outros malefícios que podem surgir, como perda
parcial do paladar, fratura dental, tumores benignos, verrugas e manchas
esbranquiçadas na língua e nos dentes. A língua é formada por nervos e vasos
sanguíneos e qualquer perfuração poderá causar danos muitas vezes irreversíveis”,
explica a Dra. Luciana.
Higiene básica e confiança nas
recomendações ajudam na prevenção
Mesmo sendo comuns na adolescência, os problemas
bucais podem ser tratados e prevenidos com cuidados básicos, evitando
complicações na fase adulta.
O mau hálito, condição comum entre jovens, tem
tratamento e, dependendo do caso, pode ser resolvido apenas com a adoção de uma
boa higiene bucal, seguindo as orientações de um profissional quanto à
escovação e a alimentação.
Outros casos comuns entre adolescentes são as
queixas de dores e outros incômodos ocasionados por desalinhamento dentário,
como mordida cruzada ou profunda, ou mesmo pelo nascimento dos dentes do siso.
Essas duas condições requerem um cuidado maior e um acompanhamento frequente do
cirurgião-dentista, que avaliará a necessidade do uso de aparelhos ortodônticos
ou de extração dos dentes.
No caso do uso de aparelho, é importante que o
jovem entenda o procedimento e siga as recomendações feitas pelo
cirurgião-dentista para sua eficácia. “Existem tratamentos que não comprometem
a estética, como a ortodontia lingual e os alinhadores. É importante que o
ortodontista, compreendendo as necessidades individuais de cada paciente,
escolha o melhor recurso para um planejamento seguro e eficaz de tratamento,
assim como é importante que o paciente esteja de acordo com o proposto.”
ressalta a cirurgiã-dentista.
“É importante estabelecer um bom diálogo com o
paciente, ter uma comunicação efetiva e direta acerca dos procedimentos e das
razões que levaram a sua adoção. Ao se ter essa relação de parceria entre o
paciente e o cirurgião-dentista, esse jovem se sente mais seguro, confia no
profissional e, com isso, atenderá suas solicitações, sendo mais colaborativo
com o tratamento”, completa.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP
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