A dermatologista Luciana Garbelini explica quais são as diferentes
marcas que a pele pode apresentar
Ruga é uma palavra
genérica, muitas vezes usada para se referir a marcas, vincos, sulcos e linhas
presentes na pele. Porém, essas marcações podem ter diferentes causas, e por
conta disso requerem tratamentos ou cuidados específicos. Pensando nisso, a dermatologista
Luciana Garbelini, da Clínica Luciana Garbelini de São Paulo, destaca alguns
desses sinais do tempo, em quais regiões costumam aparecer e as indicações
dermatológicas mais adequadas para cada caso.
Muitas marcas
aparentam ser decorrentes do passar do tempo, mas isso não necessariamente está
correto. "Percebemos as rugas da face de uma forma diferente com o passar
dos anos. Isso acontece por uma questão natural do envelhecimento da pele como
um todo, não só dessa região. Mas no caso do rosto, pode ficar mais evidente
por conta de diversas exposições externas, como, a solar. Com isso, a pele
sofre mais do que apenas a degradação esperada em relação ao
envelhecimento," explica a especialista.
Luciana destaca ainda
que existem outras predisposições que fazem com que essas marcas apareçam com o
tempo e o envelhecimento. "Deixar de lado os cuidados simples, básicos e
diários de skincare, como o uso de protetor solar e hidratante, tornam a pele
mais suscetível a danos. Além disso, é preciso levar em conta que a pele, e
consequentemente a sua qualidade, também sofrem influência genética. Ou seja,
se há uma tendência à manchas, flacidez ou sensibilidade, é preciso ter mais
atenção e dedicação aos cuidados."
Marcas de expressão ou
rugas do sono?
Tratando-se
especificamente das rugas, existem algumas classificações que são interessantes
para entender melhor as causas e os cuidados mais adequados em cada caso.
"Existem as rugas finas - aquelas que surgem como os primeiros sinais da
degradação do colágeno - e profundas, que estão mais evidentes, uma vez que
elas aparecem mesmo com o rosto em repouso."
Há ainda mais duas
classificações: rugas de expressão ou do sono. "Esses dois tipos podem
apresentar características em comum, principalmente por estarem localizadas em
áreas próximas, porém são tratadas de formas diferentes." A especialista
destaca que as linhas de expressão se localizam próximas das regiões de
movimento muscular, como ao redor dos olhos, onde se tem os famosos pés de
galinha. Também ao redor da boca, conhecido como código de barras. E na
bochecha, onde as linhas podem ter relação com o sorriso, e recebem o nome de
rugas de acordeon. "Além da testa, região conhecida pela associação com a
aplicação da toxina botulínica." Assim, no geral, as rugas de expressão
são horizontais e podem ser suavizadas através do relaxamento da força
muscular, exatamente por meio da ação da toxina botulínica, reforça a médica.
As rugas do sono, por
sua vez, são decorrentes do amassamento da pele no travesseiro. "Geralmente
são mais verticalizadas. Aparecem na lateral da testa, dos olhos e do rosto.
Também próximo ao nariz, lateral da boca e queixo. A tendência é se formarem em
áreas de pele mais maleável e com músculos relaxados. São rugas mais estáticas
e que não têm relação com movimentos repetitivos, como no caso das rugas de
expressão."
Vale lembrar que
segundo pesquisas, passamos cerca de 23 anos da vida dormindo, por isso doutora
Luciana explica que é interessante o paciente perceber como coloca o rosto no
travesseiro. Assim, é possível saber onde vão se formar os pontos de
amassamento. "Sabemos que todo movimento repetitivo pode ter
consequências," salienta. A especialista explica que esse tipo de ruga
pode ser suavizada com tratamentos para flacidez de pele e postura durante o
sono. "Algumas opções são bioestimuladores de colágeno e ultrassom
microfocado."
Outros tipos
Existem os vincos,
sulcos ou linhas que fazem parte da anatomia do rosto. "Muitos entram como
rugas de expressão, como é o caso do bigode chinês, que pode ser salientado por
diversos fatores, mas que vai estar presentes no rosto - de uma forma mais ou
menos suave - por ter uma função anatômica na face. Uma prova disso é poder
identificar essa linha mesmo em pessoas jovens cuja elasticidade e tônus da
pele estão no auge."
Já nos casos em que a
ruga formou uma espécie de vinco mais profundo e intenso por causa do
movimento, é possível se valer do uso do ácido hialurônico para promover um
preenchimento local. "Antes é preciso identificar a causa da ruga. Se for
algo decorrente de um vício de expressão, primeiro é preciso suavizar o
movimento do músculo responsável. Só depois será avaliada a necessidade do
preenchimento ou da aplicação de bioestimulador de colágeno. Há ainda os
produtos de skincare que ajudam na prevenção e manutenção da pele. No entanto,
é preciso uso contínuo e prévio para que seus benefícios sejam
perceptíveis."
Dra. Luciana Garbelini
- Dermatologista Formada pela Universidade de
Santo Amaro. Residência médica em Dermatologia na Universidade de Santo Amaro,
Pós-graduada em cosmiatria e estética no Instituto Superior de Medicina. Membro
da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
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