No dia da Conscientização da Esclerose Múltipla, especialista em doenças degenerativas traz informações sobre os estágios da doença e o papel da família no tratamento
O fim do Agosto
Laranja está chegando e, com ele, o Dia da Conscientização da Esclerose
Múltipla (30/08), que é dedicado a esclarecer sobre a doença rara e autoimune
que afeta cerca de 2,3 milhões de pessoas no mundo, segundo a Federação
Internacional de Esclerose Múltipla.
A EM (Esclerose
Múltipla) é uma "doença neurológica inflamatória e degenerativa que produz
inflamação cerebral com formação de placas presentes tanto no cérebro, na
região cortical e subcortical, como na medula", conforme explica o
neurologista, especialista em doenças degenerativas e membro da Doctoralia , Flávio Sallem .
Foi pensando nesta
data de conscientização, que a Doctoralia, em conjunto com o especialista,
reuniu algumas informações para desmistificar a doença, além de promover o
diagnóstico e o tratamento precoce. Confira!
Formas e sintomas
Por se tratar de uma
patologia com manifestações distintas, são as diversas formas da EM que
facilitam a identificação do diagnóstico e tratamento, visto que não há cura.
"A forma Remitente-Recorrente
(EMRR), geralmente responde por 85% dos eventos em geral. Nela, ocorrem
surtos que podem se resolver completamente ou podem deixar sequelas, com
frequência variada. Já a forma Secundariamente Progressiva (EMSP) é
sempre derivada da remitente recorrente, em que o paciente começa a ter uma
neurodegeneração pior da marcha, ou seja, o deslocamento de um ponto para o
outro e dos movimentos em geral", comenta o neurologista.
Na EMSP, ela é
definida quando o paciente apresenta inicialmente surtos e remissões e, após algum
tempo, a doença se torna progressiva e o paciente piora de forma lenta, sem que
obrigatoriamente tenha novos surtos.
Ainda segundo o
especialista, outro estágio da doença é a EM Primária Progressiva (EMPP),
no qual o paciente tem uma alteração de marcha sem muitos surtos, mas com
sequelas e sintomas progressivos da doença medular em geral.
Apesar de variáveis,
os sintomas da Esclerose Múltipla mais comuns entre brasileiros são: neurite
óptica, ou seja, perda visual; fraqueza muscular dos membros inferiores e
membros superiores; alterações cognitivas, de memória, espaciais ou frontais e
de linguagem; e, por fim, surtos simulando o AVC.
O papel da família
Para Sallem, um dos
principais papeis da família do paciente é a compreensão. "É preciso
entender que não se trata de frescura ou fraqueza, mas de uma doença
neurológica que pode evoluir para um quadro de deficiência", reforça.
Além da
vulnerabilidade para a violência doméstica, historicamente, as pessoas com
deficiência lidam com baixo acesso ao mercado de trabalho, à mobilidade urbana
e à educação. De acordo com o relatório mais atual do Ministério da Mulher, da
Família e dos Direitos Humanos (MMFD), de 2020, foram registradas 12.868
denúncias de violências praticadas contra Pessoas com Deficiência.
"Orientar o
paciente, ser seu porto seguro, auxiliá-lo nas tarefas do dia a dia ou em
demandas mais difíceis, fornecer as medicações e acompanhamento também são
cuidados extremamente necessários para que o paciente possa ter uma vida mais
tranquila e positiva", conclui o médico.
Doctoralia
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