A Esclerose Múltipla afeta cerca de 35 mil pessoas no país. Para conscientizar a sociedade sobre a doença foi criado o Agosto Laranja. Segundo Herval Neto, médico neurologista, a esclerose múltipla é uma doença neurológica crônica, sem causa determinada e sem cura, em que as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando a perda de mielina, uma substância cuja função é fazer com que o impulso nervoso percorra os neurônios de forma rápida. Por isso, quanto antes diagnosticada, mais chances de vida sem limitações importantes tem o paciente.
De acordo com o
especialista, apesar de não ter cura, a esclerose múltipla possui tratamento,
por meio do controle dos sintomas e da diminuição da progressão da doença. No
entanto, mesmo com os significativos avanços da ciência nesta área, o
diagnóstico precoce é um dos grandes entraves para que portadores consigam
iniciar o tratamento o quanto antes. "A demora é causada principalmente
pela falta de informação sobre a esclerose múltipla e seus sintomas, que podem
ser confundidos com os de diversas outras doenças --mesmo pelos profissionais
de saúde que fazem os primeiros atendimentos", afirma o médico.
Dentre os sintomas
mais comuns estão fadiga imprevisível ou desproporcional à atividade realizada;
alterações fonoaudiológicas, como fala lenta, palavras arrastadas, voz trêmula
e dificuldade para engolir; visão dupla ou embaçada; problemas de equilíbrio e
coordenação; sensação de queimação ou formigamento em alguma parte do corpo e
de aparecimento espontâneo; perda de memória e raciocínio; transtornos
emocionais; e problemas vesicais e sexuais, como perda de libido e
sensibilidade.
A EM pode se
manifestar de duas principais formas, a recorrente e a primária progressiva. A
forma recorrente é a predominante, ocorrendo em torno de 85% dos casos. Já a
forma primária progressiva progride independentemente de surtos e é considerada
a mais agressiva. "Até poucos anos atrás não havia tratamentos
medicamentosos comprovadamente efetivos e aprovados para essa forma da doença.
Hoje, felizmente, já existem terapias para os dois tipos de EM. No entanto,
esse caminho é longo, a mobilização e a participação da sociedade são
imprescindíveis para fomentar o tema junto aos atores envolvidos e fazer com
que as novas tecnologias para o tratamento da doença cheguem, de fato, a quem
precisa delas", conclui o especialista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário