Ao controlar as taxas de gordura no sangue é possível diminuir o risco, na vida adulta, de desenvolver doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no Brasil
Foi
em exames de rotina que o Pedro Santiago de Oliveira descobriu que havia algo
errado com os níveis de colesterol. Mesmo aos 10 anos de idade, ele estava com
o LDL acima do recomendado. Identificar o problema desde cedo reduz a chance
de, na vida adulta, desenvolver doenças cardiovasculares, líderes em
mortalidade no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia
(SBC), cerca de 14 milhões de brasileiros têm alguma doença no coração e
aproximadamente 400 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades.
É
por isso que, neste 8 de agosto, Dia
Nacional de Combate ao Colesterol, o Hospital Pequeno Príncipe
chama a atenção das famílias para a importância do diagnóstico e tratamento
precoces da doença, como foi o caso de Pedro. Com a pandemia, ele precisou
parar com todas as atividades físicas que fazia na escola, como judô, capoeira
e futebol. “Isso refletiu no ganho de peso. Em 2020, com os exames de rotina,
percebemos o aumento nos índices de colesterol e triglicerídeos e iniciamos as
mudanças de hábitos com o apoio multidisciplinar”, relata a mãe, Rozângela de
Oliveira.
Por
meio do atendimento com endocrinologista, psicóloga e nutricionista, o
resultado foi satisfatório, principalmente porque o Pedro se motivou para
cuidar da saúde. Hoje, ele entende que pode comer de tudo, mas com moderação.
“Na nossa rotina familiar, diminuímos o consumo de açúcares, gorduras,
ultraprocessados, além de incluirmos mais legumes, frutas e verduras. Com o
retorno presencial às aulas e a mudança do cenário da pandemia em Curitiba, ele
também voltou a praticar alguns esportes, com os cuidados que o momento exige.
Isso refletiu positivamente no bem-estar e qualidade de vida do Pedro, pois ele
está a cada dia melhor”, completa a mãe.
A doença é silenciosa e precisa ser monitorada
De
acordo com a endocrinologista pediátrica do Pequeno Príncipe, Rosângela Réa, o colesterol
elevado geralmente não causa sintomas. Por isso, a indicação é que o primeiro
exame de perfil lipídico seja realizado entre os 9 e 11 anos. Já
em crianças com doenças crônicas, obesidade, assim como naquelas com
histórico familiar de doença cardiovascular, a recomendação é que os testes
sejam feitos aos 2 anos. O apoio familiar também é fundamental para que essas
mudanças ocorram da melhor forma, inserindo uma dieta alimentar saudável e a
prática regular de atividade física. “Os hábitos da criança são reflexo daquilo
que ela vê em casa. Ou seja, os limites e incentivos devem ser realizados pelos
responsáveis”, enfatiza a médica. Vale destacar que, se essas medidas não
surtirem efeito, o acompanhamento com endocrinologista para intensificação do tratamento
e/ou uso de medicamentos é fundamental.
Como evitar níveis de colesterol alto em crianças
-
Consultar o pediatra e realizar exames de rotina frequentemente.
-
Conhecer o histórico da família e incentivar bons hábitos entre todos.
-
Praticar atividades físicas regularmente.
-
Consumir alimentos saudáveis, como frutas, verduras, carnes brancas, óleos
vegetais e grãos integrais.
-
Evitar alimentos processados, como biscoitos, salgadinhos, margarinas, sorvetes
e refrigerantes.
-
Cuidar da saúde mental, praticando atividades prazerosas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário