Entenda
os principais motivos do desenvolvimento e como diagnosticar cedo esse câncer
tão letal
O câncer de fígado é
um tumor maligno e geralmente bastante agressivo. No ano de 2019, segundo o
atlas da mortalidade por câncer do INCA (Instituto Nacional do Câncer), ele
causou 10.902 mortes, sendo 6.317 em homens e 4.584 em mulheres1. Ele pode
causar sintomas que costumam surgir apenas em estágio muito avançado e
terminal, que incluem dor no abdômen, enjoo, perda de apetite, emagrecimento e
olhos amarelados. Muitos acreditam que o álcool é a principal causa do câncer
por estar associado a cirrose, porém as hepatites virais B e C são os
principais motivos do desenvolvimento da doença no corpo humano, logo em
seguida estão o alcoolismo e a gordura no fígado, muito presente em pessoas
obesas2.
As hepatites virais
são inflamações no fígado causadas por vírus e constituem um grave problema de
saúde pública no mundo, elas costumam ser silenciosas e acabam sendo
descobertas quando a doença já está muito evoluída. A hepatite B e C são
transmitidas pelo esperma e secreção vaginal (via sexual), além do contato com
objetos perfurocortantes contaminados com sangue. Os indivíduos com o tipo C
que nasceram antes de 1993 e que receberam transfusão de sangue ou
hemoderivados são grupos de risco da doença, pois antes desse período não
existia testagem da enfermidade no SUS, porém atualmente com o teste já
presente na saúde pública, o ato de doação de sangue ficou muito seguro. O
teste é feito por um exame de sangue, além de ser importante lembrar que já
existe vacina para o tipo B da hepatite.3
"A detecção
precoce do câncer de fígado é uma estratégia muito importante para encontrar o
tumor em fase inicial, assim, possibilita a maior chance de tratamento e cura.
Os exames de imagem são necessários para a investigação, como a ultrassonografia,
que deve ser feita de 6 em 6 meses em pessoas com cirrose. Já para seu
tratamento, a cirurgia, o transplante de fígado e os tratamentos locorregionais
são as opções mais indicadas para o tumor, além disso, existe a terapia-alvo,
uma modalidade de tratamento do câncer em fase avançada que busca atingir a
célula maligna a partir do mecanismo celular que lhe deu origem" afirma
Dr. Paulo Bittencourt, do Instituto Brasileiro do Fígado.
Para prevenir o câncer
de fígado, deve-se estar bem atento á vacinação para hepatite B, a testagem
para as hepatites B e C, disponíveis pelo SUS nas unidades básicas de saúde,
consumo leve a moderado de bebidas alcoólicas, hábitos de vida saudáveis
visando manutenção do peso corporal, atividade física e abstinência do cigarro,
evitando inclusive o tabagismo passivo, que consiste em inalar a fumaça de
produtos derivados do tabaco por pessoas não fumantes que convivem em ambientes
fechados1.
Sobre novos
tratamentos
Recentemente, a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) acabou de aprovar o
Cabometyx® (levomalato de cabozantinibe), como medicamento para uso oral para o
tratamento de adultos com câncer de fígado que falharam ao tratamento prévio
com sorafenibe. O medicamento já havia sido aprovado no país para o tratamento
do câncer de rim avançado ou metastático. O Cabometyx® também já é
comercializado nos Estados Unidos e na Europa.
"A partir de
agora, os pacientes com câncer de fígado passam a ter mais uma opção importante
para tratar a neoplasia. Embora não existam estatísticas atualizadas no Brasil,
o câncer de fígado tem alta letalidade no país. Além disso, este câncer não
apresenta sintomas no início, algo que dificulta o diagnóstico", destaca
Dra. Luciana Povegliano, líder de Oncologia Médica da Ipsen Brasil, empresa responsável
pelo medicamento.
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