Nesta semana se comemora o Dia da Maconha Medicinal (27); testes farmacogenéticos possibilitam uso seguro
O Brasil assistiu à aprovação da regulamentação de produtos à base
de maconha no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no
dia 3 de dezembro de 2019. Com a decisão, produtos feitos com cannabis para uso
medicinal passaram ser vendidos em farmácias, mediante prescrição médica. Hoje,
um ano depois, a comunidade científica tem mais um motivo para comemorar: o
desenvolvimento, por uma health tech brasileira, de uma testagem genética
inédita no país capaz de apontar como funciona a metabolização dos canabinóides
dentro de cada organismo. Vale lembrar que esta semana se celebra o Dia da
Maconha Medicinal, no dia 27, o que chama ainda mais atenção para o tema.
Idealizada por dois brasileiros - o farmacologista Fabrício Pamplona, conhecido
por suas pesquisas sobre o sistema endocanabinoide e pela participação no
processo de regulamentação da cannabis medicinal, e o empresário Fernando Gabas
- a Proprium nasceu simultaneamente no Brasil, Estados Unidos e Portugal
com o objetivo de promover um avanço na assertividade de prescrições de produtos
e medicamentos. A proposta é avaliar a predisposição do organismo aos efeitos
adversos decorrentes da exposição das substâncias, proporcionando tratamentos
mais eficazes e, consequentemente, mais seguros.
Ajustes na dosagem e na administração
Na primeira fase do negócio, quatro testes foram disponibilizados, dentre eles
o MyCannabis Code. Pamplona explica que pelo teste são identificadas as
taxas de metabolismo dos princípios ativos da planta — CBD e THC —, permitindo
que o médico realize o ajuste da dosagem com precisão. O nível de
aprofundamento é um diferencial do projeto da startup, uma vez que capta toda a
jornada dos ativos da planta no organismo, desde a absorção até a excreção.
Além de orientar quanto à predisposição e à dosagem, os resultados também
fornecem orientações sobre a melhor estratégia de administração do tratamento.
"A testagem, por meio da farmacogenética, possibilita uma prescrição
fundamentada, e não baseada em tentativa e erro, na qual o paciente é exposto a
efeitos colaterais indesejados ou mesmo a não eficácia da substância. Tenho
convicção de que no futuro a coleta de informações genéticas será prática comum
na medicina antes do início de qualquer tratamento", destaca Pamplona, CEO
Brasil e diretor científico da startup.
Pacientes que necessitam de produtos à base de cannabis para doenças como
esclerose múltipla e epilepsia refratária (cerca de 600 mil crianças
brasileiras sofrem de epilepsia que é refratária a terapias tradicionais) podem
se beneficiar do teste. A genotipagem também vai ajudar os pacientes que
precisam de THC em casos de dores crônicas (37% da população), além de milhares
de brasileiros que utilizam cannabis medicinal diariamente.
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