No dia internacional da eliminação da violência contra mulher, o Movimento se adapta à realidade brasileira e recebe queixas pelos canais do Me Too Brasil e pela rede de voluntárias Justiceiras
Proclamado em 1999 pela Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas (ONU), 25 de novembro foi estabelecido como o "Dia
Internacional para a Eliminação da Violência contra a mulher". Para o Me
Too Brasil, todo dia é dia no combate à essas agressões. Desde o lançamento do
projeto no Brasil, no dia 25 de setembro, há exatos dois meses, mais de 70
mulheres realizaram denúncias de abusos sexuais nos canais virtuais da
instituição e pela rede de voluntárias Justiceiras.
Inspirado no movimento fundado por Tarana J. Burke nos
Estados Unidos para dar visibilidade às denúncias de abuso sexual, o Me Too
Brasil já se adaptou às particularidades do país. A maioria das denúncias
chegam por WhatsApp, apesar do movimento contar com perfis próprios no
Instagram, Twitter e ter um website. Além desses canais, o Me Too Brasil também
é parceiro do Projeto Justiceiras, que traz a expertise de atendimento de mais
de 4 mil voluntárias em todo o Brasil, atuando nas áreas jurídica, psicológica,
socioassistencial, rede de apoio, acolhimento e rede médica.
"Somamos esforços com o Justiceiras, uma rede de apoio
já estabelecida no País, que tinha como foco principal denúncias relacionadas à
violência doméstica. Já o Me Too traz na sua essência um impulso para que
vítimas de abuso sexual originárias de relações de poder nas mais diversas
formas também procurem por acolhimento e ajuda", afirma a advogada Mariana
Ganzarolli, fundadora do Me Too Brasil.
Para Marina, o movimento deve ser ainda mais abrangente no
recebimento de queixas na medida que for se tornando mais popular e conhecido.
"Trabalhamos para que todas as pessoas, inclusive homens, independente da
razão do abuso, busquem os canais de denúncias que disponibilizamos. Somente
com informação podemos ajudar a diminuir o número de casos. Muitas vezes, um
abusador é, na verdade, um predador, ou seja, não pratica esse tipo de crime
apenas uma vez, faz uma série de vítimas", explica Ganzarolli.
Contudo, a realidade encontrada nas denúncias atuais que
chegam ao Me Too Brasil ainda contam uma história muito parecida. A maior parte
das queixas recebidas foi de estupro de vulnerável contra meninas entre 9 e 10
anos de idade, violentadas por familiares como padrasto, tio ou primo mais
velho.
"Infelizmente, a realidade do abuso sexual no Brasil, em
sua maioria, ainda é a da pedofilia. Grande parte das denúncias que recebemos
trazem esse retrato, onde o agressor está dentro de casa", afirma a
advogada.
Idealizado por Ganzarolli, em parceria com a Promotora de Justiça Gabriela Manssur, o MeToo Brasil pode ser acessado através do WhatsApp (11) 99639-1212, o site https://metoobrasil.org.br/, pelo Instragram brasilmetoo ou pelo email contato@metoobrasil.org.br
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