Diretor da
Uninter lista 5 atividades que se tornaram realidade neste momento
A
transformação digital começou com o e-mail em 1971 e com os primeiros editores
de textos e planilhas na década de 1980, mas será muito mais sentida quando a
inteligência artificial e processos robotizados forem mais efetivos na
substituição do trabalho humano. Vive-se um boom de tecnologias que vão mudar a
forma de convivência em sociedade e a grande transformação se dará quando não
se souber mais distinguir o que é humano do que é máquina.
Estima-se
que cerca de 70% da população brasileira tem acesso à internet, volume acima da
média global de 57%. Segundo relatório Digital 2019 da We Are Social e da
Hootsuite, mais de 149 milhões dos quase 212 milhões de habitantes do país são
usuários de internet. A ideia de transformação digital não é nova e já está em
curso há algum tempo, ficando mais evidente sua evolução e utilização a partir
do momento em que ela começou a transformar a vida das pessoas.
Elton
Ivan Schneider, diretor da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios do
Centro Universitário Internacional Uninter, explica que a Covid-19 está
aumentando a velocidade de uso de tecnologias. “A pandemia atual não está
transformando a evolução tecnológica, está transformando a forma e maneira como
vivemos nossas vidas. De forma abrupta passamos a depender da tecnologia para
trabalhar, nos relacionar, estudar, comprar e viver”, afirma.
Para
o diretor, o momento atual está adiantando a chegada à nova sociedade baseada
em uso intensivo de tecnologias, o que alguns chamam de sociedade 5.0. “Nesse
novo formato o foco não recai apenas nas tecnologias, mas na sociedade que está
inserida em um determinado ambiente e que vai ser impactada pelas novas
tecnologias”, explica.
O
sucesso de uma nova tecnologia depende do uso que a sociedade faz dela. No caso
em que se vive hoje, todas as tecnologias que possam ser utilizadas para
reduzir o impacto do isolamento social exigido pela pandemia serão consideradas
bem-vindas, benéficas e de sucesso.
Soluções atuais no futuro
Já
faltam profissionais da área digital hoje, no futuro haverá uma escassez e uma
supervalorização daqueles que estiverem prontos a surfar nesta nova onda. “Não se
trata de tendência, mas de realidade de empregos e negócios”, afirma o diretor.
Schneider
também acredita que alguns cuidados devem ser tomados com as mudanças
proporcionadas pela pandemia, e principalmente, com as soluções tecnológicas
adotadas. “Elas podem ser importantes e interessantes para o momento, mas podem
ser devastadoras se não forem bem dosadas no futuro. Outro aspecto é que sua
implantação e uso terá diferentes caminhos”.
A
pandemia obrigou a todos, por exemplo, a experimentar processos de ensino a
distância (EAD). Essa modalidade é representativa desde 2018, quando 52% dos
alunos do ensino superior brasileiro se matricularam em cursos EAD. Já haviam
previsões de que em menos de cinco anos, muitos cursos (Educação, Direito,
Gestão, Engenharia) deixariam de existir no período noturno. Schneider
acredita que em 2020 muitos cursos vão ter dificuldades para continuar
existindo. “No próximo censo do ensino superior brasileiro veremos esta
tendência se solidificar e ser a nova realidade do ensino superior”.
Outros
setores como marketing digital, e-commerce, teletrabalho e negócios também
foram impactados pela digitalização. Confira relação mais detalhada de cada
atividade e os cuidados, segundo Schneider, que a sociedade deverá tomar.
- Educação on-line para criança de 0-10 anos: como recurso para reduzir o distanciamento e como forma de manutenção de atividades de aprendizagem por um curto período de tempo, pode ser bem-vinda, mas no longo prazo pode ser prejudicial, não é solução;
- Telemedicina: pode nos auxiliar na identificação de doenças, na procura por outras opiniões de especialistas, na realização de cirurgias remotas, mas o tratamento e o atendimento da maior parte das doenças exigem contato e acompanhamento humano, e isto não é negociável;
- Relacionamento humano: diminui a distância, mas não substitui o contato humano. Um abraço, um aperto de mão e um beijo são insubstituíveis;
- Teletrabalho: já tínhamos as leis para isso, faltava o empurrão para acontecer, não tem mais volta, vai ser uma realidade daqui ara frente;
- Marketing Digital, E-Commerce e Varejo Digital: estavam sendo implantados aos poucos pelas empresas. Daqui para frente terão investimentos altíssimos e a procura por profissionais destas áreas vai explodir.
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