O maior aumento identificado é em relação à
incidência da obesidade, que teve uma alta de 72% no período de 13 anos. Os
dados fazem parte da pesquisa Vigitel 2019
O Ministério da Saúde traçou o perfil do brasileiro
em relação as doenças crônicas mais incidentes no país: 7,4% tem diabetes,
24,5% tem hipertensão e 20,3% estão obesos. É o que aponta a pesquisa Vigitel 2019 (Vigilância de Fatores de
Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), apresentada
nesta sexta-feira (29), em Brasília, pelo secretário substituto de Vigilância
em Saúde do Ministério da Saúde, Eduardo Macário, e pela
coordenadora-geral de Vigilância de Doenças e Agravos não transmissíveis,
Luciana Sardinha.
“As doenças
crônicas são um dos principais fatores de risco para agravamento da Covid-19.
Então, é importante informar a população sobre os fatores de risco e as formas
de proteção contra estas doenças. Assim, o cidadão pode se prevenir e
proteger-se, não deixando de seguir o tratamento adequado, caso possua alguma
doença crônica, em detrimento do que estamos vivendo no mundo com a pandemia
por coronavírus”, alertou Eduardo Macário.
No período de 13
anos, desde o início do monitoramento, o maior aumento é em relação à
obesidade, que passou de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019, uma ampliação de
72%. Significa que dois em cada 10 brasileiros estão obesos. Se considerando o
excesso de peso, metade dos brasileiros está nesta situação (55,4%).
A pesquisa mostrou
que, no período entre 2006 e 2019, a prevalência de diabetes passou de 5,5%
para 7,4% e a hipertensão arterial subiu de 22,6% para 24,5%. O perfil de maior
prevalência está entre mulheres e pessoas adultas com 65 anos ou mais. O mesmo
perfil se aplica a hipertensão arterial, chegando a acometer 59,3% dos adultos
com 65 anos ou mais, sendo 55,5% dos homens e 61,6% das mulheres.
Os resultados
apresentados para diabetes e hipertensão merecem destaque frente à pandemia da
COVID-19. Estudos apontam maior risco de agravamento e morte por COVID-19 em
pessoas que apresentam estas condições. No Brasil, até o dia 20 de abril, 72%
dos óbitos confirmados para a doença tinham mais de 60 anos e 70% apresentavam
pelo menos um fator de risco. A cardiopatia foi a principal comorbidade
associada e esteve presente em 945 dos óbitos, seguida de diabetes (em 734
óbitos), pneumopatia (187), doença renal (160) e doença neurológica (159).
O Vigitel é uma
pesquisa telefônica realizada com maiores de 18 anos, nas 26 capitais e no
Distrito Federal, sobre diversos assuntos relacionados à saúde. O objetivo é
conhecer a situação de saúde da população para orientar ações e programas que
reduzam a ocorrência e a gravidade de doenças, melhorando a saúde da população.
OBESIDADE E EXCESSO DE PESO
Quanto ao
excesso de peso, o índice passou de 42,6% em 2006 para 55,4% em 2019. O maior
índice está entre os homens, alcançando 57,1% e entre as mulheres o percentual
de 53,9%. A pesquisa apontou que o excesso de peso tende a aumentar com a
idade: para os jovens de 18 a 24 anos, a prevalência foi de 30,1% e entre os
adultos com 65 anos e mais de 59,8%. Por outro lado, a incidência diminui com a
escolaridade: para as pessoas com até oito anos de estudo, a prevalência foi de
61,0%, já entre aqueles com 12 anos ou mais de estudo, de 52,2%.
Em relação à
obesidade, o maior percentual está entre as mulheres (21%) e aumenta conforme a
idade: para os jovens de 18 a 24 anos é de 8,7% e entre os adultos com 65 anos
e mais, alcança o patamar de 20,9%. A obesidade é maior para as pessoas com até
oito anos de escolaridade (24,2%) ante e aqueles com 12 anos ou mais (17,2%).
METOLOGIA
No ano de 2019
foram realizadas 52.443 entrevistas com adultos residentes nas capitais e no
Distrito Federal, com duração média de, aproximadamente, 12 minutos, variando
entre 4 e 58 minutos. Foram avaliados os indicadores de hipertensão arterial e
diabetes, excesso de peso e obesidade, consumo abusivo de álcool, fumantes,
consumo alimentar e atividade física.
Foram entrevistadas
pessoas com 18 anos ou mais, residentes em domicílios com, pelo menos, uma
linha de telefone fixo. Anualmente, estima-se um número amostral mínimo de duas
mil entrevistas telefônicas para cada capital e o Distrito Federal e foram realizadas
entre os meses de janeiro e dezembro de 2019.
Agência Saúde, com
informações do Nucom SVS
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