De acordo com a iHUB
Investimentos, crise trouxe novos perfis para a bolsa e mulheres estão
assumindo mais riscos; fundos multimercado ganham mais espaço que renda fixa
Um levantamento feito pela iHUB Investimentos
mostra que mulheres estão entre o público que mais demonstrou interesse em
entrar na bolsa de valores entre os meses de março e abril. Mesmo com um
cenário incerto, a disposição desse público está mais ativo.
De acordo com Paulo Cunha, sócio fundador da iHUB,
as mulheres que estão entrando na bolsa agora não tinham experiência com ações
antes, tem entre 30 e 45 anos, renda por volta de 15k, patrimônio investido
entre 200 e 500k e nível de pós-graduação. Geralmente são executivas ou
profissionais autônomas em sua maioria.
“Historicamente mulheres apresentam menor
disposição para entrar no mercado de ações. Seja por receio quanto a
volatilidade ou mesmo por terem um perfil mais conservador. Dito isso, elas
eram as que possuíam um maior espaço na carteira para aproveitar a queda que
aconteceu e foram para cima”, explica Cunha.
Ainda segundo o levantamento, como as taxas SELIC e
CDI seguem muito baixas, houve uma disposição maior em assumir riscos. Além das
mulheres, aqueles que estavam de fora do mercado de ações nos últimos três anos
e não aproveitaram a alta que o mercado ofereceu, também passaram a investir na
bolsa. “É como se agora fosse a oportunidade que todos estavam aguardando. Sem
dúvida é uma mudança com relação as crises e ao momento de aversão ao risco,
que passamos mais recentemente como, greve dos caminhoneiros e delação do
Joesley Batista”, comenta Cunha
No que estão investindo?
De acordo com o levantamento, no geral é observado
uma migração forte de ativos de Renda Fixa indo para a bolsa e fundos
multimercado.
“Muito provavelmente isso se deu porque
absolutamente todos os fundos DI que continham algum tipo de crédito privado
também sofreram nessa crise, quando deveriam ser considerados portos seguros.
Tivemos fundos DI que perderam mais de 7% em um único mês. Nessa classe de
aplicação, o investidor não aceita. Se é para correr um risco assim, que seja
logo na bolsa onde a perspectiva de retorno é muito maior os atuais 3% ao ano
da taxa SELIC”, explica Cunha.
Para este momento, o levantamento mostra que as
apostas estão acontecendo mais em curto prazo e os novos investidores acreditam
que a bolsa pode se recuperar rapidamente. No entanto, caso isso demore a
acontecer, muitos podem ficar frustrados e sair.
“Diferente de outros momentos de queda do mercado,
hoje não tem para onde correr. Então, essa equação toda é a algo que vamos ter
de ver para crer com relação a qual vai ser a postura do investidor. Até agora,
o que podemos concluir é que houve um certo amadurecimento do brasileiro com
relação aos investimentos e que a informação não está mais restrita apenas aos
profissionais da área”, afirma Cunha.
Com acesso digital cada vez mais abrangente, os
portais de notícias especializados, as redes sociais e um grande
desenvolvimento das plataformas de investimento de arquitetura aberta também
contribuíram para essa mudança de postura e atração de novos investidores para
o mercado.
O levantamento foi realizado com base em 1,5 mil
clientes ativos da iHUB e a chegada de mais de 60 novos investidores entre
março e abril na carteira da empresa.
Paulo Cunha - sócio fundador da iHUB Investimentos,
empresa especializada em assessoria de investimentos, com mesa de operação
atuante em ações, derivativos e câmbio em tempo real. Possui mais de 1,5 mil
clientes no Brasil e em 2014, firmou parceria com a maior plataforma de
investimentos da América Latina, fundando a Ihub e sendo um escritório afiliado
a XP Investimentos. Desde então, é diretor executivo da empresa, que possui
matriz na Vila Olímpia e Alphaville, em São Paulo e Barueri. Também é
palestrante e professor sobre investimentos de cursos em plataformas EAD
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