Especialista em educação financeira da Creditas dá
dicas de como se organizar para criar, manter e usar esse dinheiro com
segurança
A Covid-19 evidenciou a todos que imprevistos
acontecem e que muitas pessoas não estavam preparadas para as urgências,
principalmente no que se refere à vida financeira. Para isso, Otavio Machado,
especialista em educação financeira da Creditas, principal
plataforma online de crédito com garantia do Brasil, fala sobre o que é e como
fazer e manter uma reserva financeira para ajudar nesses momentos.
“Momentos inesperados acontecem na vida de todos e
para passar por eles da melhor forma, é muito importante um planejamento
financeiro para se ter um fundo de emergência. Com ele, a pessoa guarda uma
quantia para que possa continuar pagando suas despesas por um período, caso
deixe de ter a renda prevista. Afinal, ninguém consegue prever uma demissão,
gastos extras com remédios ou o pagamento do conserto do carro ou de
eletrodomésticos”, aponta Machado.
Por isso, a educação financeira é muito importante
e pode contribuir para que quem não tem o hábito de poupar, aprenda a se
planejar. Dados de uma pesquisa feita em março de 2020 pela Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC Brasil), mostram que 52,1% dos brasileiros não contam com uma reserva de
emergência.
Para se ter uma boa reserva emergencial, algumas
dicas:
O primeiro passo é analisar e organizar o orçamento
mensal ponto a ponto para identificar quais são os gastos essenciais e quais
não são. Neste momento, é importante reorganizar dívidas, caso as tenha,
entender juros e prazos e identificar se as parcelas estão com valores
praticáveis ou se deve-se tentar renegociar. Colocar tudo em uma planilha pode
ajudar nessa organização.
Após entender todos os gastos, um método que pode
ser usado para entender melhor para onde está indo o dinheiro, é a regra do
50-30-20. Com ela, é possível também se estabelecer uma proporção mensal para
cada um dos tipos de gastos:
- 50% para os gastos burocráticos ou fixos, como as contas de moradia e consumo;
- 30% para os gastos flexíveis ou de qualidade de vida;
- 20% para os investimentos no futuro ou construção da reserva de emergência.
O ideal é fazer os cálculos do quanto essas
porcentagens representam no orçamento mensal para manter os valores sempre em
mente. Dessa forma, fica mais fácil priorizar como investir o dinheiro.
Quando o salário é mensal, o mais comum para muitas
pessoas é pagar primeiro todos os gastos fixos ou de rotina. Em seguida, partem
para os gastos flexíveis ou os relacionados com a qualidade de vida. E, enfim,
ficam por último, os investimentos no futuro: aquele dinheiro que pode ser
reservado para se ter um bom padrão de vida ou realizar um projeto importante.
Porém, o ideal é inverter essa lógica e colocar os
investimentos em primeiro lugar, pois, caso haja imprevistos, a pessoa não será
pega de surpresa. Em seguida, a qualidade de vida e por último, os gastos
burocráticos. Assim, é possível ter mais flexibilidade para fazer uma mudança
de vida até ter o ganho mensal novamente.
Uma reserva financeira deve contemplar entre três e
seis meses dos custos fixos, pois isso dá maior segurança em casos inesperados,
mas, quanto maior for essa reserva, mais segurança terá. No caso de pessoas que
têm uma remuneração variável, é importante que a reserva seja ainda maior por
não contar com auxílios, como o seguro desemprego e o fundo de garantia para
conseguir manter o pagamento de suas contas.
Um fator importante a ser destacado é que ao
conseguir criar uma reserva financeira, muitas pessoas acabam a usando para
outros recursos, como viagens e passeios. Porém, a ideia de se ter uma reserva
de emergência é para que seja usada justamente em momentos inesperados e em que
a renda tenha acabado ou diminuído. Os recursos destinados a lazer devem ser
planejados antecipadamente. “Caso apareça uma oportunidade de lazer com muito
desconto, se pago à vista, pode valer a pena usar a reserva, mas após esse
evento, a prioridade total deve ser repor a quantia gasta” completa.
E por fim, a preservação do valor da reserva pode
garantir um crescimento na quantia, se bem aplicada. A alternativa é escolher
por uma opção de investimento que não tenha baixo rendimento e sim aquelas que
deixem o que foi poupado ainda mais rentável, garantam o resgate imediato,
tenham um baixo risco por conta das oscilações do mercado e uma baixa taxa de
administração.
Algumas das opções mais indicadas são o Tesouro
Selic (LFT) e fundos de Renda Fixa Referenciados DI Simples.
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